Derick
— Sinto muito, por conta do que eu disse acabou ficando presa por várias horas com eles. — Apenas pede que deixe para lá pois está acostumada a ter reuniões que demoram muito mais, já que todos querem dar a sua opinião por não confiarem plenamente no que diz. — Vi que falou com o Jeremy depois de se despedir deles, aconteceu alguma coisa?
— Ele estava procurando por informações fora de Ayvalle, talvez quem matou nossos irmãos seja um forasteiro contratado — por algum motivo sei que não está sendo sincera, entretanto, não acho que vale a pena insistir nisso agora, quem sabe depois não possa me dizer com sinceridade. — Na verdade não é isso.
— Estava querendo mentir para?
— E você sentiu, não é? — xinga ao dizer que isso é uma grande merda.
— É um problema?
— Depende, sou uma pessoa que tende a omitir informações — rio de sua sinceridade. — Meu irmão estava tentando descobrir onde a alcateia Nocturs está — conta, e fico feliz de não ter insistido se me contaria por conta própria, assim não precisamos criar algum conflito.
— Por que iria querer descobrir onde eles estão? Pelo que falou, também pela maneira que reagiriam ao ouvir esse nome não são lobisomens com os quais deveria se envolver — discorro, apesar de saber que não posso mudar a sua cabeça e se tiver uma ideia estou apenas soltando palavras que não vai agarrar.
— Alguém devia ter me aconselhado muito antes — diz, mas sei que está sendo sarcástica. — Foi nessa alcateia que a minha mãe ficou ao descobrir que estava grávida. Não podia viver como uma loba solitária com uma criança no ventre.
— O que? — Sua expressão não é das melhores. — Eles não sabem? — Inquiro e nem precisa balbuciar uma resposta para que saiba que não, eles não sabem, se tivessem conhecimento dessa informação provavelmente a trataria ainda mais estranhamente. — Então por que os procurar? Pretende ter alguma relação amistosa com eles?
— Não é isso, prefiro que eles fiquem longe, muito longe — assegura ao apertar as mãos juntas enquanto os ombros se tensionam de maneira que nunca a vejo fazer, é sempre confiante, não deixa que o peso em sua cabeça a derrube, mas agora é como se tivesse uma pedra amarrada ao seu pé a puxando para o fundo.
Meu coração toma o comando nesses momentos, e assim não leva muitos segundos para que esteja próximo a ela a segurando entre meus braços sem que Luna tenha uma reação a isso, apenas alguns longos segundos depois solta uma respiração de alívio ao agarrar a barra da minha camisa com força.
— Também temos que manter alguma distância aqui — lembra-me ao começar a se afastar, mas quem disse que minhas mãos desgrudam dela? Apenas tenho a sensação de que está com um fardo pesado demais em sua mente e que não pode mantê-lo trancado dentro de um baú só porque deseja que seja assim.
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Lua sangrenta - Série Lobos de Ayvalle | Livro 1
WerewolfQuando a vi pela primeira vez achei que estava sonhando. Afinal, o que uma mulher como ela viria procurar ao falar comigo, entretanto, tudo rolou ladeira abaixo quando me disse sem rodeios que meu irmão morreu, que alguém o assassinou e que a úni...