𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳

𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟕𝟏 🦋 Para mim você tem três anos

─ Vou. Não gosto de usar biquíni. – eu digo.

─ Pois deveria. Seu corpo é bonito. – ela diz.

─ É que, eu não me sinto confortável neles. Parece que eu to andando pelada. – eu digo e ela ri.

─ Não vou te forçar a nada por que você de camisetão ainda fica três vezes mais bonita que eu. – ela diz e eu rio. – Mas é sério, seu corpo é realmente bonito. E você deveria ter orgulho dele.

Sorri para a minha mãe.

─ Quer que eu faça o suco de limão? – eu pergunto.

─ Sim, eu estou fazendo o da Angélica. – ela diz.

Fui para a bancada com a minha mãe e peguei os limões. Cortei cada um deles na metade e os exprimi com aquele negócio de madeira, que você roda na polpa e ele tira todo o caldo. Coloquei no liquidificador junto com um pouco de açúcar e gelo, para ficar bem gelado.

Eu estava terminando de colocar na jarra, quando a campainha tocou.

Limpei minhas mãos (sujas de suco de limão) e fui atender a porta.

Logo de cara vi tia Angélica.

─ Oi querida! – ela diz me recebendo com um abraço.

─ Oii tia. – eu respondo a abraçando também.

─ Nunca mais te vi lá no consultório, precisa voltar para fofocarmos! – ela diz e eu rio.

Tia Angélica foi cumprimentar meus pais e Victor veio até mim.

─ Oi anjinho. – ele diz me dando um selinho. – Meu Deus, você ficou linda de boné.

─ Você gostou? – eu pergunto.

─ Adorei. – ele diz.

─ Quer ir lá em cima comigo? Para você se trocar? – eu pergunto.

─ Claro. – ele diz.

Subimos as escadas e fomos para o meu quarto.

Sentei na minha cama, apenas observando Victor tirar sua camiseta.

─ Você não vai de biquíni? – ele pergunta.

─ Não... – eu digo encarando minhas mãos.

─ Por que? – ele pergunta se aproximando.

─ Porque eu... Bom, por nada. – eu digo.

Não quero dizer nada para Victor.

É meio difícil de explicar e ao mesmo tempo é meio desconfortável conversar sobre coisas que te incomodam.

─ Pode falar... – ele insiste.

─ É que eu não me sinto bem no biquíni. – eu digo.

─ Por que? – ele pergunta. – Você tem vergonha?

─ Não, é que, eu não me sinto bonita... – eu digo.

─ Não precisa ter vergonha. Você é linda de qualquer jeito anjinho... – ele diz acariciando minhas bochechas. – Mas sabe de uma coisa?

─ O que? – eu pergunto.

─ Você também ficou linda de camiseta e shorts. Na verdade, eu enxergo uma Bárbara de verdade aí. – ele diz e eu rio. – Não precisa ter vergonha, tá?

─ Tá. – eu respondo com um sorriso.

─ Deus, esse sorriso te deixa muito fofa. – ele diz e eu rio.

Victor aperta minhas bochechas e eu gargalho.

Depois de pararmos de rir, começamos a nos encarar.

Meu olhar estava em seus olhos, mas desceu para seus lábios carnudos e rosados.