39. Lua sangrenta, parte 1

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Luna

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Luna

— O que está acontecendo aqui? — pergunto ao ver como o céu mudou completamente novamente, é como ver vários planos de fundo modificando-se para se encaixar em uma nova possibilidade.

A cor rubra passa por cima de qualquer outra, pesando sobre o meu coração, fazendo com que minhas entranhas se torçam descontroladamente. É uma sensação de peso que nunca experimentei antes e deixa a minha mente enevoada, como se não fosse o suficiente ter o sujeito na minha frente falando asneiras que não fazem sentido.

Não importa o que eu diga não abandona o que acredita e em outra situação até poderia ver isso como um sinal de que é uma boa pessoa que não se deixa abalar mesmo quando não acreditam naquilo ao qual dedicou toda uma vida, mas nessa ocasião quero apenas que engula cada uma de suas palavras e suma da minha vista.

— Do que serve avisar aos seus se não tem ideia do que está vindo? — divaga com um questionamento entranhando em suas palavras, além de uma afirmação de que sabe sobre como a minha relação com a alcateia não é perfeitamente estável. — Eles confiariam em você? Sem ter informações é como se apenas disparasse sandices.

— Tem muitas loucuras saindo da sua boca também, o que poderia ser pior? — Há muito a se considerar, claro, mas não se atreveriam a ignorar minhas palavras completamente, analisariam a situação e é certo de que acharam cadáveres que podem corroborar a minha verdade. — Deve ter procurado muitas informações sobre mim para saber tanto.

— Estava procurando você a muito tempo, como poderia deixar passar qualquer informação? Tinha que deixar tudo pronto paras quando me acompanhasse — fala, e é seguro em suas palavras, passando certeza de que vou com ele, que o acompanharei, mesmo que não tenha essa intenção.

Não vou ficar nas mãos de uma pessoa sem escrúpulos novamente, posso ter resistido a não me tornar semelhante ao último mas o que aconteceria se me rendesse a essas problemática de novo?

Quero evitar qualquer coisa que possa me oferecer.

Não desejo em aproximar de anseios tão insanos que não me pertencem.

Se me tornar a peça no tabuleiro de outra pessoa novamente poderia escapar?

Não pude fazê-lo sozinha da última vez, tinha alguém comigo que me mantinha centrada, com as ideias no lugar, me lembrando que nem todas as pessoas boas cometem apenas ações benignas.

Sem um contrapeso o que seria de mim?

Sei que ficaria satisfeito em sussurrar toda a sua maldade em meu ouvido.

Que sorriria e aplaudiria a cada nova pessoa que matasse.

Seria feliz em ver a desgraça tomando minha carne.

— Tentei ser razoável, levar as coisas de uma maneira menos perigosa, mas não poderia me aproximar quando tinha tantas pessoas ao seu redor, cuidando de você, e aquele seu irmão, era um desgraçado bem forte, sabia que só poderia ter você comigo se ele fosse tirado do caminho — conta e suas palavras são como espirais se afundando em minha cabeça, sem um destino certo, apenas vão ficando no fundo da minha cabeça como pesos que não posso remover.

Lua sangrenta - Série Lobos de Ayvalle | Livro 1Where stories live. Discover now