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Índia| Cattleya


Quando cheguei em casa só coloquei a vivi pra brincar e sentei no sofá respirando fundo.

Não demorou nada e o Filipe entrou batendo a porta com força, ele passou direito e voltou depois de vinte minutos mais ou menos com o cabelo molhado.

Braga: Foi mal pô. - falou depois de um tempo. - Tu entrou na frente Índia, que porra..

Índia: Se tu tiver estressado vai dormir e me deixa em paz, amanhã a gente conversa Filipe.

Braga: Só não queria ter encostado em tu daquele jeito pô, foi mal mermo tu entrou na frente e eu fiquei maluco de ódio.

Índia: Você quase matou ele de tanto bater Filipe, eu sei que com algumas pessoas você é assim e tal, mas ele é família.

Braga: Tu nunca matou ninguém da tua família não? - ouvir isso dele foi uma facada do caralho, quando ele percebeu até tentou reverter. - Não era pra ter saído assim.

Índia: Matei sim, um homem que matou minha mãe e estuprou ela, e depois ficou atrás de mim por meses.... além disso eu fui parar em um leilão onde vários homens nojentos gozaram em mim por culpa dele, mesmo sem eu saber ele controlava minha vida. Não compara seus motivos com os meus, eu também tenho minhas dores e não jogo a porra dos teus erros na sua cara, e olha que são muitos. - ele travou o maxilar e desviou o olhar.

Braga: Tu entendeu errado, não foi isso que eu quis dizer pô.

Índia: Vou limpar seus machucados e depois você vai fazer alguma coisa. - peguei o kit de primeiros socorros e fiz alguns curativos ele.

Braga: Me perdoa por machucar você, eu não tô legal e falei um pá de merda.... foi mal pô.

Índia: A Vivi tem alguns problemas pra respirar, você viu o jeito que ela ficou Braga? - ele concordou. - Que isso não se repita na frente dela, não estou jugando você até porque cada um sabe o que faz, mas tenta controlar isso, tinha muita criança lá na pensão.. eles saíram assustados.

Braga: Tô ligado, vai se repitir não. - concordei levantando.

Índia: O que te fez ficar com tanto ódio do Zeus ao ponto de torturar ele? - parei no meio do caminho e encarei ele que desviou o olhar.

Braga: Ele não tá do meu lado mais, era tudo um plano fudido pra pegar o comando dos morros dos aliados, tudo foi uma farsa Índia, ele programou tudo isso. Ele podia acabar com a guerra das facções, só não quis.

Índia: Você acha que ele sabia quando iam atacar meu carro e me torturar?

Braga: Isso eu não sei pô, mas pelas coisas que ele falou eu não duvido nada, ele só quer poder e você tem isso. Pode ter sido um plano pra tentar matar você e assumir tudo, se ele conseguisse te matar e ter o poder do tráfico na Colômbia e Venezuela ele teria o poder dos morros fácil aqui.

Índia: Como Filipe? Ele não me conhecia assim, eu nunca deixei pontas soltas, quando eu vim pro Brasil o jacaré me chamou e tento certeza que ele me apresentou por cima.

Braga: Eu não sei mermo dessas fita aí nega, tô tentando descobrir.

Índia: Tem alguma coisa errada aí, os homens do Zeus não vai deixar isso barato Filipe, que merda em...

Braga: Se foi ele que armou isso pra tu morrer ele tá fudido na minha mão.

Isso tá muito estranho, quase ninguém aqui me conhecia ou fazia idéia da minha fama na Colômbia.

Braga: Eu vou na boca resolver isso, marca vinte aí.

Índia: Eu vou com você, só espera eu levar a vivi na dona Ana.

Braga: Tu vai ficar aí jaé? Me escuta uma vez na vida Cattleya, não vou demorar. - concordei meio contra gosto e sentei no sofá vendo ele sair com um fuzil nas costas.

Subi as escadas com a Vivi no colo e dei um banho nela, tomei uma ducha rápida também e liguei o ar deitando com ela e dormindo depois de minutos.

[...]

Acordei assustada com um pesadelo com minha mãe que ando tendo a dias, olhei na cama e a Vivi ainda tava dormindo.

Suspirei pesado e peguei a chave do porão escondido da casa e desci indo pra lá. Por mais que eu esteja cismada com a caixa que a Dona Ana me entregou eu vou abrir essa merda, já aguentei coisa pra caralho e tenho certeza que isso é fichinha.

Entrei no porão e liguei a luz espirrando em seguida com tanta poeira... procurei a caixa com os olhos e vi ela no cantinho com minhas armas em cima.
Tirei a pilha de coisas e dei uma limpadinha com a mão mesmo.

Quebrei o pequeno cadeado e respirei fundo abrindo a caixa...

Tinha várias fotos minha pequena, minha mãe me beijava ou me abraçava em todas elas, foi impossível meu olho não lacrimejar....

Olhei uma por uma e sorri me lembrando dos momentos ao lado dela, dentro de um pote de vidro tinha minha primeira chupeta, minha mamadeira e a primeira flor seca que eu dei pra ela!.

Chorei alto quando vi uma foto nossa no meu aniversário de cinco anos, o tema era princesa e eu estava vestida toda de preto com uma arminha de brinquedo. Uma coisa que me chamou atenção foi o Marcelo nunca estar presente nos aniversários ou no dia a dia... não tinha nada dele e uma parte dentro de mim agradeceu por isso.

Tinha algumas outras coisas mas o que me chamou a atenção foi uma carta grande no canto da caixa presa em um amarrador rosa bebê.

Abri a carta com urgência e comecei a ler.

Eu sinto muito por todas as mentiras minha pequena Cath.....

*****

Não revisado.

 𝗖𝗼𝗹𝗼𝗺𝗯𝗶𝗮𝗻𝗮 [ 𝕮]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora