Capítulo 18 - A visão do Ômega

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Já passava das quatro da manhã e o clima era completamente diferente do anterior. Como qualquer outra festa, os convidados estavam com seus parceiros se pegando em algum lugar da casa.

Passei por alguns lugares pensando em como dar uma arrumada na festa, que tinha bêbados por todos os lados.

Minha melhor amiga, Deborah, mudou de parceiro várias vezes depois do primeiro cara com quem ficou, e agora, saiu da casa com Jacob, que quase deu uma festa de aniversário ontem. Vendo-os partir, desejo sinceramente aos dois um tempo feliz. Ao contrário de mim, que não sei o que fazer, minha melhor amiga deve se divertir.

E o inevitável aconteceu quando eu estava subindo para o segundo andar. Fiquei triste ao ouvir o som da música enquanto ninguém mais ouvia, e quando estava prestes a desligá-la, alguém colocou a mão no meu ombro.

— Waa!

Surpreso, olhei para trás e vi Theo olhando para mim. Acalmando meu coração, consegui falar com ele.

— O que foi? Você me assustou.

— Parece mais surpreso do que eu hoje.

Sua fala me deixou sem palavras. Sim, hoje sou um pecador. Fui eu quem o comprou como servo, mas, dadas as circunstâncias, o servo era eu. Não havia solução para os dez mil dólares.

— Me siga.

Fui arrastado pela área da piscina de borda infinita com meu pulso sendo segurado por ele. A música soava docemente.

O Alfa me empurrou para uma grande cadeira de vime que costumava usar e parou na minha frente. Eu realmente queria morrer. A piscina iluminada com luzes coloridas era incrivelmente bonita.

Contra aquele belo cenário, ele de repente tirou a jaqueta na minha frente. Por um momento, inclinei-me para trás, questionando se ele era maluco.

Então, Theo, um temível Alfa que deveria estar puto comigo, encostou-se na cadeira onde eu estava sentado, me puxando para mais perto, então empurrou seu rosto em direção ao meu, diminuindo a distância. Não seria estranho se nossos lábios se tocassem.

Fiquei tão chocado que nem conseguia respirar. Olhei para o homem que, quando olhei para baixo, falou baixinho:

— Agora, o que posso fazer por você?

Por um momento, senti como se um raio atingisse minha cabeça. Tenho certeza de que estou mais corado do que nunca, mas nada saiu dos meus lábios.

— Diga-me, farei o que você quiser.

A essa altura, minha razão já estava muito longe. Sem que eu percebesse, o Alfa estava cada vez mais perto.

Então...

— Sim, mestre?

Quando ele olhou para mim e me chamou de "mestre", senti meu corpo derreter. Minha mente não estava em seu melhor estado e meu corpo fraco não me ouvia.

Em meio a essa situação, o homem de repente começou a aproximar seus lábios. Apenas seus lábios, nada mais do que isso.

— ...

Fiquei meio louco olhando para sua boca. De alguma forma, minhas pálpebras pareciam fechar enquanto cobiçava aqueles lábios que não conseguia chupar. Enquanto o observava se aproximar... meus olhos se fecharam.

— Ah!

Virei o rosto e gritei para me acalmar quando um último resquício de razão apareceu em algum lugar na minha cabeça.

Cobri minha boca com as mãos. Quase fiz algo estúpido sem perceber. Como alguém que nunca beijou ninguém na vida, nem mesmo na adolescência, apenas cobri minha boca.

— ...

— ...

Ah. A ideia de querer pular naquela piscina e morrer imediatamente passou pela minha cabeça. Theo olhou para mim e eu abaixei meu olhar quando...

— Pff.

Pouco depois, ele riu e se afastou. Quando percebi que estava brincando comigo, pulei da cadeira e me levantei, incapaz de superar a tremenda sensação de vergonha.

— Ei.

— Sim?

— Você gosta de brincar com as pessoas?

Theo riu por muito tempo depois disso. Ele mal parou de rir e se endireitou.

Eu não queria que visse meu rosto corado o suficiente para parecer que levei centenas de tapas no rosto, então tive que virar minha cabeça para o outro lado.

— Por que você gritou "dez mil dólares!" com tanta confiança antes? Está envergonhado agora?

Quando eu estava prestes a levantar minha cabeça para discutir, minha mente congelou e nenhuma palavra saiu. Talvez tenha sido muito bom me ver desmoronar assim, porque o ataque indiferente dele continuou.

— Por que você fez isso? Por que quis me comprar por dez mil?

— I-Isso...

— Não, você ao menos tem esses dez mil dólares?

A essa altura, eu estava quase chorando. Se ao menos houvesse uma máquina do tempo em algum lugar. Eu queria voltar ao momento em que essa boca desgraçada disse aquelas palavras... não, antes da festa. Não, antes de entrar nesta casa. Não, antes disso, antes de bater no carro.

Quando olho para trás, me arrependo.

— A quantia...

De repente, ele falou com uma voz bem diferente do normal. Antes que eu percebesse, sua grande mão estava acariciando meu cabelo.

— Eu vou pagar.

Querendo saber se tinha ouvido direito, perguntei-lhe rapidamente:

— O-o quê?

— Você não ouviu? Eu disse que vou pagar.

— ...

— Você fez um ótimo trabalho preparando a festa de hoje. Tome isso como um incentivo.

A grande mão que acariciava meu cabelo se afastou. O Alfa se virou, pegando sua jaqueta marrom que havia caído no chão.

— Ei.

— ?

— Quanto à limpeza, vou ligar para alguém da casa amanhã. Descanse por hoje.

Com essas palavras, ele saiu da piscina primeiro. A música que ainda tocava estava prestes a terminar.

Continua...

Buceta, por que choras?

Garoto AmericanoWhere stories live. Discover now