Adolescência V

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Embora Osamu tivesse resistido inicialmente a oferta da jaqueta de Suna, seu corpo agora fazia questão de se rebelar contra as próprias vontades de seu cérebro. Com seu corpo preso a um tecido quente, confortável e cheio de sentimentos, foi difícil para que Osamu devolvesse a jaqueta novamente para seu dono quando o fim da caminhada para casa terminou.

Quando Osamu a oferece de volta para Suna, retirando-a com um pouco de dificuldade e resistência, o antigo bloqueador do meio apenas pisca de volta para ele, sem uma reação concreta.

"Você pode me devolver amanhã." Suna diz quando a jaqueta está a um passo de sair de seu corpo. O ar frio voltando a fazer seu trabalho ao arrepiar a pele de Osamu.

Osamu franze o cenho e para o deslize da jaqueta. Depois de se sentir tão bem com a jaqueta de Suna, Osamu começou a achar a oferta tentadora.

"Tem certeza?" É a única coisa que Osamu diz, facilmente tentado a aceitar a oferta sem nenhum tipo de reclamação.

Suna apenas acena. Sem saber o que fazer ou o que responder, Osamu também acena de volta, voltando a colocar os braços dentro da roupa. O calor voltando a se instalar rapidamente em sua pele arrepiada.

Parecia infantil se sentir tão confortável com um pedaço de roupa, mas agora, Osamu não poderia se importar menos. Aquela jaqueta, sem que ninguém além dele mesmo soubesse, já havia passado por muito nas mãos de Osamu. Mas agora, ela estava em suas mãos pelos motivos certos.

Desta vez, era o próprio Suna, ao vivo e em cores, lhe oferecendo para ficar com ela. Não havia um Atsumu consumido por filetes de raivas deprimentes dizendo para ele ficar com aquele pedaço de roupa. Também não havia um clima fúnebre e desagradável.

Assim como a peça de roupa, o clima agora estava quente e agradável.

"Então." Suna diz, quebrando seus pensamentos. "Estou indo para casa." Ele aponta para a rua onde mora, indiferente.

"Certo." Osamu responde rapidamente, sem perceber que ele estava se aconchegando ainda mais dentro da jaqueta do outro.

Suna apenas olha para ele com a mesma expressão de sempre. Osamu não pode lê-la desta vez, mas ele sente que não há nenhum tipo de pensamento estranho se passando pela cabeça de Suna nesse momento. O antigo bloqueador do meio o encara por alguns segundos até assentir com a cabeça novamente, se virando em direção a sua casa.

Osamu fica ali por alguns minutos até que a silhueta de Suna suma por conta da escuridão da noite que havia chegado. Quando uma ventania relativamente fria passa por ele, Osamu sabe que é hora de parar de ficar encarando e finalmente voltar para casa.

Por sorte, ao caminhar em passos lentos em direção a sua rua, Osamu não se sente sozinho.



Quando Atsumu chega em casa, exatamente vinte minutos depois de Osamu, o gêmeo mais novo ainda está vestindo a jaqueta de Suna, deitado confortavelmente em sua cama após um banho quente.

Osamu apenas ficou preguiçoso demais para procurar uma nova muda de roupas quando saiu do banho. A jaqueta de Suna era a peça de roupa mais próxima de si naquele momento. Vencido por sua preguiça, Osamu a agarrou e a colocou de volta sem pensar duas vezes.

Se ele não tivesse que devolvê-la no dia seguinte, Osamu cogitaria a ideia de lavar a roupa para Suna. O perfume que havia nela era agradável, mas uma roupa que era usada depois de um treino intenso de vôlei merecia ser lavada por pelo menos três vezes na semana.

Wherever You Will GoWhere stories live. Discover now