Quando chegamos o lugar estava lotado, e a presença de Jean logo foi notada. Ele chegou me guiando pra dentro do local e ao longo desse caminho ele era cumprimentado por todos e sorria pra todos. O sorriso dele era aberto, eu nunca nem tinha visto como era bonito, isso porque ele nunca tinha sorriso perto de mim ou pra mim. Ele atraia olhares principalmente das mulheres, e eu que não estava acostumada a toda essa exposição e atenção estava me sentindo um peixe fora d'água.

- Bruno, meu amigo!

- Jean, acabaram de perguntar por você.

Nesse momento Jean da um passo pro lado e mostra que não está sozinho, me deixando desconfortável porque o olhar de seu amigo desceu de cima a baixo por mim umas 5 vezes.

- você está acompanhado hoje? Quem é essa meu amigo?

- essa é vitória Bruno, uma amiga da minha mãe.

Achei que ele fosse dizer que eu era uma de suas funcionárias mais ele não o fez, e responder que eu era amiga da sua mãe me deixou a vontade. Se ele me considerava uma amiga da mãe dele quer dizer que não me odiava tanto quanto eu pensava.

Bruno pegou a minha mão e deu um beijo, todo galante ainda me deu tem uma piscadela.

- bom, se ela é amiga da sua mãe tambem é minha amiga, muito prazer eu sou Bruno.

- vitória - eu disse apenas isso e ele não largava mais a minha mão.

- certo, certo, já foram apresentados, agora vamos sentar e pedir que estou com fome e eu fico nervoso quando não como.

Esse nervoso todo é porque está fome?
Eu não conseguia entender esse homem, as mudanças de humor dele eram constantes.

Pedimos o jantar e eu escolhi macarrão na chapa, queria experimentar a sugestão que o Bruno fez.

Depois que todos escolheram, enquanto eu aguardava a chegada do prato comecei a prestar atenção nos assuntos de Jean e Bruno que estava sendo sobre negócios e de repente mudou para mulheres.

- você não quis saber quem perguntou sobre você...

- não preciso me esforçar muito pra saber, foi a Carla?

- quase, foi a irmã, a Cristina, e eu disse que você já estava chegando, ela está atrás de você, esperando você dar uma pequena olhada na direção dela pra ela pular em cima dessa mesa. 

Eu ri do jeito de Bruno e dei uma conferida pra mesa que estava atrás de Jean.
Haviam quatro mulheres e uma delas não tirava o olho da mesa e descaradamente de mim.
Me olhava com desprezo e me media. Eu já estava acostumada a isso, desde sempre, mais de quando eu decidi mudar minha vida eu pus na minha cabeça que reações desse tipo não iam me chatear mais.

Ela percebeu que falávamos dela, se levantou e veio até a mesa.

- boa noite meninos - me ignorou como se eu não estivesse ali e eu que olhei sorrindo, abaixei a cabeça quando não fui correspondida.

- oi Cristina - jean respondeu mais nem sequer olhou na direção dela.

- Cristina essa é vitória, amiga de dona Amélia e agora minha amiga também - Bruno mais uma vez todo educado e galante.

Ela simplesmente me ignorou de novo. Qual o problema dessa mulher?

- eu fiquei esperando você me ligar no dia seguinte Jean.

- eu tenho trabalhado demais Cristina.

- eu te mandei várias mensagens também, você visualizou e não me respondeu.

- isso é normal, ele faz isso comigo também - respondeu Bruno recebendo de volta uma olhada da mulher como quem diz, " não se meta"

- Cristina, eu já tinha deixado bem claro pra você como seria, eu não ignorei suas mensagens a toa

Eu fiquei de cabeça baixa enquanto Bruno parecia envolvido com o celular.

- é por causa dessazinha aí?

Eu olhei pra cara da moça.

- cuidado como fala com ela - Jean disse olhando pra ela pelo canto do olho.

- senhorita... como ela chama Bruno?

- Cristina - Bruno me respondeu já rindo.

- Cristine, sei. - errei o nome de propósito.

- Cristina com a  - ela me responde sem paciência.

- Cristina, você percebeu que tem uma mulher nessa mesa de quando chegamos e não teve ao menos a educação de me cumprimentar quando se aproximou, se não me engano é regra básica de etiqueta, percebeu também que nenhum dos dois homens aqui na mesa tem a menor intenção de interação com você, e agora o garçom está parado atrás de você com nossos pratos na mão, então por favor, se dê valor e nos deixe comer, Jean está com muita fome.

- eu estou falando...

- é nós já percebemos, agora por favor - ninguém mais olhou pra ela quando o garçom começou a nós servir

- benzinho, você não precisa que ninguém te defenda - Bruno disse olhando entre mim e Jean, que apenas me olhava com olhos grandes e indecifraveis.

- não mais Bruno.

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Parece que alguém surpreendeu Jean mais uma vez.
Que fina ela.

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Abrigo SeguroWhere stories live. Discover now