𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟔𝟗 🦋 BÁRBARA NÃO!

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─ Victor, a vida não faz mais sentido; não pra mim pelo menos... Eu cansei de lutar. Cansei de tomar remédios, cansei de tentar ser normal, cansei de mentir dizendo que eu estou bem quando o que eu mais quero é chegar em casa e morrer. – ela diz.

Ela estava muito resistente à ideia fixa de ir.

O sentimento era de pânico.

Eu tinha vontade de gritar.

─ Bárbara, se você for embora, você vai deixar eu, seus pais, seus amigos... Por favor, se não por você, por mim. – eu digo. – Deixa eu cuidar de você, deixa eu tentar te ajudar...

─ POR QUE VOCÊ NÃO ME DEIXA SIMPLESMENTE IR? – ela grita.

─ PORQUE EU TE AMO BÁRBARA. – eu grito de volta. – Por favor, eu estou literalmente te implorando.

Bárbara estava quieta demais.

Ela é sistemática, sei que planejava alguma coisa.

─ Por favor... – eu pedi sussurrando.

Entre a "parede" de concreto do fim da ponte e o resto do mundo fora daquele limite, existia um pequeno chãozinho de concreto, que devia ter no máximo uns 30 centímetros.

Bárbara sentou-se na parede novamente, e em um rápido movimento desceu para esse pequeno intervalo.

─ BÁRBARA NÃO.








♡︎








Vi a garota passar as pernas para o lado da estrada, ou seja, para o meu lado.

Bem devagar, ela desceu da ponte.

Bárbara colocou os pés na terra firme e me olhou.

Rapidamente ela veio até mim e eu fui até ela, me agarrando ao seu corpo.

Ela chorava e soluçava ao mesmo tempo.

A abracei com força e escondi meu rosto em seu pescoço.

─ Me desculpa... – ela disse bem baixo.

─ Tudo bem, tudo bem... – eu disse enquanto esquentava suas costas.

A sensação de tê-la em meus braços, depois de tanto desespero, era surreal.

Chegava a ser calmante e desesperador ao mesmo tempo.

Tirei meu rosto de seu pescoço e beijei sua testa.

Bárbara descansou a cabeça em meu peito, enquanto eu fazia carinho em seu cabelo.

Ficamos ali por um longo tempo. O sol nascia na nossa frente, e com isso, também nascia uma nova fase.

─ Quer que eu te deixe em casa? – eu pergunto.

─ Posso ficar na sua casa? – ela pergunta de volta.

─ Claro que pode. – eu digo.

Dei um último abraço nela, antes de entrarmos no carro novamente.

𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳Where stories live. Discover now