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Acordo assustada e ofegante, meu coração a mil, suando frio, algumas lágrimas pelo meu rosto. Jesus, que sonho foi esse que eu tive? Sonho não, pesadelo!
Olho para o meu lado vendo o Metralha dormindo numa boa, parecendo um anjinho. Me levantando da cama com cuidado para não acordar ele, vou para o banheiro, escovo os dentes e tomo um banho quente para relaxar, saio do banheiro enrolada na toalha e sigo para o closet, visto uma calcinha qualquer, um short de malha preto e uma camiseta do Metralha qualquer que eu encontrei largada, passo o meu desodorante, uma colônia para não ficar fedendo e saio do closet prendendo o meu cabelo num coque bagunçado enquanto levo a toalha de volta para o banheiro, vou até o criado mudo e pego o meu celular do carregador, olho mais uma vez para o Metralha e dou a volta na cama lhe dando um selinho antes de sair do quarto de domingo.
Passo no quarto da Vale para ver se ela está dormindo bem e logo depois eu desço para a sala, me jogo no sofá e ligo a TV colocando uma série qualquer para distrair a cabeça, quando eu penso que não o sonho ja está passando novamente pela minha cabeça e eu esfrego o rosto nervosa. Agora devem ser umas duas ou três da madrugada, sabadão, a Vale vai passar o dia com os avós dela enquanto eu e o Metralha vamos ficar aqui atrás do que fazer até chegar a hora de ir para o baile.

Metralha: oxe, tá acordada ainda?- pergunta descendo as escadas com a voz rouca de sono
Eu: pesadelo- falo e ele me olha confuso
Metralha: pesadelo, pesadelo ou Pesadelo seu irmão?- pergunta e eu dou risada
Eu: pesadelo sonho ruim- falo e ele confirma vindo até sentando do meu lado me puxando para deitar nele
Metralha: quer me contar?- pergunta e eu nego com a cabeça
Eu: nada demais, e você acordou por que?- pergunto e sinto ele dando de ombros
Metralha: te cacei na cama e não achei, aí acordei- fala e eu dou risada
Eu: você vai levar a Vale na casa dos seus pais?- pergunto e ele nega com a cabeça
Metralha: eu não, se eles quiserem eles que venham aqui buscar, tô achando a maior palhaçada isso, para buscar outra coisa eles vem, agora para buscar a neta deles eles não vem, tá de palhaçada né?!- fala e eu dou de ombros- e outra, se a Vale não quisesse tanto ir, eu deixava ela em casa, não quero fia minha na casa dos outros- fala e eu confirmo com a cabeça
Eu: mas são os seus pais- fala e eu confirmo com a cabeça
Metralha: não importa Letícia, não quero, não quero, oxe, eles se quiserem ver a menina que venham aqui ver ela aqui na minha casa- fala e eu confirmo com a cabeça- sem contar que a menina vai para lá inteirinha, boazinha e volta machucada, chateada com alguma coisa- fala e eu confirmo com a cabeça, nisso ele tem razão!
Eu: nesse ponto você tem razão- falo e ele confirma com a cabeça
Metralha: agora, se os teus pais ligarem dizendo que querem que eu leve a Vale lá para passar o final de semana com eles, eu levo numa boa- falo e eu olho para ele atenta- os teus pais cuidam da Vale bem que só uma desgraça, claro que eu vou deixar a minha filha ir para a casa deles- fala e eu já dou um sorrisão recebendo um selinho

Ficamos um bom tempo conversando e namorando no sofá, tanto que só percebemos que o tempo passou quando uma certa mocinha desceu as escadas com carinha de sono, abraçada no ursinho de pelúcia dela, ela vem até a gente e se joga no meu colo deitando a cabeça no meu peito para voltar a dormir.

Metralha: e é assim?- pergunta e a filha confirma com a cabeça com os olhinhos fechados
Eu: deixa- falo e ele confirma com a cabeça me dando outro selinho.

Eu troco a série por um desenho animado e ficamos assistindo, a Valentina pelo visto já voltou a dormir deitada no meu colo, o Metralha olha para a filha dele sorrindo e faz um carinho na cabeça dela.

Metralha: pensar que essa menina vai ter que crescer um dia- fala e eu confirmo com a cabeça olhando a minha pequena
Eu: o tempo passa rápido, por isso que temos que aproveitar cada minutinho com ela- falo e ele confirma com a cabeça
Metralha: nem me lembre- fala e me dá um selinho- mas pelo menos eu tenho você- fala e me dá outro selinho- você eu não preciso me preocupar- fala e me dá um selinho- vai tá sempre comigo- fala e eu dou risada da cara dele
Eu: tá se iludindo demais Metralha- falo e ele da risada me puxando para um beijinho, depois para outro e o beijinho foi se tornando um beijão, rapaz, vamos com calma meu bem.
Pesadelo: cheguei família- fala entrando com sacola de padaria junto com o Menor, a Fernanda e os meus pais
Eu: reunião aqui em casa agora é?- pergunto levantando com cuidado para não acordar a Vale
Fernanda: mulher vai colocar essa menina na cama- fala e eu nego com a cabeça
Eu: ela acordou e deitou no meu colo para dormir, se eu colocar ela na cama ela acorda- falo segurando a minha filha para ela não cair
Carol: você quando tinha a idade dela era igualzinha Letícia, sem tirar nem por- fala e eu dou risada
Metralha: trouxeram o que de boa para gente aí?- pergunta já fuxicando as sacolas
Carol: tudo do bom e do melhor- fala e o meu pai da um tapa na mão do Metralha e se afasta das sacolas rapidinho
Jonas: para a minha filha e para a minha neta- fala e o Metralha faz careta
Metralha: poxa sogrão, e eu aqui fico como?- pergunta e o meu pai fecha a cara
Pesadelo: tu? Fica morto depois de chamar o meu pai de sogrão- fala e eu só dando risada com a Fernanda e com a minha mão

Meu Glorioso PecadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora