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A Floreios e Borrões


-Eu disse que ele não merecia sua ajuda!- Jeanine estava deitada na grande cama do primo, já que, em poucas horas, iria acompanhada dele e dos pais até o Beco Diagonal, onde comprariam a lista enorme de livros e outros materiais necessários para o segundo ano letivo das crianças em Hogwarts.

A menina arqueou as sobrancelhas escuras na direção do loiro, que segurava a carta com os materiais que precisariam para aquele ano (os dois haviam entrado em choque ao notar o número extenso de livros escritos por Gilderoy Lockhart, um homem bonito mas sem um pingo de noção, fora o que ouviram de Narcisa).

-Eu sei, Draco, mas...

-Mas as coisas certas devem ser feitas mesmo se ninguém retribuir o feito. Você sempre fala isso e, olha Nine, eu entendo o seu lado. Mas aquele Potter, ele é um idiota.

-Dragão!-  A menina repreendeu o garoto.

-Não tem Dragão, Jeanine! Ele tem tudo o que nós gostaríamos de ter, ele só precisa dizer o próprio nome e uma infinidade de problemas se resolvem. E, mesmo quando faz besteira, todos perdoam ele e o enaltecem. Isso não é justo!

Jeanine caminhou até Draco, que estava sentado no banco que ficava na janela do quarto, os olhos tempestuosos parecia irados. Jean abraçou a cintura do primo, apoiando a cabeça em seu peito. O loiro não precisou pensar antes de abraçar a mais nova, escorando sua cabeça no topo da dela. Não havia muito o que ser dito, Jeanine sabia. Draco, embora dissesse muitas coisas por inveja, estava certo em relação a muito, principalmente sobre o fato de Harry Potter não precisar se preocupar em errar. Erros vindos do menino que sobreviveu seriam vistos como pequenos deslizes que seriam concertados. 

Algumas horas depois, Narcisa chamou as crianças para desceram e aparatam, junto de Lucius, no Beco Diagonal. Contrariando os primos, Lucius mandou que Narcisa e Jean fossem comprar as vestes, enquanto Draco e ele iriam buscar algumas coisas. A menina não gostava nenhum pouco da ideia de deixar Draco sob os cuidados do tio, sem supervisão, afinal, Lucius Malfoy era um grande boboca. Enquanto caminhava com a tia, a mais velha contava sobre seu segundo ano, arrancando risadas da sobrinha. Foi quando ocorreu a Snape que ela poderia perguntar a tia sobre o garoto na foto que havia ganho de Severus.

-Tia Cissy?- A loira encarou a menina, sorrindo docemente- O quão próximo de mim Regulus Black é?

A mulher arregalou os olhos ao encarar Jean. Fazia muito tempo desde a última vez em que havia ouvido aquele nome. Regulus Black.

-Regulus. Reg é seu primo de segundo grau, era filho de Walburga e Orion Black, meus tios. Ele era... Era um pouco mais jovem que eu, dois anos. Foi da Sonserina quando entrou em Hogwarts- Narcisa suspirou- Ele era bom, Jean. Tímido e um pouco contido, pensava muito e preferia observar do que interagir, mas era gentil e respeitoso. Ele se foi muito jovem.

Colocando uma mecha do cabelo de Jeanine para trás da orelha, continuou.

-Você se parece com ele, se quer saber. Não fisicamente, mas sua personalidade. O jeito como olha ou como fala, sua calma. É muito parecida com ele, querida. Ele teria gostado de você.

Embora Jeanine quisesse perguntar mais sobre o primo, percebeu que era um assunto delicado para a tia, que parecia a um passo de chorar, então guardou as perguntas para outro momento. Depois de comprarem os uniformes, ambas foram para a Floreios & Borrões, onde encontrariam Draco e Lucius.

O lugar, observou Jean, estava lotado. Aparentemente, Lockhart faria uma sessão de autógrafos, o que arrancou um revirar de olhos da Malfoy.

-Sujeitinho insuportável!- Jean riu, recebendo uma piscadela da tia. Enquanto comprava os livros necessários, a menina encontrou, em meio a todas aquelas pessoas, cabeleiras ruivos que reconheceria em qualquer lugar. Os Weasley. Com um pedido a tia, se separou dela e caminhou apressada em meio a multidão, até alcançar os gêmeos, que cochichavam e riam.

Sweet CreatureWhere stories live. Discover now