Quando a vi pela primeira vez achei que estava sonhando. Afinal, o que uma
mulher como ela viria procurar ao falar comigo, entretanto, tudo rolou ladeira abaixo
quando me disse sem rodeios que meu irmão morreu, que alguém o assassinou e que a
úni...
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Derick
— Não acha que pegou muito pesado? — pergunto, mesmo que não quisesse, já que Cecily precisa claramente que alguém puxe sua orelha, entretanto, não tenho que aumentar os perrengues entre elas, mesmo que tenha sido a causa disso de toda forma.
— Cecily é fraca, se for pega por um dos cachorros que ela tanto xinga não vai sobreviver, porque não sabe lidar com seu poder — diz e posso ver a nota de preocupação em sua voz ainda que não seja algo que fique exibindo, mas ela ainda é sua irmã. — Foi criada como uma princesa, é mesmo que fosse, alguém que não sabe se defender em nosso mundo está pedindo para morrer.
— Foi por isso que quis que treinasse, por que alguém fraco como eu não pode sobreviver nesse mundo? — Me olha de canto ao continuar seu caminho sem me dar uma resposta. — Vai fugir depois de impedir que ela abrisse minha cara ao meio?
— Primeiro, provavelmente você daria um jeito, se não desse o treinamento não está servindo de nada. Segundo, não estou fugindo. Vivemos sob o mesmo teto — fala como se eu não soubesse disso, o que deixa bem claro que vejo muito mais pessoas que não moram conosco do que a ela.
É como se houvesse um penhasco entre nós e nem tenho certeza de se é a única o mantendo ali, se também não estou agindo desse modo por inconscientemente achar que vou acabar ferido, e todos sabem que coragem não é meu forte, incluindo ela.
— Não disse que não sou fraco, mas não é como se não fosse — profiro e ela se vira olhando-me como se já me acusasse de um monte de coisas que nem sequer sei que fiz.
— Eu agi bem errado ao ficar falando isso na sua cara — acabo sorrindo, pois não está dizendo que pensa o contrário, apenas que deveria ter sido cautelosa em suas palavras. É muito típico dela. — Só não queria que acabasse na mesma situação que o seu irmão, mas olhe para você agora.
— Não é como se eu fosse outra pessoa, estou apenas aprendo a lidar com o que pode vir a me caçar no futuro, isso não é o certo? Ou quer que fique aqui para que me proteja por toda a vida? — estou brincando, claramente, mas o modo como seus olhos me encaram, quer arrancar cada osso da minha coluna para exibir em sua parede.
— Não vai ficar comigo por tanto tempo — assegura, e eu gostaria de não ter soltado as palavras anteriores, pois agora não precisaria remoer as palavras que me disse, sou rejeitado um milhão de vezes sem nem mesmo ter pedido por algo.
— Nem se eu quiser? — deveria calar minha boca, mas aparentemente, hoje estou decidido a cavar a minha própria cova. Só falto aprontar meu caixão para poder me lançar dentro dele sem preocupar ninguém.
— Às vezes o que desejamos é o que mais fode com a gente — atesta ao se aproximar e não tinha uma forma melhor de descrever o salto triplo carpado que o meu peito deu quando sentiu o seu cheiro tão perto de mim, precisando vertê-lo como um viciado necessitado que acabaria morto sem a sua próxima dose. — Precisa pensar bem no que quer antes de querer brigar por isso, Lobinho.
