Madelaine Petsch | Point of View
Dirigir até a minha casa após deixar a menina na rua foi difícil, algo me dizia que ela estava mentindo, que algo ruim estava acontecendo e ela precisa de ajuda. O problema é a personalidade forte dela que atrapalha qualquer aproximação.
Só dormi com a certeza que no outro dia eu iria até lá para ver se estava tudo bem, mesmo não entendendo o motivo de tamanho empenho, mas meu coração diz que devo ajudar. Ela não é a primeira adolescente perdida por ali, mas algo nela é diferente.
Na manhã seguinte, fui até a casa dela e bati, mas não havia ninguém.
— A Camila saiu de mochila. Deve estar na escola. – Uma moça falou e entrou no carro. — Mas ela já deve voltar, ela nunca demora muito por lá.
Assenti e me sentei na escada, sem entender o comentário, apenas fiquei mexendo em meu celular, para o tempo passar mais rápido, aí minha cabeça começou a se questionar… que raios eu estou fazendo aqui? Ela pode me achar uma psicopata… pode até me denunciar.
Quando fui levantar e ir embora, ela chegou. Parecia assustada com minha presença e isso só confirmou minhas teorias. Ela vai me achar maluca.
— O que tá fazendo aqui?
— Só passei para ver como você está.
— Você é doida. – Ela disse e ficou parada, coçando o braço e pensativa. — Mas eu tô legal. Agora pode ir.
— Queria falar com sua mãe. – Ela travou quando eu falei isso. Ficou mais pálida que o normal.
— Ela só volta a noite, ela trabalha…
— Aonde? Eu passo lá pra conversar com ela.
— Que porra! Cê quer o quê?
— Apenas uma conversa.
— Olha… eu não sei mesmo o que você quer, mas eu tô legal. Tá tudo bem… eu não vou mais incomodar você lá.
— Camila… eu sei que não está tudo bem. Confie em mim. – Ela torceu a boca, eu via a batalha interna que ela travava.
— Olha… promete que vai me deixar em paz se te contar?
— Não.
— Cara… cê é muito chata.
— Você que é uma ranzinza de quinze anos.
— Dezesseis. – Ela me encarou, encarou a porta e caminhou até ela. Quando ela entrou, eu a segui.
— Nossa… alguém morreu aqui? – Arregalei meus olhos.
— Ei… eu não sou assassina. É só que eu não limpo aqui e fica o tempo todo fechada. – Ela disse e jogou a mochila em um canto.
— E sua mãe?
— Eu não sei onde ela está, mas eu sei que ela vai voltar. – Mordi a parte interna da minha bochecha.
— Pode me explicar melhor?
— Olha… não pode de entregar para o conselho, não quero sair daqui porque eu preciso estar aqui quando ela voltar... – Ela tinha um tom infantilizado em desespero nessa parte.
— Tudo bem, só me explica tudo isso. Seu pai?
— Meu pai morreu.
— Eu sinto muito.
— Eu nem conheci ele. Morreu quando eu era bebê. – Ela pegou um porta retrato dele com ela no colo… deve ser ela.
— Sua mãe?
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Lonely Girl
قصص الهواةCamila precisava de um pouco de atenção, mas sua mãe decidiu dar algo diferente. Agora, ela vai contar com a ajuda de novas pessoas em sua vida, afinal, mãe é quem cuida, quem se importa, e verá que as coisas funcionam melhor assim. Como nada é fáci...