03. O que deveria ter ficado escondido

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Derick

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Derick

Me levanto sentindo que minha cabeça pesa uma tonelada, que nada do que tome nesse momento pode aliviar a carga que está nela como se quisesse que explodisse aos poucos ao ser esmagada.

Meus olhos vasculham minuciosamente o quarto mal iluminado, minha mente lenta se apega a detalhes que se recordam bem, pois conviveu toda a sua vida com eles, por esse motivo não é estranho que me erga indo em direção a mobília que fica ao lado da mesinha onde por muito tempo esteve muito mais que meu computador.

Eu não deveria estar aqui é o que balbucia a parte da minha mente que não se apega as memórias de uma forma boa, aquela que tem medo de se recordar ainda mais pesadamente do que viu e eu a entendo.

Nunca fomos corajosos o bastante.

Luna tem razão, somos fracos.

Eu e qualquer pedacinho de mim jamais tivemos força para fazer o necessário.

— Está acordado. — Não percebi que a porta foi aberta, muito menos notei que ela ficaria ali, me olhando como se me acusasse, sei o que quer dizer: você é fraco. E não posso fingir que não concordo com o que diz. — O que acha de jantar?

Jantar? Quando chegamos aqui não era nem mesmo metade do dia, como agora iremos jantar? Eu fiquei apagado tanto tempo? Espere, como eu cheguei aqui em cima? São três andares, muita escadaria, e não sou leve, apesar de ser esguio.

Além disso, é menor que eu e mesmo que não dignifique muita coisa, tem certo peso no que pode ou não carregar, mesmo assim, fui trazido para cima sem acordar.

Não deveria fazer uma avaliação minuciosa nesse momento, mas quando tenho noção disso já estou com os olhos em seu corpo e é uma mulher cheia de curvas que tem olhos que podem causar um desastre instantâneo.

Seus cabelos longos estão na maioria das vezes preso para trás com o uso de um elástico e não tem medo de usar roupas que valorizem seu busto avantajado, e nem nego que é alguém com muitas curvas, não somente no busto.

Na maioria das vezes veste jeans apertado e jaquetas de couro.

Poderia dizer que seu guarda-roupa é lotado dessas peças, mas sei que esse simples pensamento faria com que queira me esganar, afinal, não somos amigos, está apenas dando uma ajuda não solicitada a uma pessoa que faz parte de uma história aterrorizante envolvendo seu irmão.

Seu rosto é redondo, com maças protuberantes e cílios longos que dão um charme aos olhos quando fecha as pálpebras e suspira irritada como agora. Umedece os lábios cheios e bem contornados antes de falar.

— Vai continuar olhando para sempre? — pergunta e nem faz questão de fingir que não viu os meus olhares, podia ter sido gentil e ignorado, uma vez que acordei de um desmaio, mas não, gentileza não deve ser comum em seu vocabulário.

Lua sangrenta - Série Lobos de Ayvalle | Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora