Capitulo 6 - Beatrice

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Beatrice via de perto os olhos negros que tanto havia sentido falta. Seu coração parecia que sairia pela boca e sua pele onde ele havia tocado, parecia que queimaria até consumi-la por completo.
Todas os sentimentos que Beatrice tentava conter veio a tona ao ver Matteo ali tão perto, o seu perfume forte emanava preenchendo o ambiente.
Desde que tudo aconteceu, ela tentava dia após dia, semana após semana pensar menos nele e pedia aos céus para que nunca mais pudesse vê-lo, mas infelizmente seu pedido não fora atendido, ele estava ali a encarando com o rosto que já dava sinais de machucado pelos socos de Lucca. 
— Você não acha que já a machucou o suficiente? Seu amigo vociferou. — Fique longe dela!
Matteo virou o rosto da direção de Lucca, e tomado por uma fúria que Beatrice conhecia bem, partiu para cima dele. Matteo deu uma cabeçada no seu amigo, o derrubando enquanto com os punhos começava a soca-lo.
— Você não sabe de nada seu imbecil! Quem é você para se intrometer entre mim e Beatrice? Dizia enquanto acertava o rosto de Lucca com um soco com cada vez mais violência.  
— Parem! Gritou na esperança de que contesse Matteo que socava o rosto de Lucca sem parar.
— Você não tinha o direito de tirá-la de mim, seu maldito! Falava entre os socos.
Lucca tentava se defender mas ela sabia que não conseguiria, Beatrice conhecia a força de Matteo. 
Ela olhou na direção de Mavi e a garota olhava tudo com os olhos assustados e Beatrice viu o medo dela naquele momento antes que gritasse.
— PAREM! A jovem gritou tapando os ouvidos.
A atitude de Mavi fez com que Matteo parasse e olhasse em sua direção. Cuspindo o sangue acumulado na boca, se levantou cambaleando com o rosto ensanguentado. Lucca já estava com dificuldade de abrir o olho enquanto apertando as costelas, se levantava e ia em direção a menina que estava paralisada. Ele a envolveu em seus braços enquanto sussurrava que estava tudo bem.
— Mia luce, preciso que me ouça. Matteo falou tentando se aproximar com a mão estendida. Ao ouvir aquele apelido da boca dele, Beatrice sentiu o coração gelar enquanto se lembrava das noites em que ouvia isso em seus sonhos e pesadelos. — Beatrice, eu... Nós...
Foi então que ela se lembrou das palavras que ele lhe disse aquele dia e da dor que sentiu ao ver o ódio no seu olhar. Ela não iria permitir que ele a ferisse com palavras novamente, queria ficar o mais longe possível daquele homem. O Matteo que ela amava não existia mais. 
— Vá embora e não me procure mais! Tentou manter o controle em sua voz 
— Nós precisamos conversar... por favor. Ele disse em tom de súplica. 
— Se você tem o mínimo de consideração por mim, nunca mais me procure. Ouviu? NUNCA mais. Disse entrando no seu apartamento e batendo a porta com toda sua força 
Beatrice deu de cara com Ella que havia acabado de sair do banho, ela respirou aliviada pela a amiga não ter visto toda a confusão.
— Beatrice, abra por favor. Vamos conversar. Disse do outro lado da porta.
— Vá embora Moretti e deixe ela em paz. Beatrice ou ia as vozes abafadas enquanto sentia aquele pavor começar a domina-la.
— VÁ EMBORA! Gritou. 
Ella a olhava com os olhos assustados, não sabia nada sobre a antiga vida de Beatrice.
— Helena, o que está acontecendo? Quem é  Beatrice? Perguntou 
— É tudo um engano, um engano! Repetiu para a amiga e para ela mesma.
Beatrice ouviu os passos firmes de Matteo se afastarem, só assim deixou a porta, indo em direção ao seu quarto seguida por Ella que lhe fazia perguntas que não poderia responder. 
— Ella me deixe sozinha por favor. Falou ao entrar no quarto e fechar a porta atrás de si e se jogar de joelhos no chão sentindo um peso em seu peito que a impedia de respirar
Aquela sensação a dominava fazendo seu coração se fragmentar ainda mais, ver Matteo, sentir ele tão perto, fez toda aquela dor se intensificar. As lágrimas escorriam pelo seu rosto e inundava o seu ser. A escuridão de seu quarto a abraçava e toda aquela dor a mantinha inerte a aquele misto de sentimentos ruins, o ar parecia ter desaparecido e ela tentava inutilmente respirar, Beatrice ofegava enquanto deitava o seu corpo no chão frio, naquele instante desistiu de levar o ar que faltava para seus pulmões e se entregou a sensação de morte que a perturbava.

Diurno - Entre A Luz E A EscuridãoOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz