16. Chegada

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Christian

Quando retornei ao Castelo, parei na entrada e foi como se o visse pela primeira vez. Fiquei parado na entrada admirando as pessoas que passavam. Prestei atenção de verdade em cada uma delas. Eram almas jovens e idosas que confiavam em mim.

Os servos que estavam trabalhando passavam e me cumprimentavam com um aceno de cabeça.  

Eu estava tão feliz, gostaria de ajudar a todos. Gostaria de proteger o meu povo e garantir que fossem salvos, assim como eu.

Respirei aquele ar fresco e fui atrás da primeira pessoa para quem gostaria de contar o que havia acontecido.

-Seu Pedro, ela não está aqui? -Perguntei assim que entrei na cozinha.

-Bom, ela esteve aqui há algum tempo. Comeu um pedaço de pudim e voltou ao trabalho. Sabe como ela é. -Ele disse sorrindo.

-Sim, imagino! Obrigado, até logo! -Me despedi.

Se não estava na cozinha, havia apenas um único lugar aonde ela poderia estar: nas plantações.

Caminhei bastante para chegar até lá. A temperatura estava agradável e o sol banhava toda a plantação.

Cumprimentei os trabalhadores e logo a avistei em pé admirando a plantação.

-Pérola? -Chamei.

Ela me olhou e franziu a testa. Eu sorri e me aproximei.

-Oi, Christian. -Ela disse e se aproximou com curiosidade. -O que houve?

-Eu fui batizado com o Espírito Santo. -Confessei.

Ela sorriu abertamente e todo seu rosto se iluminou.

-Eu estou tão feliz! Orei tanto por isso! -Ela disse animada. -Como aconteceu? Conte-me todos os detalhes! -Pediu alegre.

-Bom, eu não sei como expressar em palavras...É algo glorioso. -Comecei. -Então, eu estava na praia...

E passei os minutos seguintes descrevendo todos os detalhes daquele dia inesquecível. Pérola me ouvia atentamente. Quando terminei, ficamos admirando a paisagem.

-Agradeço muito por todos os conselhos e por compartilhar a sua experiência pessoal comigo, Pérola. Isso me ajudou a entender melhor.

-Bom, eu nunca imaginaria que iria dividir algo tão pessoal com o rei. -Ela confessou.

-Eu também não imaginaria que a moça que bateu no soldado do palácio se tornaria uma amiga e a Engenheira de Hézeq. -Arqueei as sombrancelhas e ri, enquanto ela cobria o rosto envergonhada. -Deus sabe de todas as coisas.

-Meu Deus! Que vergonha! Lembro até hoje da sua expressão carrancuda. Achei que estava encrencada. -Disse imitando a minha expressão. -E também quando te ofendi na Sala Real. -Ela riu sem jeito.

-Bom, eu uso aquela expressão de autoridade para impor respeito, mas você já sabe que não sou sério daquela forma, só quando necessário. -Disse pensativo. -Mas sinceramente, tive que me conter para não expulsá-la quando me ofendeu na Sala Real. Hoje vejo que suas palavras foram necessárias, eu me aproximei mais do povo. Obrigada pela sinceridade.

-Sim, você não é assim. Nunca será igual ao seu pai, Christian. Agora você tem o Espírito Santo e saberá conduzir Hézeq  com sabedoria.

-Christian! -Ícaro apareceu no meu campo de visão parecendo atônito.

-O que houve, Ícaro? -Perguntei.

-A Rainha de Qavod e sua comitiva acabaram de chegar em Hézeq.

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