Capítulo - 21

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Permitir-me sentir! Seria fácil se durante 16 anos o medo, a raiva e a culpa não tivessem sido os únicos sentimentos e emoções que não me abandonaram

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Permitir-me sentir! Seria fácil se durante 16 anos o medo, a raiva e a culpa não tivessem sido os únicos sentimentos e emoções que não me abandonaram... Ou pelo menos era o que eu pensava. Mas a partir do momento que a frustração, a incerteza e a insegurança começaram a fazer parte de mim, comecei a perceber que por mais que eu tente, não conseguirei ter o controle de tudo a minha volta.

Isso me faz perceber também, que por mais que eu bata no peito e diga aos meus irmãos que hoje eu sou um homem que é capaz de tomar as suas próprias decisões, não é de fato verdade. Ainda mais quando eles parecem saber o que se passa dentro de mim, quando nem eu mesmo consigo entender essa confusão que passei a ser depois que conheci a Anastásia.

Eu não consigo compreender o que é isso que mexe com o meu coração a ponto de doer e tentar me sufocar ou o porquê a minha cabeça dá tantas voltas, mas sempre insiste em projetar a sua imagem como se fosse um filme colorido e cheio de vida, muito diferente dos que sempre vêm me acompanhando, apenas em preto e branco, depois que tudo aconteceu.

Talvez seja por essa razão que eu me sinto tão culpado em saber que a magoei, sendo injusto e ofendendo-a quando ela, por alguma razão que não consigo compreender, tentou me ajudar a ponto de conseguir me acalmar no início de uma maldita crise, que nunca consigo controlar, quando tudo a minha volta parece querer me devorar.

Nathan pode ter razão ao dizer que preciso confiar em alguém que possa me ajudar a entender o que é isso, mas devo confessar que sou covarde demais para tentar deixar alguém se aproximar, principalmente depois de tudo que eu passei e ouvi. O medo de confiar na pessoa errada e mais uma vez ser machucado é mais forte do que a vontade de voltar a sentir.

Sentir! Será que algum dia eu conseguirei ser capaz de sentir alguma coisa que não seja a raiva, o medo e a culpa que me martiriza dia após dia? Será que alguém, algum dia vai mesmo olhar para mim e me ver como eu realmente sou, quando nem eu mesmo me reconheço mais? Quando o homem que eu sou hoje, não é nem a sombra do que foi aquele menino que tinha tantos sonhos e cheio de vida?

Pode ser que o medo mais uma vez esteja dominando não apenas a minha mente, mas também o meu corpo, impedindo-me de sair do carro do meu irmão - eu estava ansioso demais para conseguir dirigir -, e entrar nesse Estúdio de Dança, do qual estou observando por tempo mais do que o considerado necessário, para alguém que só precisa se desculpar por ter sido injusto com uma pessoa inocente.

- Se você não vai descer do carro, então vamos para casa, Christian! - Viro-me para o lado e encaro o meu irmão. - Você sabe que errou ao acusá-la, então basta apenas entrar, desculpar-se e ir embora, simples assim.

- Você falando parece ser mais fácil do que realmente é, Taylor.

- Sabe o que eu acho?

- Não, mas tenho certeza que você vai falar mesmo que eu não queira ouvir. - Resmungo entediado, e ele sorri de lado.

O Preço da VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora