28. Sim, eu sei, estou viciado

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Derick

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Derick

— Isso não é o que eu imaginava — digo ao erguer os braços na frente do meu rosto sentindo como se os ossos dos meus antebraços fossem rachar tamanha a força exercida pelos seus punhos ao me acertarem.

— Queria algo mais romântico? Uma dose de veneno? Uma adaga afiada? — pergunta ao girar seu corpo me atingindo com o seu calcanhar e devo ter sorte de ter conseguido erguer meu braço antes de novamente ter minha cara espatifada.

— Viramos romeu e julieta por acaso? — pergunto ao quase tropeçar em meus próprios pés na tentativa de não ser atingido. Chão: zero, Luna: já perdi as contas.

— Morte por envenenamento é plácida demais para um lobo, só existe duas opções para nós, morremos de velhice ou em meio a uma luta sangrenta. —— Me lembro de como meus pais morreram, de como suas mortes poderiam ter sido evitadas se não houvesse tantos inimigos querendo o sangue da minha família sendo derramado.

É como se nascêssemos amaldiçoados, e não há escapatória para maldições, você aprende a lidar com ela, com a dor que causa, mas no final não pode escapar. A dor persegue e faz com que sangre ao final de cada dia.

Como uma ferida aberta que não pode ser maquiada por qualquer cuidado, apenas dói, lateja e torna a sua cabeça um antro de pensamentos dos quais não se orgulha, mas o que fazer quando a dor é mais forte do que qualquer desejo?

— Não vejo placidez no nosso futuro — Sorri, deve ter uma visão semelhante, mesmo que provavelmente acredite que vai acabar morrendo em uma poça de seu próprio sangue, entretanto, não vejo alguém sendo capaz de a ferir.

Contudo, ninguém creria que seu irmão morreria pelas mãos de alguém também, mesmo assim aconteceu, algum indivíduo teve a força de o matar, e se acontecer algo com ela também? Poderia lidar com isso?

Somente esse pensamento faz com que meu coração se encolha, com que minha mente perca o ritmo e se encha novamente com uma onda gigantesca de frustrações acompanhadas pela dor.

— Não tem como concordar mais com você — fala e eu meneio a cabeça me assustando quando preciso desviar de seu punho que passa próximo ao meu rosto levando o ar com tanta força que ouço o som do espaço sendo cortado. — Jonas tem feito um bom trabalho com você.

— Um bom trabalho? Já teria tido a minha cara esmagada algumas vezes se ele não me ajudasse. — Sinto como se toda a minha palma fosse se partir quando consigo segurar o seu soco, quase tenho a experiência de ter a minha carne dilacerada. Meus olhos se esbugalham ao denunciar o quanto não acredito que isso acabou de acontecer, que pude realmente parar seu ataque.

— Tenho que concordar, Jonas é um bom instrutor, pensei que poderia me arrepender, pois ele poderia não fazer um bom trabalho já que são amigos tão bons, mas estava errada — Luna chegou a pensar que ele poderia pegar leve por conta da nossa amizade? Duvido que o faria.

Lua sangrenta - Série Lobos de Ayvalle | Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora