09/01/2019 17:20
MARÍLIA
- Amiga você volta quando? - Perguntei com dificuldade pois o lugar que a Ava estava tinha péssimo sinal de celular juntando com a música alta da festa aqui em casa. - Não veio nem para o ano novo. - Falo um pouco chateada.
- Foi mal amiga, mas dia doze já devo estar ai para matar a saudade. - Fala em meio dos chiados do telefone. - E minha perna já está melhor. Pode ficar tranquila.
- Que bom, você nos assustou muito com esse tiro. - Semana passado ela um tiro e aqui em casa ficamos apavorados. - Guto está morrendo de saudade. Me avisa quando for vir, eu te busco se quiser no aeroporto. - Falei e olhei para o Everton balançando a cabeça negativamente o informando que ela não viria por agora, enquanto o mesmo assentia e voltava a conversar com os jogadores bebendo cerveja.
- Sei que é difícil a falta de comunicação que temos aqui, mas vou recompensar quando chegar. Tenho que ir, estamos quase um hora conversando. - Nós rimos. - Amo vocês. - Falou com a voz um pouco embargada e percebi que eu estava do mesmo jeito.
- Tudo bem, amo você também. Tchau mana. - Nos despedimos e desliguei o celular indo até o Everton deixando algumas lágrimas escorressem.
- Ela está bem? - Perguntou preocupado e alto suficiente para os jogadores e suas esposas escutarem e nos olharem.
- Ela disse que tirou a bala da perna a tempo e que já estava melhor. - Falei sentando em seu colo.
- E quando ela vem? - Perguntou secando uma lágrima que escorreu. Sinto tanta saudade dela que fico chorando toda vez que ela liga, sempre fico pensando se ela vai voltar à salvo.
- Talvez no dia doze. - Falei sorriso leve um pouco mais animada.
- De quem estão falando? - Falou a insuportável da namorada do Gabriel, Rafaela.
- Ava, foi ela que me apresentou ao Everton quando éramos adolescentes. - Eu falei e eles assentiram.
- Aconteceu alguma coisa com ela? - Bruna, minha amiga e esposa do Diego.
- Ela é um dos médicos sem fronteiras na África e os escolta também quando precisam. - Everton responde e ele fazem caras de surpresos. - E semana passada ela levou um tiro e fez a cirurgia nela mesma sem esterilizar, por isso nossa preocupação.
- Uau. Quero conhece-la agora. - Disse o Pedro com um sorriso malicioso e eu reviro os olhos.
- Tá. - Rafaela falou dando de ombros. - Vamos esquecer ela e focar na festa dia doze para comemorar a estreia do meu Gabi. - Falou com a voz extremamente irritante abraçando o Gabriel. - Pega mais cerveja. - Falou rudemente para Maria que trabalha aqui assim passou por ela, não deixando despercebido pelos demais.
- Podem fazer aqui. - Everton disse quebrando o silêncio depois da cena que nos deixou desconfortável e olhei para ele rapidamente. - A Ava vai chegar no mesmo dia e apresentamos ela para eles. - Falou sussurrando para mim.
- É podem fazer a festa aqui no sábado. - Falei rápido e começamos a combinar tudo certinho.
12/01/2019
AVA
Depois da minha ligação com a Marília e nos despedimos, eu realmente chorei. Chorei como sempre por saudade, há cada seis meses em algum país diferente da África, volto para o meu país para ficar com minha família e trabalhar no meu hospital na Barra. Sou muito feliz no que faço, mas as vezes é doloroso ver tudo que esses países passam. Marília sempre se preocupa, pois já vi e vejo muita coisa.
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UM AMOR VERDADEIRO- FLAMENGO
FanfictionAva Albuquerque, fazia parte de um esquadrão militar que escoltava médicos da organização dos médicos sem fronteiras por seis meses na África, aos vinte anos. Ao retornar à sua cidade resolveu se formar em medicina e algumas de suas especializações...