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Lealdade


Anos mais tarde, quando estivesse em seu quarto, revendo tudo pelo o que havia passado em seus anos em Hogwarts, Jeanine consideraria o momento em que, ao invés de pular pela abertura na pia do banheiro atrás de Harry, seguiu o caminho em direção a sala do diretor, uma de suas atitudes mais inteligentes.

A morena se pôs a correr para o único lugar que sabia ser possível conseguir ajuda contra o basilísco. Ah sim! Um basilísco era a criatura que vinha apavorando os estudantes do castelo. Uma espécie de cobra assustadoramente grande, que usava os canos do castelo para circular e, quando necessário, saia para pegar sua presa. Jean e Theo havia descoberto se tratar da criatura em questão, mas o que lhes havia deixado em dúvida era como as vítimas havia sido petrificadas e não mortas. A questão era que, o basilísco, em momento algum, havia olhado diretamente para suas vítimas.

Quando chegou ao seu destino, a corvina adentrou a sala de Dumbledore ofegante, apenas para encontrá-la vazia. Por alguns minutos, a garota sentiu seu corpo travar, as pernas bambearem e seu coração se esvaziar da esperança de salvar a amiga e o garoto. Foi quando uma voz preencheu o lugar.

- Ah sim, eu vejo com clareza, nunca seria capaz de errar sua casa, senhorita.- A moreno buscou com cuidado a direção de onde a voz vinha, pousando os olhos no grande Chapéu Seletor, apoiando em um prateleira na sala.- Muito parecida com o pai, ah sim. Mas tem a lealdade da mãe,  isso também posso ver. Seu pai era ambicioso, se quer saber, vejo isso em você. 

A garota caminhou, cansada, em direção ao Chapéu, parando a sua frente. Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto da menina, como ela poderia ajudar Gina agora? Como cumpria com sua promessa a Dumbledore?

- Mas há isso em você também. Esse senso de justiça, de proteger os outros, essa vontade incansável de se mostrar capaz, para que se orgulhem de você. Muito parecida com eles, devo dizer. Sim, sim.- O grande e mágico pedaço de tecido se agitou e, após um bufar, teve, ao seu lado, a companhia da fênix de Dumbledore que estava escondida em um canto da sala.- Não pode estar presente em todos os momentos, criança, mas pode usar sua inteligência para ajudar os outros. 

-O que o senhor quer dizer?- Jean questionou, sentindo parte de sua esperança retornar quando a fênix repousou em seu ombro.

- Muito leal a Hogwarts, muito leal aos seus. Sabia, e imagino eu que sim, a fênix trata-se de um animal muito seletivo, escolhe aqueles de alma pura para repousar.- A criatura fez uma pequena mesura, um pedido de carinho que lhe foi retribuído, antes de voar em direção ao Chapéu, prendendo as garras em seu tecido.- Seu papel foi executado com perfeição, criança. Mantenha-se leal ao que acredita ser o certo e salvará a todos desse modo.

Sem que Jeanine pudesse dizer mais alguma coisa, a ave se foi com o Chapéu e, embora não pudesse ter certeza, a Snape sabia que estavam indo ao socorro de Harry e Gina.


Férias


A primeira coisa que Jeanine soube quando retornou para seu dormitório naquela noite foi que Dobby havia, finalmente, sido liberto. Dobby era um elfo livre. O elfo havia feito questão de visitar Jeanine e lhe contar como Harry Potter havia o tirado das mãos de Lucius, como o tio da menina era quem estivera por trás do diário que havia feito tanto mal a Weasley mais jovem e até a própria Jeanine.

Diferente de todos que havia se juntado no Salão Principal para comemorar que a escola estava em segurança, que o diretor estava de volta e que os petrificados estavam bem, Jean caminhou calmamente até a sala do pai com Atlas em seu colo, o gato siamês ronronando. Quando entrou no cômodo, Severus aguardava a filha de pé. Jean andou até ele, soltando Atlas antes de abraçar o mais velho com força.  Ocorreu a corvina que, muitos pais e filhas teriam uma conversa longa se estivessem no lugar dos dois, o pai provavelmente brigaria com afilha por ter sido imprudente e a filha diria que amava o pai e pedira desculpas. Mas, para Jeanine e Severus palavras não eram necessárias na maioria das vezes, os dois se entendiam perfeitamente bem e, foi desse modo, juntos, que permaneceram naquela noite.

O restante do trimestre passou tão rapidamente que a última pegadinha do ano letivo quase não foi feita, obviamente, Jeanine e os gêmeos deram um jeito de fazer tampas de privadas serem penduradas nos corredores. Não houveram mais aulas de Deesa Contra as Artes das Trevas, Lucius fora tirado do conselho da escola e Gina Weasley voltara a ser como um pequeno raio de sol, o que deixou a Snape e os dois irmãos mais velhos da ruiva, muito contentes.

E, então, quando todos deram por si, era hora de voltar. George dera um abraço tão apertado em Jeanine no momento de se despedirem que a menor imaginou que poderia se sentir abraçada até o dia em que se veriam novamente. Fred abraçou a menor e beijou sua testa, mandando que a "lindinha" se comportasse. Gina e Jean fizeram seu toque como despedida, Neville e Luna prometeram escrever para a amiga e Theo deixou claro que se veriam nas férias quando foi dividir uma cabine com os dois, aproveitando seus últimos momentos em paz, como o próprio havia dito.

Quando entrou na cabine que dividira apenas com Draco, a morena aninhou Atlas em seu colo e deitou a cabeça no ombro do primo, respirando fundo.

- Foi um ano e tanto, não é Dragão?

- Por favor, não vamos repetir, Nine!- Foi a resposta do loiro, que causou uma risada baixa da menina.- Obrigado por ter ficado comigo...

Jean entrelaçou a mão junto a do primo, sorrindo.

-Sempre, Dragão.

-Sempre, Nine.


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A-CA-BOU!!!!!!

Fim do segundo ano, meus amores!!!!

Mil desculpas pela demora nas atualizações e pelo capítulo super curto e meio bleh, mas prometo que vou começar com o terceiro ano da Jean! Agora, me contem, o que acharam do segundo ano, da nossa estrelinha?

Nox!

Sweet CreatureWhere stories live. Discover now