𝐂𝐎𝐋𝐃-𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐄𝐃, Romance Com O Eleito, Harry Potter [PAUSADA]

Capítulo 22: A caminho do castelo

Daphne olhou bem no fundo dos olhos de Crystal para explicar tudo.
Sua explicação foi em meio aos choros e fungadas de nariz, já que estava desesperada, nunca achou que sua família se envolveria com algo desse tipo e não tinha psicológico algum pra isso. Sentia medo, um puro e verdadeiro medo.

Daphne disse que assim que começou o verão, fez uma viagem em família e depois foi a casa dos tios como planejado há semanas: Raisel e Roland Gray.

Sua tia tivera se casado com Roland, um rapaz mais velho que ela por cinco anos a cerca de dois anos atrás. Tudo estava indo bem e como ainda não tinha muita intimidade com o homem e queria muito conhecer ele melhor como outro qualquer parente, decidiu passar o verão na casa dos tios. Porém, em agosto recebeu a visita de pessoas estranhas dizendo que Roland deveria comparecer a reunião da mansão MacGyver, Daphne ficou assustada com aquilo, era o sobrenome da sua amiga o que a fez ter mal estar incomum.

Crystal escutou tudo atentamente, desde a visita e a luta contra Roland que negava com todas as forças voltar a vida de Comensal da Morte até a tortura do homem na frente de Raisel que falhava miseravelmente em esconder Daphne em seus braços querendo que a sobrinha não visse nada, o que fazia ela apenas escutar os gritos.

- Eu ainda posso escutar Crystal. - Diz deitada agora no colo da amiga. - Posso escutar meu tio gritando de dor dizendo que o corpo estar queimando... Nunca tive tantos pesadelos por tanto tempo...! Depois daquele dia ele começou a sair de casa e voltava tarde e sempre estava triste. Dava pra ver... E sabe o pior?

- Huh?

- É que na visita.... - Olhou Crystal ainda deitada. - Sua tia estava lá... Não na casa, mas pude vê-la aparatando pela janela da sala.

Crystal sentiu aflição de alguma forma e uma vergonha absurda, "MacGyver" esse sobrenome começou a soar como um castigo ou uma praga. Desde muito cedo, sempre meteram seu sobrenome no meio de alguma coisa ruim, seja fofoca e boatos, e agora estava pior e pesava mais ele. Claro que tinha benefícios, mas era difícil. "Só é popular por causa do sobrenome" coisas assim...
Quantas pessoas mais sabiam disso? Que sua tia era Comensal? Ela se perguntava.

- Eu não vou por a culpa em você... Nunca. Até porquê, as escolhas da sua tia, são as escolhas dela, não as suas... Você me entende não é?

- Daphne...

- Não se torne um deles... Eu te imploro. - Daphne escondeu o rosto chorando. - Não quero ver minha amiga agindo como eles. Eu... Eu não posso falar pra ninguém sobre isso, mas não dá. Não dá pra guardar... Dói. E também não ia saber esconder algo importante desse tipo de você. - Crystal levantou o rosto olhando o teto da cabine evitando chorar.

- Está bem. E-Eu vou... Tentar. Não é tão fácil assim Daphne.

- Isso basta. Melhor do que não tentar. Melhor do que deixar ser levada por influência daqueles... Monstros!

Crystal confirmou com um meio sorriso.

- Aliás, bonito cabelo e... E pode ir contando!

- Sobre o que?

- Seu verão... Mandei uma carta a Pansy, ela não disse como foi o verão. E aí?? - Fungou o nariz limpando o rosto borrado se sentando tentando puxar um ar de felicidade. - Você e o Draco... Sabem... - Fez um gesto indecente com as mãos e Crystal bateu nas mãos com força. - AI! Poxa... Crystal?... Crys?

Ela bufou e Daphne puxou seu queixo para ela.

- O que ele fez?

(...)

Daphne fez tudo a base de raiva, sair da cabine e do trem, acabou quebrando o gelo na porta abrindo-a com tudo, assustador, diria Anne, tanto é que saiu primeiro que Crystal deixando-a por último. Ela não queria nem ver o que aconteceria quando Daphne encontrasse Draco ou Pansy. Pensou que se fosse a antiga Crystal MacGyver, seria fria e distante contando só o básico e raso de tudo, mas agora ela não podia se deixar mergulhar em emoções tão fundas e negativas. Afinal, seus poderes de gelo também eram baseados nas suas emoções, e pode-se dizer que ter um pouco de apatia era bom, isso fazia com que não sentisse demais emoções alheias já que afetavam sua própria magia.