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1975- Hogwarts


Sirius Black, o grifinório popular, membro de um dos grupos mais admirados da escola, melhor amigo de James Potter, amigo e protetor de Peter Pettigrew e alguma coisa a mais de Remus Lupin, se encontrava sentado no pátio de Hogwarts, aproveitando o sol e a calmaria daquele sábado a tarde para poder observar o irmão mais novo de longe.

Regulus, que era incrivelmente o oposto do irmão, se mantinha sentado em um dos bancos, do outro lado do jardim do castelo, os cabelos mais longos do que a mãe achava bom, as vestes do uniforme substituídas por uma camisa branca de botões remangada até os cotovelos. Se Walburga o visse, pensou Sirius, teria um ataque do coração. Regulus ria, realmente contente, ao lado de Pandora Ollivander e Emmeline Vance, duas corvinas que se tornaram amigas do garoto logo em seu primeiro ano. Era um trio incomum e que, raramente, era visto perambulando pelo castelo. Isso se dava porque, embora as garotas gostassem muito do amigo e ele delas, era perigoso que fossem vistos juntos por muito tempo. Pandora era puro sangue, mas não compactuava das ideias da maioria dos bruxos que também tinham o sangue "puro". Enquanto isso, Emmeline era mestiça, sua mãe era trouxa e isso a punha em risco aos olhos de Regulus.

Sirius não falava em voz alta, mas era grato àquelas duas por estarem com seu irmão e por fazê-lo sorrir. Internamente, o Black mais velho não conseguia se conter ao ver como Regulus olhava para Emmeline, como sempre que sorria seus olhos buscavam o da corvina. Muitos cochichavam pelos corredores que Regulus e Pandora estavam tendo um caso secreto, mas o fato era que os dois eram como James e Sirius, havia lago que os ligava e eles se entendiam melhor que qualquer um. Além disso, todos que parassem para pensar um pouco, notariam que Pandora tinha uma queda nítida por Xenophilius Lovegood, um corvino meio esquisitão na opinião de Sirius.

Sirius viu Lucius Malfoy se aproximar do grupo, com seus cabelos loiros e sorriso arrogante, os olhos fixos em Emmeline, pronto para um dos ataques que os Malfoy sempre direcionavam aos nascidos trouxas ou mestiços. Enquanto Sirius preparava a varinha e estava pronto para se levantar, Regulus agiu. O mais novo se pôs de pé, o queixo erguido e a arrogância característica dos Black gravada em seu rosto. Pandora e Emmeline também haviam se posto de pé, a corvina de cabelos escuros segurando a varinha de forma discreta. Mas, fosse o que fosse, Lucius não se aproximou mais. Talvez tivesse relação com o que Regulus dissera sobre delatar a sua família que o loiro o estava perturbando, o que cancelaria o casamento dele e da prima de Regulus, Narcisa, o que não favorecia os Malfoy de modo algum. Quando Lucius se foi, Sirius viu Regulus se aproximar de Emmeline, um pedido de desculpas silencioso que foi descartado pela morena, que abraçou Regulus antes de se afastar e deixar um beijo na bochecha dos mais novo. 

O Black mais novou confidenciou a Pandora, depois que Emmeline havia ido, que a morena era como um dente de leão e que ele amava dentes de leão. 

Durante aquele tempo, Sirius acreditava que Regulus teria salvação, que poderia ajudá-lo e que, talvez, Emmeline pudesse tirá-lo daquela vida. 



1993- Na Londres Trouxa


Jeanine estava parada em frente a uma das casas que gostava de admirar, próxima a padaria trouxa que havia se tornado sua preferida quando mais nova. Com treze anos, Jeanine Snape era uma garota com várias sardas espalhadas pelo rosto claro, olhos acinzentados e curiosos, o cabelo castanho passava a maior parte do tempo preso em um rabo de cavalo ou em tranças. A tarde de final de agosto, quente, permitia que a garota usasse um short xadrez em tons de azul e verde escuro, com fundo claro, uma blusa de mangas curtas vermelho grifinória (presente que havia ganho de Neville, um amigo da escola que dissera que a menina deveria ter algo na cor da casa). O All Star branco nos pés combinava com a mochila que a menina carregava, alguns livros, caderno de desenhos, lápis e uma câmera. 

O pai, Severus Snape, estava em casa, trabalhando em alguma de suas poções e havia autorizado que a filha fosse até a casa de uma das tias, Andrômeda, para passear. Jeanine sabia que Nynphadora, sua prima, estava ocupada no Ministério, trabalhando como auror agora. A tia e o tio haviam viajado, mas a menina tinha uma chave extra da casa deles e aproveitara a oportunidade para passear.

Foi andando pelas ruas de Londres, com um copo de café, que Jean percebeu que havia algo estranho acontecendo. Era acostumada a andar pelas ruas e encontrar crianças trouxas brincando com bolas, cordas, em grupos grandes. Mas as ruas estavam desertas, não fossem por alguns adultos apressados, todos carregando jornais e comentando sobre algo que havia neles. Quando encontrou a oportunidade, Jean pegou um dos jornais e sentou, no meio fio, observando a grande manchete.

"FUGA!

Assassino foge e põe em risco cidadãos londrinos. Conhecido como Sirius Black..."

Jeanine arregalou os olhos e parou a leitura  pela metade. Sirius Black? Sirius? 

-Seria possível? Mas... Não, não. O que?- A corvina sussurrava consigo mesma, tentando entender o que estava acontecendo. Jean sabia muito bem quem era Sirius Black, afinal, era difícil não saber algo sobre a família que defendia os ideais supremacistas da qual a jovem corvina vinha.

Sirius Black era seu primo de segundo grau, filho de Walburga e Orion Black, irmão de Regulus. Andrômeda costumava contar sobre o garoto (agora homem) que havia quebrado com a tradição dos Black de ir para a Sonserina. Sirius havia sido selecionado para a casa dos leões. Seu melhor amigo era James Potter, pai do menino que sobreviveu.

Jeanine só não sabia exatamente porque ele estava preso, afinal, os adultos evitavam falar sobre assuntos como esse com ela. Não havia necessidade de compartilhar esse tipo de informações com a garota. Mas agora, depois de doze anos, o rosto do primo estava estampado na capa do jornal como um fugitivo perigoso. A família Black era realmente tumultuada.

Guardando o jornal dentro da mochila, a morena correu de volta para a casa dos tios, torcendo para que o pai pudesse sanar suas dúvidas sobre a manchete. Foi, no caminho para casa que lhe ocorreu que, talvez, só talvez, fosse uma má ideia perguntar sobre qualquer um envolvido com o Potter para seu pai. Jeanine presenciava a forma como o pai tratava Harry durante as aulas, sabia que havia desgosto toda vez que Snape falava sobre Potter e que, a única pessoa com esse sobrenome que não lhe desagradava era Lily Potter, uma vez Evans.

- Jean?- A menina só se deu conta de que estava em casa ao cruzar com o pai na sala, enquanto o mais velho lia o Profeta Diário, a mesma edição que Jean guardava consigo na mochila. Quando o pai reparou o olhar da menina sob a manchete, tratou de dobrar o jornal e guardá-lo.- Vai para a Mansão Malfoy amanhã pela noite, lembra?

A corvina balançou a cabeça, subindo as escadas, rumo ao quarto, repassando a leitura e o rosto de Sirius Black, a forma como retrataram o completo inverso do que a tia havia lhe contado. Mas, afinal, quem estava mentindo?

Sirius era mesmo um assassino e Anddrômeda apenas quis preservar a imagem positiva dele? Como saber a verdade, que era o que Jeanine queria?

Questionando-se sobre o primo, sobre a verdade e um pouco incomodada com o que o novo ano letivo lhe reservava que a Snape pegou no sono, sua última visão sendo a consstelação do Leão, com sua estrela mais brilhantes chamando por ela.


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Olá! Hehe


Sweet CreatureWhere stories live. Discover now