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• Emily

Eu não sei ao certo o que senti. Mal conseguia sentir minhas pernas minha cabeça não passava nada de bom!

Montei na moto e não sei como cheguei em casa, eu só sentei no sofá e desabei! Chorei por tudo mesmo, o término com o Breno e minha briga com a Índia.

Nunca senti uma dor dessa, parece que não vou conseguir reagir sabe?

A única parte boa em mim é minha mãe! Apesar de todas as nossas brigas e discussões eu amo ela.

Com o tempo ela foi piorando, ela conseguia falar e andar com dificuldade, mas conseguia. Agora ela mal consegue comer.

Deitei minha cabeça no sofá e olhei no porta retrato com uma foto minha e da Índia... como ela teve coragem de fazer isso comigo?

B2: Emily pô, graças à Deus. - me assustei vendo que eu estava na casa dele.

Emy: Eu tô fazendo o que aqui? -perguntei mais pra mim que pra ele.

B2: Posso ser a última pessoa que tu vai querer ver agora, mas tu precisa descansar e tomar alguma coisa pra se acalmar.

Emy: Me solta por favor Breno. - falei baixo me esquivando do toque dele.

B2: Tu precisa reagir japa! Eu tô aqui contigo pô.

Emy: Eu não quero nem olhar pra você.. - Ele me olhou e eu apertei minhas mãos com força.

B2: Emily olha pra mim. - me puxou. - Eu vou estar aqui contigo pô.

Emy: Você! - não consegui terminar de falar e desabei no choro sentindo as lembranças de anos atrás invadir minha cabeça!

B2: Emily levanta porra, tu tá ficando roxa! Emily. - ele me sacudia mas eu não conseguia dizer nada.

Minhas mãos tremiam e meu corpo parece que lembrava das vezes que eu apanhei deles.

Emy: A marca nas minhas costas. - engasguei com o choro. - foram eles, eu lembro de tentar fugir pra ir atrás da Índia. Eu apanhei por horas Breno,  eu tinha onze anos!

B2:  Quem fez isso com tu vai pagar japa! Confia em mim. - eu escutava a voz dele longe, como se estivesse a quilômetros de mim. - Respira por favor, tenta respeitar vida, por favor.

Emy: Eu preciso ficar sozinha.

B2: Escuta pô, tu tá desnorteada, toda perdida. Emily pelo amor de Deus fica aqui hoje. Amanhã tu vai pra onde quiser.

Levantei me segurando no sofá e peguei uma mochila com minhas coisas saindo em direção a garagem. Escutei os passos dele correndo atrás de mim mas fui rápida e peguei minha moto e saí do morro o mais rápido que consegui.

Eu preciso pensar, tentar colocar minhas ideias do lugar.

  [...]

Faz duas
semana que eu estou em um hotel em Angra dos Reis! Vim pra cá depois que fiquei sabendo da morte da minha mãe!

Eu queria tanto ir no enterro, mas o meu pai me proibiu, disse que eu não seria bem vinda.  Não arrisquei ir, sei bem que ele não pouparia me matar lá mesmo.

Mandei mensagem pra tia Matilde, ela cuidava de mim quando eu morava no México. Ela filmou escondido algumas partes do enterro da minha mãe, mas só de longe.

Despois disso eu tenho vivido a base de remédios, tanto pra dormir como pra comer ou até mesmo conseguir levantar da cama.
 

Eu passo a maior parte do meu tempo chorando ou procurando algum remédio pra melhorar o sono!

Eu perdi totalmente minha vontade de viver! Eu não queria mesmo sair disso! Pra mim viver assim tava bom.

Levantei na cama e fui até o espelho vendo o estado deplorável que eu estava!

Tinha muitas marcas de unha em mim, algumas até saía sangue, mas é como se não fosse eu! Não conseguia lembrar das coisas que andei fazendo comigo mesma.

Ignorei meu corpo e fui na cozinha pegar alguns remédios pra dormir.

Olhei na cartela e vi que estava acabando, acabei tomando os cinco de uma vez e nem consegui chegar no quarto.

*******


Maratona 4|4

A paz está próxima amigos!! 🕺🏻



 

 𝗖𝗼𝗹𝗼𝗺𝗯𝗶𝗮𝗻𝗮 [ 𝕮]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora