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Cassandra passou por um quadro no corredor da mansão. Encarou o enorme quadro. Soltou uma lástima em forma de suspiro arrastado e pesado.

- Não gosta do quadro, Annelise?

- A... Mamãe. - Olhou a mulher nos olhos que brilharam na luz da janela do corredor. - Eu achei que ficou muito... Feio.

- Sua irmã adorou ele.

- Ele adora e gosta de qualquer coisa. Dê um gambá a ela e verá.

Deu as costas deixando a mulher para trás.

Já faziam alguns anos que tinham se mudado devido ao incidente com o trouxa. Lilith adorou o local, diferente de Cassandra que odiou. E nessa troca de local ainda ganhou um belo jardim e fadinhas irritantes que sua irmã amava cuidar.

Suas rotinas continuavam a mesma, pelo menos para Cassandra, mas, para sua irmã, aquilo estava sendo um inferno. O pai a culpava constantemente sobre o trouxa que tinha ajudado, dizia como foi estúpida com o garoto, ele que nem se quer retribuiu a ajuda. O humor dele piorava cada vez mais com os meses que se passavam, não havia amor entre a esposa e ele, apenas convívio amargo. Rosalyn era a garota da casa mais contra aos ensinos do pai (e o mãe de vez em quando), e isso o deixava maluco.

Ela não entende e se entendesse não teria ajudado o trouxa imundo! E nem teria aquela cicatriz na testa!

De certa forma, Meredith achava que ele estava certo, mas algo estava a incomodando a muitas semanas. Documentos e mais documentos no escritório. Cartas trocadas as escondidas e olhadas feias e angustiadas para a filha mais nova. Até mesmo Cassandra percebia, era de se esperar quando a menina não escutava, fazia o contrário de tudo que o pai falava ou a mãe.

Aprenda como Artes das Trevas é bom, as pessoas só tem medo porque nunca abriram a mente para entender que o que é proibido ainda sim, é bom. Se fossem garotos teriam ido a o Durmstrang... às vezes... Sacrifícios as vezes são para o bem.

A menina não dava ouvidos. Se era proibido, é porque tinha motivos. Cassandra perdeu as contas de quantas vezes a irmã ficou de castigo ou com outro machucado no corpo "acidentalmente". Enquanto ela teimava sendo pulso firme nas suas atitudes "infantis", Cassandra melhorava cada semana, conseguia maestria buscando sempre o orgulho pela parte do pai que de alguma forte, jogava em sua cara que algo estava errado, ruim, incompleto ou imperfeito. Era tão difícil dizer que estava orgulhoso?

Aquilo doía, buscava sempre, sempre, sempre uma aprovação que nunca vinha -mesmo merecendo. Sua mãe pelo contrário dizia elogios, vez ou outra, não só ela como seu tio Connor Yaxley (pai de Corban) dizia a ela também elogios sinceros quando visitava a irmã caçula, Meredith.

Os dias dentro daquele lugar onde se dizia ser um lar, eram lentos, tensos e sombrios. Pelo menos para Rosalyn que recebia todo peso do dia ruim que o pai tinha.

Mas depois de um certo dia, Cassandra ficaria no lugar da irmã, e esse era o dia.

Após chegar na frente da sala de música, uma sala que gostava, era silenciosa e com uma janela linda, bela vista para o jardim, escutou vozes bagunçadas. Espiou pela janela a irmã brincando como se nada estivesse acontecendo em casa; Sorria correndo junto com o vizinho, um menino mais novo, era mestiço; Meredith, essa que escondia o "tipo do sangue" dele pela segurança e felicidade da filha e claro, para o marido não surtar.

- Você não entendeu! Ela é uma criança! Não tem nem 10 anos!

- E já é um caso perdido Dith! Olha... Os Black estão passando por algo parecido pra você ter noção... A única diferença entre nós e família do Orion, é que somos mais... Firmes!

𝐂𝐎𝐋𝐃-𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐄𝐃, Romance Com O Eleito, Harry Potter [PAUSADA]Where stories live. Discover now