Jean

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Depois da indiferença de vitória de manhã eu resolvi ir a cidade. Tinha algumas pendências por lá que podiam ser resolvidas na segunda feira, mas eu precisava sair, espairecer.

Na cidade estava conversando com Hugo de frente do meu armazém quando ficamos sabendo que a fazenda dos DaPenna tinha sido invadida por outro detento.

Perto de São Tomé tinha uma cadeia, no meio do mato, afastado da cidade.

De tempos em tempos algum preso sempre fujia de lá e como o mato na região era sempre alto era difícil de achar e na maioria das vezes eles só eram achados quando iam pra alguma fazenda da região.

A minha já tinha sido invadida uma vez e  o detento tinha voltado pra prisao mais uma outra vez outro detento conseguiu fugir da minha casa também mais eu vi cara do safado.
Por isso quando Hugo e eu conversávamos Inácio daPenna dono da fazenda assaltada veio ao nosso encontro nos contanto sobre o assalto e aparentemente era um preso que estava foragido a algum tempo e dormia nos estábulos e haras da região.

Eu me lembrei do safado que conseguiu fugir da minha fazenda e me ofereci pra reconhecer o resto pra enquadrar mais uma fazenda lesada no B.O. do detento.

Fomos a cadeia, Inácio e eu e quando chegamos lá fui verificar o detento e realmente se tratava do safado que também dormiu no meu estábulo e ainda machucou um de meus cavalos na fulga.

A polícia registrava o B.O. e eu esperava enquanto Inácio preenchia a papelada dele para depois eu preencher a minha também.
Eu vim a cidade pra espairecer e acabei resolvendo problemas. Era problema atrás de problema.

Enquanto divagava sobre minha vida, passei os olhos pelo quadro de anúncios da delegacia e vi uma foto que me chamou atenção.

Em uma folha quase escondida a foto de vitória bem novinha aparecia pra mim.
Eu levantei da cadeira e me aproximei, Vitória Maria de Almeida era o nome dela e no anúncio dizia que ela estava desaparecida e seu marido a procurava.

Um dos policiais se aproximou de mim.

- bonita né?

- o que? - ele estava falando da vitória?

- a moça da foto.

Eu fiquei nervoso, na foto vitória parecia mais nova do que eu achava que era antes de saber sua idade, mesmo chamando atenção, ela era uma menina na foto, seu filho da puta.

Mais a curiosidade tomou conta do nervoso e não pude deixar de perguntar, queria saber mais do que ela tinha contado pra mim e pra minha mãe quando chegou. Eu a respeitava, nunca mais ninguém tinha perguntado nada sobre, mas eu queria saber.

- o que essa foto faz aqui se a moça morava em outro estado?

- ah sim, segundo informações ela sumiu uma noite de casa deixando marido, mãe e filha pra traz, dizem que foi amante, dizem que foi acerto de contas, ninguém sabe ao certo. Mas na noite em que ela fugiu alguém a viu entrando em um caminhão de transporte e como aqui vive cheio de caminhões de transporte trouxeram e espalharam na região e aqui na delegacia.

Não podia ser nenhuma dessas  histórias.
A começar do que eu já sabia: ela não fugiu com um amante, ela chegou aqui sozinha. Acerto de contas? Que tipo de acerto seria esse? O marido dela era envolvido com alguma coisa ilegal e deu mancada com alguém, e ela fugiu pra não sobrar pra ela?
Eu não conseguia imaginar os cenários mais em nenhum deles a vitória era a culpada, disso eu eu sabia, disso meu coração tinha certeza.
Eu  também não acredito que ela seja tão insensível a ponto de deixar uma filha e uma mãe pra traz aparentemente nas mãos de um espancador.

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