6. Decepções

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— Você leu as mensagens? — Perguntou ele envergonhado.

— Li sim. O que você quer me mostrar e/ou falar?

- É que... Eu estou começando a gostar de você, desde que eu te conheci não consigo parar de pensar em você. E o que eu queria te mostrar é isso... — Então ele me puxou para ele e me beijou! Fiquei surpresa a princípio, mas logo fechei os olhos e retribui o beijo.

Quando abrimos os olhos o pessoal todo estava nos olhando o que me deixou muito vermelha, até tiraram fotos.

— Joey, você gostaria de ir amanhã a minha festa com meu acompanhante? — Perguntei.

— Sério? Claro que quero ir.

— O tema é Antigo Egito. Espero que você vá de Faraó.

— Não irei apenas como Faraó, irei como o seu Faraó. — Ele pegou minhas mãos e me beijou de novo, mas dessa vez fomos interrompidos por Téa e Yugi.

"Meu primeiro beijo havia sido ali com o Joey, sempre imaginei meu primeiro beijo e foi diferente"

Já que eles estavam ali sem fazer nada, pedi para que eles me ajudassem com os preparativos para festa. Eles toparam e então nos fomos até o galpão alugado pelo meu pai. O lugar já estava todo decorado, tínhamos apenas que encher alguns balões, o que foi feito rapidamente com a ajuda deles. Haviam deixado também duas fantasias de Faraó e duas de Rainha, então dei uma de Rainha para Téa e as de Faraó para os meninos.

Saímos de lá e nos despedimos de Téa e Yugi, que tinham que ir para suas casas. Então Joey me levou a uma ponte realmente muito linda, onde ficamos observando a magnífica paisagem juntos. Quando dei por mim o sol já estava se pondo e era hora de eu voltar para casa. Despedi-me do Joey e voltei correndo para a escola, que não ficava longe dali, onde o piloto do jatinho estaria me esperando.

Pela milésima vez, acabei esbarrando no Kaiba. Ele se virou para mim e disse raivosamente:

— Ah! Não, de novo não! Vem cá, você por acaso colocou um GPS em mim?

— Não coloquei nada em você. Só uma coisa, você costuma mandar mensagens ofensivas para os outros por quê?

— Eu não mandei nenhuma mensagem para você, não perco meu tempo com pessoas do seu tipo — E virou as costas para mim.

— Ah! É, olha isso e me fala que não foi você que enviou — Puxei-o de volta e mostrei a mensagem. Ele leu, olhou para mim e riu.

— Não fui eu, eu não tenho o seu número, e se tivesse teria apagado — Rebateu pouco ligando para o que eu falava.

— Abusado, manda mensagem para os outros e depois fingi que não. Bem do seu tipo, nervosinho e imbecil — Respondi estressada. Aquele garoto já estava esgotando minha paciência.

— E você, sua mentirosa louca e antipática.

— Louca até vai, mas mentirosa e antipática já é demais! Olha me desculpa Kaiba, eu não quis esbarrar em você, nem sabia que você estava aqui, foi tudo uma coincidência. Vamos voltar a nossa vida ao normal, onde você não fala comigo e eu não esbarro em você ok? – Propus, me recompondo. Não iria me estressar por causa dele.

Kaiba nem me respondeu, apenas me deu as costas e foi embora. Suspirei derrotada, e continuei meu caminho até a escola. Subi até o terraço, onde o jatinho já me esperava. Entrei nele, sentei na poltrona e fique observando a paisagem rapidamente mudar enquanto subíamos. Minutos depois Joey me mandou uma mensagem: "Boa noite! Amor".

Li a mensagem e fiquei pensando em como tudo tinha mudado. Dois dias atrás eu não tinha nada, agora tenho amigos, um paquera e um inimigo. É, acho que nenhuma outra menina conseguiria tudo isso tão rápido. Dei uma risada baixa e logo peguei no sono.

Acordei meio grogue. Esfreguei os olhos e percebi que alguém tinha me colocado na minha cama. Caminhei até o banheiro, tomei uma boa ducha para despertar de vez e me troquei para ir a escola. Desci as escadas aos pulos em direção a cozinha. Quando entrei os funcionários me olharam um tanto espantados.

— Bom dia! Pessoal! Tô morrendo de fome. — Falei alegre, relembrando os tempos em que eu era pequena e vivia fazendo bagunça ali.

— O que você faz aqui Marina? — Perguntou Amélia, a mais velha das empregadas.

— Vim tomar meu café aqui, junto de vocês. Senti saudades do tempo em que era criança e vinha aqui na cozinha para "cozinhar", lembra? — Perguntei dando uma risada.

— Se me lembro, você era uma danadinha — Riu Amélia. Ela serviu meu café da manhã e ficamos batendo papo até a hora de ir para escola.

Entrei no jatinho e vi minha roupa egípcia com o seguinte bilhete do meu pai: "Marina, tive que sair para resolver alguns negócios. Desculpa, mas não poderei ir a sua festa, só vou voltar na quinta-feira da semana que vem. Beijos do seu pai".

Li o bilhete com desapontamento, mas de certa forma já esperava por isso, ele sempre fazia isso comigo. Quando cheguei na escola comecei a procurar por Téa, mas não sei em qual momento comecei a chorar. Só sei que as lágrimas eram tantas que nem sabia por onde andava. Tropecei em alguém (dou um prêmio para quem adivinhar). Seto Kaiba se virou irritado e reclamando quando percebeu que eu chorava então se afastou sem dizer nada.

Como não achei Téa, fiquei ali no pátio chorando, nem ligando que a aula tinha começado. De longe, Kaiba me observava chorar feito uma criancinha. Ele vinha caminhando em minha direção quando Joey apareceu e sentou ao meu lado, fazendo Kaiba desviar a direção e ir embora.

— Por que você está assim Marina? — Perguntou ele preocupado, me abraçando.

— Você não entenderia... Meu pai me faz promessas, mas nunca as cumpre. Eu não tenho um pai presente, ele está sempre viajando. Ontem ele não tinha nada para fazer e hoje inventa uma desculpa só para não ir a minha festa — Desabafei, abraçando-o e chorando em seu ombro.

— Por incrível que pareça eu também tenho um pai assim. Meu pai é alcoólatra, não posso contar com ele pra nada. Meus pais são separados, minha mãe levou minha irmã Serenity e eu fiquei com meu pai, então eu entendo você. — Ele se desvencilhou do abraço e secou minhas lágrimas com um pequeno sorriso.

O sinal do intervalo bateu e eu e Joey fomos até onde o restante da turma estava.

— Por que você não apareceu na aula Marina? — Perguntou Téa.

— Eu não estava me sentindo muito bem, mas já estou melhor — Sorri e olhei para o Joey, depois me virei para ela novamente: — Depois da aula vocês podem ir até o galpão comigo, ver se ficou bom? Porque ainda tenho que testar as músicas e ver se mandaram os salgados e doces, essas coisas.

— Sim, nós vamos com você — Respondeu Téa – Tô tão, ansiosa para a sua festa! Ah, mas antes podemos passar na minha casa para eu poder pegar minha fantasia?

— Porque não nos encontramos lá depois? — Tristan propôs e nos concordamos.

O intervalo acabou e a aula seguinte era de matemática. Não prestei muita atenção na aula, e pelo visto nem Kaiba também, já que a cada cinco minutos virava para rás e ficava me olhando. A aula acabou e esperei os outros saírem, só ficando na sala Téa, Joey, Yugi, Tristan e eu. Combinamos de nos encontrar no galpão, e eu fui à frente para já adiantar alguns preparativos.

O Diario de Marina PegasusWhere stories live. Discover now