4. Destino?

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— Ok então, meu pai é... Maximillion Pegasus.

O silêncio foi total até que Yugi perguntou:

— Ele diz que era para me proteger, por isso nunca falou nada. Mas, na verdade, acho que não é bem por isso.

— Nossa, e a sua mãe? — Perguntou Téa

— Ela morreu alguns dias após eu nascer. Desde então meu pai cuida de mim. Nunca tinha saído da ilha sozinha, a não ser com ele, nunca estudei em nenhuma escola, só com tutores particulares. Era um saco, ainda bem que agora eu estou estudando aqui e finalmente tenho amigos — Sorri para eles.

O sinal bateu e o pessoal foi para a sala, mas eu fui primeiro ao banheiro, me olhei no espelho e passei mais um pouco de gloss. Quando ia saindo esbarrei de novo no Kaiba.

— Você de novo? — Gritou ele — O que quer de mim? Para de ficar me esbarrando e de olhar para mim na sala de aula o tempo todo.

— Olha, não esbarrei em você porque quis tá? E é você sempre que fica no meu caminho quando tô andando. — Falei realmente com raiva dele — Depois, eu nem olho para você, eu olho para a lousa. Não tenho culpa se você senta na frente, até parece que ia perder meu tempo olhando para você. Sério, sinto pena da garota que é sua namorada, ela deve ter algum problema.

— Eu não tenho namorada — Respondeu ele nervoso, se bem que ele está nervoso o tempo todo.

Não tem não? — Falei espantada e um pouco alegre, confesso. Ei, ele era bem bonitinho.

Na hora que ele iria me responder, o inspetor chamou todos que estavam no corredor para entrarem na sala. Fomos sem falar um com o outro. Quando entrei na sala, Téa estava guardando o meu lugar ao seu lado com minha mochila. Sentei no lugar bem quando o professor começou a falar.

— Pessoal, a direção me mandou dar uma notícia a vocês. Amanhã o criador de monstros de duelo, Maximillion Pegasus vai dar uma palestra aqui.

— Uau, seu pai aqui amanhã? Ele deve querer cuidar de você mesmo, hein? — Téa me disse baixinho e rindo.

— Ah! Veio mesmo cuidar de mim — Revirei os olhos — Aposta quanto que ele não vai falar nada de mim, só do seu amor por monstros de duelo.

— Mudando de assunto, falou com o Seto Kaiba? Conseguiu achar algo em comum entre vocês? — Disse rindo.

— Não conversamos ainda, só brigamos agora a pouco, tudo porque eu esbarrei levemente nele. Até parece ser feito de vidro — Ri.

— Por fora e de vidro, mas por dentro é de plástico. — Riu ela também.

A aula acabou então Téa, e perguntou se eu queria sair com ela. Óbvio que respondi que sim. Ela me mostrou a cidade, e no meio da nossa diversão encontramos Kaiba, justo na lanchonete onde Téa trabalhava.

— Você é muito legal Marina, nunca me diverti tanto como hoje. — Falou ela.

— Téa você é a primeira amiga que eu tenho e que me diz isso — Então começamos a rir descontroladamente.

O Kaiba apenas ficava olhando as pessoas, como se estivesse esperando alguém, então do nada um menino chega e se senta junto dele.

- Oi! Irmão, demorei muito? — Disse o garotinho sorrindo.

Eu escutei e olhei para Téa, mas na hora meu celular tocou e era meu pai. Ele perguntou onde eu estava, e eu respondi que tinha saído com novos amigos, aí ele começou a fazer um discurso sem fim que eu nem prestei atenção, só olhava uma cena que havia me chocado. Kaiba dando um sorriso rápido.

Quando fui dar tchau pro meu pai, percebi que ele já havia desligado. Téa me olhou confusa, então paguei e saímos. Depois que atravessamos a rua eu perguntei para ela, rindo:

— Você viu aquilo?

— Não. Do que você tá falando?

— Kaiba dando um sorriso. Quase fiquei traumatizando com a cena — Falei irônica.

— Foi tão rápido que nem percebi, só vi que você olhava para ele. Acho que você não percebeu, mas quando a geste estava conversando o Kaiba não parava de te olhar, aí quando você olhava para ele, ele tentava disfarçar — Disse ela normalmente, porém com um sorriso.

Então nos despedimos e fui pegar o jatinho. Entrei nele, deitei na poltrona e desmaiei de cansaço, só fui acordar quando o piloto já havia pousado na ilha. Saí e entrei no castelo, não vi nem meu pai, fui diretamente tomar um banho. Coloquei uma roupa confortável e desci para jantar. Sentei-me ao lado do meu pai, que me disse com uma amabilidade muito suspeita:

— Oi filha, como foi seu dia?

— Como o de uma garota normal. Fiz algumas amizades, saí com uma amiga... Mas não muda de assunto pai, porque você vai à escola amanhã? — Perguntei desconfiada.

— Para motivar o pessoal da sua escola e anunciar que eu irei fazer um torneio de monstros de duelo aqui na ilha — Disse ele olhando para o copo de vinho e tomando-o devagar.

— Pai, isso é mesmo necessário? Por favor, deixa de lado o trabalho um pouco, e tenta focar mais na minha vida! — Falei um pouco revoltada. Poxa, tudo o que eu quero é que ele me de mais atenção, mas ele só pensa nos monstros dele.

— Okay, o que quer que eu faça?

— Já que meu aniversário foi essa semana, eu gostaria de saber se você poderia fazer uma festa para mim, para eu convidar o pessoal do colégio. Mas tem que ser lá na cidade Dominó — Falei já me animando.

— Tudo bem, convide os seus amigos, que sábado você terá sua festa e eu estarei lá como seu pai, e não como o criador de monstros de duelo — Me disse ele parecendo entusiasmado de verdade, me dando um abraço amoroso.

Após jantar rapidinho, subi para meu quarto e vi que em cima da minha escrivaninha, o celular vibrava continuamente. Vi que eu havia recebido três mensagens novas. Achei estranho, mas depois me lembrei que havia dado meu número para o Joey.

Na primeira mensagem estava escrito: "Marina, eu gostaria de falar com você". A segunda era: "Marina, amanhã na escola tenho uma coisa para te mostrar". E a terceira: "Agora deu para me seguir? Olha não me interessa quem você seja só me deixe em paz.". O número não era identificado, mas eu apostava 500 paus que era do Kaiba. Só não sabia como ele havia conseguido meu número.

Fui dormir fervilhando de raiva e ódio dele, pensando porque o destino sempre me empurrava para cima dele, literalmente. Só podia ser para me dar um ataque do coração antes dos cinquenta anos.

O Diario de Marina PegasusWhere stories live. Discover now