𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳

𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟖𝟐 🦋 Ah, dane-se

─ Fica de boa, não vai mudar nada entre a gente. – eu digo.

─ Que bom. – ele diz. – Ufa.

Rio com sua preocupação sem sentido.

A porta do elevador se abriu, finalmente.

Pegamos nossas malas e saímos daquela lata de merda.

Andamos pelo corredor, procurando o número do nosso quarto.

Colocamos a chave no leitor e a porta se destrancou.

Graças a Deus, duas camas de solteiro!

O quarto era todo branco, um tom mais bege.

As camas tinham cabeceiras marrom claro, um abajur em cada criado mudo, e um banheiro.

Tinha também um armário.

─ Beleza. – eu digo. – Não vamos tirar as roupas da mala, mais fácil.

─ Tá bom. – ele diz.

Colocamos nossas malas no armário.

Eu estava mexendo no meu celular, avisando meus pais que chegamos, e Gilson estava sentado em sua cama, olhando a janela com vista para o mar.

Desliguei meu celular e sentei-me ao seu lado.

Não estavamos conversando, apenas olhando a vista.

Gilson era um cara legal. Era o com mais senso entre os nossos amigos.

Eu gostava dele, e, ele gostava de mim.

Não sei se ainda existem sentimentos ligados a mim da parte dele, mas, talvez exista da minha parte.

─ Ah, dane-se. – eu digo.

Virei o queixo de Gilson para o meu rosto e uni nossos lábios.

🎀 Tainá Narrando  🎀

Ok, vou dividir quarto com uma pessoa que eu nunca vi na vida.

Medo? Não, magina.

Fui até o elevador, digitei o número do meu andar e esperei ele subir.

Eu estava aflita.

Vai que é um assassino e eu não tô sabendo?

A porta do elevador se abriu, mostrando logo de cara o corredor do meu quarto.

Eu estava apreensiva.

Peguei minha mala e andei pelo corredor, checando o número e procurando o mesmo.

Parei na frente do quarto 226, e logo vi um garoto alto, de cabelos louros e olhos azuis bem claros.

─ Oi... – ele diz, dando um meio sorriso.

─ Oi... – eu respondo, devolvendo o gesto.

─ Você deve ser a Tainá, eu sou o Gabriel, mas pode me chamar de Goularte. – ele diz, erguendo sua mão para me cumprimentar.

─ Prazer. – eu digo, apertando sua mão.

─ Eu sei que deve ser meio estranho esse negócio de dividir quarto com um desconhecido, mas juro, eu tento ser legal. – ele diz e nós rimos.