2.10

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Aquilo Que Ele Não Sabe (e nem deve saber)

Quando Jeanine abriu os olhos, não tinha muita certeza se tudo havia sido um sonho ou realidade. Ela havia mesmo descoberto que Quirrell, seu professor gago de DCAT estava ligado a Voldemort? Ela havia atravessado as tarefas dos professores de Hogwarts? Jeanine havia mesmo chamado Voldemort de uva passa?

A menina se manteve de olhos abertos, encarando o teto branco da enfermaria quando ouviu uma voz que sempre conseguiria reconhecer.

-Chame o de Voldemort. Sempre chame as coisas pelo nome que têm. O medo de um nome aumento o medo da coisa em si- Era o diretor ali, a algumas macas de distância, conversando com Harry Potter. Jeanine se esforçou em virar a cabeça na direção do garoto, ainda dolorida e um pouco enjoada. Harry, percebeu a corvina, parecia muito melhor do que estava na noite anterior. Sem cortes ou arranhões, apenas cansado. Com cuidado, Jean virou- se para o outro lado, tentando ignorar a conversa entre Dumbledore e Potter, afinal, não era nada educado ouvir a conversa alheia(a menina teve de segurar a risada, pois ela mesma tinha escutado atrás da porta várias vezes). Ainda muito cansada, Jean voltou a dormir, só acordando um tempo depois, quando Hermione e Ronald entraram na enfermaria e começaram uma conversa alto o suficiente para incomodaram Jean, que ainda tinha dores de cabeça. Quando eles foram embora e Madame Pomfrey deu uma poção para dormir para Harry, a menina sentou-se na cama, um pouco tonta.

-Ah, senhorita Snape! Que bom que acordou. Como se sente?- Madame Pomfrey poderia ser bastante rigorosa , mas tratava os pacientes com paciência.

-Minha cabeça ainda dói um pouco, mas estou bem. Como Harry está?- A enfermeira olhou para a cama do menino e, depois, voltou o olhar para Jean. A mulher admirava a preocupação da Snape que, mesmo tendo sido ferida gravemente, ainda se preocupava mais com os outros. Madame Pomfrey explicou que estava bem e que iria chamar o pai de Jean, que devia ser informado quando ela acordasse. Exatos dez minutos depois da saída da enfermeira, Severus Snape apareceu na enfermaria com as vestes esvoaçando, olheiras profundas e um semblante muito sério. Quando se aproximou da maca da menina, fechou a cortina ao redor e, com todo o cuidado que possuía, abraçou a filha. Os dois ficaram assim durante muito tempo, Jean agarrada ao pai, grata por tê-lo sempre ao seu lado. E o professor, acariciando os cabelos escuros da filha, agradecendo a qualquer que fosse o deus por ter protegido sua garotinha.

-Nunca mais, Jean, nunca mais se ponha em risco assim- Severus segurava a filha pelos ombros, a olhando no fundo dos olhos- Prometa, Jean!

A menina suspirou e deixou um beijo na bochecha do mais velho.

-Eu estou bem, pai. Nem sinto mais dor, não tem com o que se preocup...

-Não me enrole, Jeanine!- Severus olhou muito sério para a filha, queria implorar para que ela prometesse que ficaria segura, que não se metesse mais em problemas como aquele- Por favor, filha. Por favor.

-Tudo bem, pai. Está tudo bem- Então Jean voltou a abraçar Severus. Ela lhe contou detalhadamente o que havia acontecido, contou sobre cumprir as tarefas e sobre Quirrell e Voldemort. Severus disse a filha que, para todos os efeitos, Jean havia pego um resfriado dos feios, culpa do descuido da menina com os agasalhos. Madame Pomfrey havia proibido os amigos de Jean de visitá-la para que não corressem o risco de se infectarem. Mas que, em breve, ela poderia voltar a sua rotina normal. 

Para a infelicidade dos dois, Severus precisou deixar Jean, já que tinha de organizar tudo para as últimas aulas. O mestre de poções encontrou, na saída da enfermaria, Dumbledore, que também estava indo visitar Jean. O diretor olhou para Severus e sorriu.

-Sempre achei que odiasse enfermarias, Severus. Assim como crianças, mas aqui está você, professor e vindo até a enfermaria puro livre e espontânea vontade.- O mais novo olhou para o diretor e sacudiu a cabeça.

Sweet CreatureOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz