6.O ataque

73 9 13
                                    

Pérola

Meu coração estava disparado e minha respiração completamente descontrolada. O rei conduzia o cavalo com destreza e velocidade.

Meus pais não podiam estar mortos. Fiz uma oração baixinha e tomada pela aflição, lágrimas brotaram nos meus olhos.

-Confie em Deus, Pérola. -O rei disse de forma gentil. -Eu tenho certeza que ele ouviu a sua oração.

-Sim, eu vou confiar. -Afirmei emocionada.

A verdade é que nesse momento de desespero, a minha fé queria fraquejar. Os pensamentos negativos estavam bombardeando a minha mente. E se estivessem mortos? O que eu encontraria quando chegasse lá? Estaria preparada para viver em um mundo no qual eles não existissem mais? Meu coração estava demasiadamente angustiado.

Então, recordei-me de um Salmos: "De onde me vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra."

"Me ajude a confiar, Senhor. Ainda que as circunstâncias sejam desfavoráveis."

Cavalgamos por horas até chegarmos na fronteira. Havia fogo e fumaça por todo lado.

Se não fosse o banquete oferecido pelo rei naquela noite, muitas vidas teriam sido ceifadas assim como em Mishpaha.

-É melhor deixarmos o cavalo aqui e seguirmos andando. Fique por perto, não sabemos se os responsáveis por isso ainda estão nos arredores. -Ele falou em um baixo tom de voz.

Apenas assenti e rapidamente desci do cavalo. Era difícil visualizar as casas por causa da quantidade de fumaça. Começamos a tossir tão logo chegamos.

Não aguentaríamos ficar ali por muito tempo. Precisávamos ser ágeis. Rasguei a barra do meu vestido em duas tiras e ofereci um pedaço ao rei.

-Cubra o nariz, precisamos nos proteger da fumaça. -Falei determinada. -Siga-me. Precisamos ir depressa. –Falou alarmada.

O rei assentiu e amarrou o pedaço de pano no seu rosto e colocou a espada em punho, estava atento como um verdadeiro guerreiro. Nunca o vi com uma expressão tão sombria.

Tentamos caminhar pelas ruas e vielas de forma rápida, podíamos ver os estragos que as chamas haviam causado até o momento. Felizmente, naquele percurso o fogo não era tão intenso e pudemos caminhar sem muitos empecilhos, mas aquele silêncio numa rua que costumava ser tão movimentada era assombroso.

Faltavam apenas três ruas para chegar em minha casa, quando vi alguns soldados hezequianos mortos no chão. Seus corpos estavam mergulhados em sangue. Olhei discretamente para Christian e a dor presente em seus olhos era evidente, mas tanto eu quanto ele sabíamos que não podíamos permanecer ali.

Prosseguimos de forma cautelosa e eu já podia avistar a minha casa, quando ouvi um grito de desespero. Meu coração congelou. Eu conhecia aquela voz.

Mãe.

Corri o mais rápido que pude em direção aos gritos e Christian fez o mesmo.

"Não, não, por favor, meu Deus. Eu estou chegando. Por favor!".

A porta estava da minha casa estava aberta, minha mãe estava jogada no chão com os olhos cheios de lágrimas, enquanto um soldado inimigo enfiava a espada no peito do meu pai.

-Não! –Gritei desesperada.

O soldado mostrou um sorriso maligno e retirou a espada provocando a queda do meu pai.

Tudo aconteceu rapidamente. Em uma fração de segundo o soldado estava tentando me atacar e no outro, Christian já estava em cima dele. Os dois começaram uma luta acirrada. O soldado desferiu um golpe, que fez um corte no braço do rei, ele grunhiu, mas continuou lutando bravamente. Só conseguia ouvir o tilintar das espadas e o choro da minha mãe. No decorrer da luta, com um golpe habilidoso, Christian enfiou a espada na perna do soldado, que caindo de joelhos, urrou de dor. Em seguida, o soco que Christian desferiu no rosto do inimigo deixou ele inconsciente.

A Majestadeजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें