eleven.

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𝓛𝓸𝓻𝓮𝓷

Última semana de aula, provas sendo finalizadas, últimos ajustes até as cartas das faculdades começarem a chegar em algumas semanas, Emma conseguiu um outro trabalho em uma empresa grande, estava como secretária e queria comemorar todos os dias, meu pai não parava em casa mas algo me diz que isso não é trabalho e eu estou preocupada. Lexi está agindo estranho e Fezco me mandou uma mensagem, me chamando de linda e eu não conseguia me concentrar em mais nada.

Eu devia fazer algo a respeito? provavelmente sim.

Meu aniversário está chegando e eu não estou tão animada assim com a quantidade de coisa que to na cabeça.

Hoje vou para a academia mas não vou poder ir pela avenida principal porque aconteceu um acidente ou sei lá o que, então vou ter que dar a volta no bairro do lado só pra chegar lá, um inferno total. E outra burrice foi ter que levar Emma no trabalho de manhã e não deu tempo de eu ir para a academia, então vou ter que ir agora a noite já que durante a tarde eu estava enrolada com coisas da escola.

Entrei no meu carro depois de ter vestido meu conjuntinho da shein baratíssimo, vestido uma blusa de frio leve por cima do top e entrei no meu carro.

Eu sentia um leve cheiro de creme que estava no meu cabelo, minha sobrancelha não estava parecendo uma taturana e minhas unhas estavam feitas, estava me sentindo bem em relação a mim mesma esses dias, e ao mesmo tempo extremamente ansiosa por coisas desnecessárias.

Cheguei na academia por volta das 19:00, estava meio cheia, o que é normal desse horário.

— Finalmente apareceu no turno mais legal dessa academia, fofa. — Escutei a voz de Camilo, um garoto que conheci aqui quando treinava a noite.
Ele tinha seus 22 anos e era um fofo, educado e bombado que só, além de ser extremamente engraçado.

— Treinar com um bando de velho de manhã deve ser uó! — ele disse eu gargalhei, te dando um abraço.

— Tem razão, as vezes é mesmo. — dou de ombros. — Faço perna hoje, e você?

— o mesmo, vamos juntos! — ele me puxou e caminhamos até a parte de cima da academia, onde ficava a maioria das máquinas para treino de pernas.

Depois de uma hora e meia resolvi ir embora, lavei meu rosto e nem cheguei a tomar banho lá nem nada, estava ficando meio tarde e como vou por um bairro que não conheço muito bem, fiquei com medo de ir muito tarde. Camilo me chamou para sair para alguma lanchonete mas eu não estava afim, queria chegar e comer alguma coisa, tomar um banho e descansar, mas é claro, nem tudo na nossa vida são flores, já que 9 minutos depois, em uma parte vazia da rodovia que nem se quer tinha passado dentro do bairro próximo, a porra dessa lata velha começou a tremer, diminuiu a velocidade e parou sozinha, consegui jogar para o acostamento, respirando fundo com as mãos no volante enquanto eu notava a fumaça sair do capô.

— Porra! PORRA! Não fode, lata velha do caralho. — Soquei o volante com força, sentindo meu punho arder. — Caralho! — abri a porta do carro, que até chegou a travar na hora de abrir, parei meus movimentos, respirando fundo para não enlouquecer.

Está tudo bem, alguém vai passar aqui e me ajudar.

Está tudo certo, vou chamar o guincho e está tudo bem.

300 dólares o guincho.

Tudo bem, posso pegar dinheiro emprestado com meu pai e devolver depois, está tudo na paz de Deus.

Exceto que não está.

Soquei o volante de novo, forçando a porta, e quando ela abriu eu caí com as mãos no asfalto molhado, e quando levantei meu corpo, a porta voltou e bateu na minha cabeça.

Raiva, e era tudo isso que eu conseguia sentir, muita raiva, tive que permanecer sentada no chão por 3 minutos até que alguma lágrima de raiva descesse e eu me acalmasse. Não ia adiantar nada eu chorar de raiva, eu teria que resolver.

Me levantei, caminhando até a frente do carro e abri o capô, não vou fingir que sei qualquer coisa aqui porque seria mentira.

Coloquei as mãos na minha cintura, e de longe vi um farol apontar, então fiquei na pontas dos pés balançando mau braços quê nem uma imbecil, mas o carro passou na maior velocidade e me ignorou.

— IDIOTA!!!! — gritei.

Corri pra dentro do carro e me sentei, ligando para Emma.
E óbvio, ela não me atendeu, assim como meu pai também não, e a Lexi muito menos.

Liguei pra Cassie que atendeu no segundo toque.

— Hey, Loren. Estou no meio de algo agora okay? me liga mais tarde. — Sua voz estava ofegante.

— Cass eu preciso..— escutei o bip do telefone e bufei de raiva, garota idiota. — Inferno.

Passei meia hora tentando ligar para meu pai, e nada.

— Merda merda merda. — gritei, socando o volante pela décima vez.

Eu juro, me surpreendo com minha capacidade de ser azarada, tudo bem que meu carro não é o mais novo, mas era difícil ele dar uma dessa, sempre aguentou tão bem a pressão.

— Juro, lata velha. Você me decepcionou demais dessa vez.

Depois de uma hora e meia tentando falar com alguém eu desisti, estava com raiva e querendo me jogar na frente de qualquer caminhão que passasse aqui, mas o problema é que ninguém esta passando, e quem passou não deu a mínima.  

Respirei fundo com a ideia de girico que passou na minha cabeça, jogando minha cabeça no volante.

Puxei meu celular do bolso, clicando na mensagem que Fezco me enviou por último, a única.. 

E cliquei no teclado, digitando rapidamente e fazendo bom proveito dos meus 20 segundos de coragem. 

"Ei, preciso de ajuda." 

E assim que eu enviei a mensagem joguei o celular no outro banco, porque o arrependimento me acertou em cheio. E o barulho da notificação amassou meus ouvidos, e a tela acendeu com uma mensagem curta como resposta. 

"Localização, linda."


sweet gangster [fezco]Where stories live. Discover now