Garoto Americano

Capítulo 2 - A visão do Ômega

Depois do trabalho, Amit, que decidiu continuar trabalhando comigo hoje, sugeriu que fumássemos juntos. Eu não fumo, mas aceitei considerando nosso relacionamento como colegas de trabalho.

Amit era um homem Beta vindo da Índia, é alto e tem um nariz redondinho. Quando estávamos trabalhando no restaurante grego, não podíamos conversar muito, mas já o conheço há meio ano. Ele sempre reclamava que recebia menos gorjetas do que eu, mas toda vez que ia ao local, o dono da loja me incomodava, então procurei melhorar a qualidade do serviço.

Bem, eu fiz isso, mas ele parecia saber que o problema do dono não era exatamente com o meu trabalho.

- Jiho, por quanto tempo você ainda vai trabalhar aqui?

Não tinha intenção de pedir demissão, mas ele estava esperando uma resposta enquanto fumava um cigarro, então respondi entre tragadas:

- Não sei.

- O Sr. Smith não está sendo muito severo com a sua equipe? Até os outros líderes acham que é demais.

- Uhm... eu realmente nunca pensei sobre isso.

- Você tem sangue de barata, esse é o problema.

Era um pouco absurdo que ele apontasse a minha personalidade, a qual ele nem conhecia o suficiente. Me pergunto se já tolerei o chefe mais do que consigo perceber, então ele continua:

- Oh, por acaso você está interessado em carros?

Foi a coisa mais interessante que ele já me disse. Na verdade, sempre quis um carro, mesmo que não seja a Ferrari que vi mais cedo. Não são exatamente acessíveis, mas muitos estudantes internacionais dirigem um. É porque o transporte público é mais caro do que o esperado, mas o preço do petróleo é incomparavelmente mais barato do que na Coréia.

- Carros? Por que tão de repente?

- Na verdade, estou voltando para casa e ando pensando em consertar meu carro antigo.

Minha mente estava pensando no carro de Amit. Não seria um carro chique o suficiente para causar boa impressão, ou é apenas o desejo de um pobre estudante internacional ter uma boa aparência enquanto dirige? Seria mentira se dissesse que não era tentador para meus ouvidos.

- Então, por quanto você planeja vendê-lo?

- Está interessado?

- Não sei, vamos falar sobre o preço primeiro.

Depois de pensar muito e fumar alguns cigarros, Amit me deu o preço. Foi surpreendente, a oferta ficou muito abaixo do que eu esperava. Com um preço inesperadamente baixo, deixei meu lado mão de vaca em um canto escuro da cabeça por um momento.

- É sério?

- Por quê?

- Nada, é um bom preço.

- Afinal, estou indo para casa.

Por enquanto, o preconceito que eu tinha até agora foi quebrado: não confie tão facilmente em caras com o pulmão pedindo arrego.

Pensando bem, acho que ele tem se esforçado no trabalho, exceto quando reclamava de receber menos gorjetas. Acreditava ser o único funcionário que não perdia tempo durante o expediente ou nunca faltava. No final, talvez possamos ser amigos.

- Posso fazer um test drive?

- Claro... se você realmente vai comprar.

- Quando você acha que dá?

- O mais rápido possível. Vou pra Banff antes de sair do país.

- Talvez amanhã?

- Certo, apareço com ele perto da hora da saída.

Amit riu, suas bochechas salientes. Ele jogou as pontas de cigarro que já haviam queimado até o filtro no chão.

- Uau, muito obrigado, graças a você vou poder dirigir.

- Haha, eu também queria vender ele rápido, então acho que os dois saíram no benefício.

Após conversas sobre o test drive, viramos e nos despedimos, foi uma decisão rápida.

- Vejo você amanhã, Amit.

- Certo, até amanhã.

Era 10 da noite, as ruas estavam escuras e a maioria das lojas fechadas, desci um grande caminho arborizado. Antes de ir para casa, pensei que deveria passar na 7-Eleven e comprar uma fatia de pizza e saciar minha fome.

Foi uma noite excepcionalmente agradável, com uma energia límpida de primavera.

Continua ✦ - - - - - - ↷ . . .