Capítulo 02 - Ilusão

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Madelaine Petsch  |  Point of View




Dirigir até a minha casa após deixar a menina na rua foi difícil, algo me dizia que ela estava mentindo, que algo ruim estava acontecendo e ela precisa de ajuda. O problema é a personalidade forte dela que atrapalha qualquer aproximação.

Só dormi com a certeza que no outro dia eu iria até lá para ver se estava tudo bem, mesmo não entendendo o motivo de tamanho empenho, mas meu coração diz que devo ajudar. Ela não é a primeira adolescente perdida por ali, mas algo nela é diferente.

Na manhã seguinte, fui até a casa dela e bati, mas não havia ninguém.

— A Camila saiu de mochila. Deve estar na escola. – Uma moça falou e entrou no carro. — Mas ela já deve voltar, ela nunca demora muito por lá.

Assenti e me sentei na escada, sem entender o comentário, apenas fiquei mexendo em meu celular, para o tempo passar mais rápido, aí minha cabeça começou a se questionar… que raios eu estou fazendo aqui? Ela pode me achar uma psicopata… pode até me denunciar.

Quando fui levantar e ir embora, ela chegou. Parecia assustada com minha presença e isso só confirmou minhas teorias. Ela vai me achar maluca.

— O que tá fazendo aqui?

— Só passei para ver como você está.

— Você é doida. – Ela disse e ficou parada, coçando o braço e pensativa. — Mas eu tô legal. Agora pode ir.

— Queria falar com sua mãe. – Ela travou quando eu falei isso. Ficou mais pálida que o normal.

— Ela só volta a noite, ela trabalha…

— Aonde? Eu passo lá pra conversar com ela.

— Que porra! Cê quer o quê?

— Apenas uma conversa.

— Olha… eu não sei mesmo o que você quer, mas eu tô legal. Tá tudo bem… eu não vou mais incomodar você lá.

— Camila… eu sei que não está tudo bem. Confie em mim. – Ela torceu a boca, eu via a batalha interna que ela travava.

— Olha… promete que vai me deixar em paz se te contar?

— Não.

— Cara… cê é muito chata.

— Você que é uma ranzinza de quinze anos.

— Dezesseis. – Ela me encarou, encarou a porta e caminhou até ela. Quando ela entrou, eu a segui.

— Nossa… alguém morreu aqui? – Arregalei meus olhos.

— Ei… eu não sou assassina. É só que eu não limpo aqui e fica o tempo todo fechada. – Ela disse e jogou a mochila em um canto.

— E sua mãe?

— Eu não sei onde ela está, mas eu sei que ela vai voltar. – Mordi a parte interna da minha bochecha.

— Pode me explicar melhor?

— Olha… não pode de entregar para o conselho, não quero sair daqui porque eu preciso estar aqui quando ela voltar... – Ela tinha um tom infantilizado em desespero nessa parte.

— Tudo bem, só me explica tudo isso. Seu pai?

— Meu pai morreu.

— Eu sinto muito.

— Eu nem conheci ele. Morreu quando eu era bebê. – Ela pegou um porta retrato dele com ela no colo… deve ser ela.

— Sua mãe?

Lonely Girlحيث تعيش القصص. اكتشف الآن