[31] DARK 'n' STORM

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– E qual é a parte de que eu não ligo a mínima você não entendeu?!

– Huh... você não muda mesmo. Mesmo que saiba que não tem futuro, continua sendo um teimoso de marca maior, sabe que ele vai te infernizar até conseguir o que quer, então por que não faz logo e se livra disso? – Dylan disse e embora eu não gostasse de admitir, e estivesse com a minha pior personalidade, fui obrigado a concordar.

– Que se foda essa droga toda. –Falei, saindo do quarto às pressas, com a camisa aberta como estava, com o corpo e roupas molhados como estavam.

Tudo o que se podia ouvir eram os meus sapatos batendo nos degraus freneticamente, quando descia os dois andares.

Passei os dedos pelos meus cabelos e puxei as raízes, entrando a sala onde ele recebia todos, e onde passava a maior parte do tempo.

Com os olhos fechados e a cabeça em chamas, eu apertei o alto do nariz, entre os olhos, com o indicador e o polegar. Eu estava ali obrigado, literalmente de saco cheio.

– Pai diz logo o que você quer. – Eu disse, caminhando para dentro da sala.

Ao abrir os olhos, a cena que presenciei, foi meu pai, de costas, se virando lentamente em minha direção, com um copo em mãos, a sala cheirava a Gurkha Black Dragon, um charuto especial, o qual era característica do meu pai, sempre que tinha um negócio importante para firmar, ou quando queria impressionar alguém, ele dava mil cento e cinquenta dólares em cada um deles, como dito, para ocasiões especiais.

Quando ele se virou para mim, tirando o objeto dos lábios e soprano a fumaça espessa, ele sorriu, contra meu olhar colérico.

Minha mãe parou, olhou para mim, como se eu tivesse dito algo extremamente estúpido e apontou para um homem, que eu nem se quer havia me dado conta da presença.

– Hum... o que foi isso? – Ela disse sorrindo, notoriamente desconfortável com a situação, eu cruzei os braços e franzi a testa; quem estava aborrecido ali, era eu.

Era evidente que fazia parte das tramoias de dos planos ridículos que os dois tramavam para fazer da minha vida um inferno.

Mesmo após conseguirem me desgastar tanto, ao ponto de destruírem o meu relacionamento de vez, continuavam a empurrar seus planos para mim ardilosamente.

Meu pai me olhou nos olhos, e não por acaso, pude ver no rosto do homem ao seu lado, de terno azul turquesa algo familiar. Era um dos que estavam na mesa, na boate para onde me arrastaram.

Soltei um suspiro irritado e aflito. Precisa de um analgésico, e mais ainda de sumir dali. E rápido.

Meu pai me repreendeu com o olhar. Porém, ele havia escolhido a hora errada para tirar com a minha cara, tudo o que ele fez havia me deixado além do limite, era questão de tempo até eu explodir e mandar todos ali para o inferno.

Esse não era eu. Na realidade eu nem mesmo me lembrava quem era eu. Tudo o que me vinha a mente, eram os flashes repetitivos de Jimin dançando sobre aquele palco, e depois dele em meu colo, com todos aqueles olhos ao seu redor, o desejando feito uma objeto de valor em uma vitrine aberta, pronto para ser levado. Precisava ir pra longe, pensar, dormir, para que eu pudesse pensar direito.

Eu não sou o tipo de pessoa que adora cenas, porém, algo ali estava pedindo que eu estourasse de vez.

– Quer mesmo saber? – Devolvi duro, a resposta à pergunta de minha mãe, com alguns segundos de atraso.

CABARETWhere stories live. Discover now