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A conversa

"This wasn't meant to be."
"This what?"
"Falling in love with her."

A semana seguinte foi de recesso escolar devido ao que havia acontecido. O diretor Quíron avisou a todos os pais e alunos que faria reformas na escola e os policiais iam investigar como aquilo tudo tinha acontecido, já que todas as portas principais tinham detectores de metal e apenas algumas de serviço não possuíam. Durante essa mesma semana, Percy e Annabeth não haviam mais se falado depois que o garoto foi embora da casa dela aquele dia.

Na sexta-feira, as reformas estavam quase acabando e as câmeras de segurança foram examinadas. Os policiais descobriram que a arma do crime já estava dentro do colégio a alguns dias antes do tiroteio e que o homem havia entrado pelos fundos, como eles suspeitavam, para deixa-la guardada. Nesse mesmo dia, a última das vítimas do incidente foi liberada do hospital totalmente recuperada e Leo tomou uma decisão.

"Festa na minha casa domingo. Pra comemorar que tá todo mundo bem e tomar um porre antes de enfrentar aquela escola de novo."

Percy riu com aquela mensagem e confirmou sua presença, se assustando quando a mãe apareceu na sala chamando seu nome.

– Deuses, dona Sally – ele reclamou e a mulher riu enquanto se sentava junto dele.

– Vim ver se você sabe onde sua irmã está.

– Na sala de TV vendo desenho, acabei de deixa-la lá – Percy respondeu sem muita animação e sua mãe reparou nisso.

– O que foi? – ela perguntou e fez carinho nos cabelos do filho. – Por que tá com essa cara?

– Não é nada, mãe.

– Sabe que não consegue esconder nada de mim, não sabe? – então ela puxou as mãos dele até que o garoto ficasse de frente para ela no sofá. – Anda, me conta. Talvez eu possa ajudá-lo.

– Eu não acho que consiga – ele olhou pra ela e respirou fundo. – Annabeth e eu terminamos, mãe.

– Eu desconfiava disso, ela não veio aqui a semana toda – Sally comentou, triste em saber daquilo. – Quando foi isso?

– Alguns dias antes do tiroteio.

– Teve algum motivo específico?

– Sim, mas não – Percy se encostou no sofá e soltou todo o ar que tinha. – Não era pra isso ter acontecido.

– Isso o que?

– Eu ter me apaixonado por ela.

– Se você gosta dela, por que terminaram?

– É uma longa história.

– Tenho alguns minutos antes de ter que buscar seu irmão – Sally se ajeitou no sofá e Percy tentou resumir a história.

– Nós nunca namoramos de verdade, mãe. Bem, pelo menos não como as pessoas normalmente namoram. Tinha toda uma aposta envolvida no meio disso e eu precisava da ajuda de Annabeth pra cumprir – nisso, Sally ergueu uma sobrancelha, não entendendo direito a situação. – Nós tínhamos que fingir começar um relacionamento e namorar por um tempo pra que o Luke deixasse os outros meninos e eu em paz e ela topou depois que eu prometi realizar três pedidos dela. E tudo estava dando muito certo, mas... – Percy suspirou, triste. – Mãe, ela é incrível! Quero dizer, eu nunca dei uma chance pra conhecer ela de verdade, ela também nunca me deu, mas depois que ela te permite realmente conhecê-la, não tem como não querer mais, sabe? Ela é uma garota incrivelmente inteligente e esperta. Ela sabe de cor toda e qualquer matéria da escola e explica tudo o que você quiser com uma facilidade e clareza maravilhosa. Ela também é muito boa, no sentido de ajudar sempre os outros quando eles precisam e fazer as coisas certas. Ela adora crianças e se dá bem demais com elas, você viu como Estelle e Tyson amaram ela desde a primeira vez que ela veio aqui e ela é assim com todas as crianças, é adorável – então ele finalmente sorriu, lembrando-se daquilo tudo. – Ela também é a garota mais bonita que eu já conheci, mãe. Eu amo aqueles olhos dela, podia ficar os encarando por horas, mas ela sentia vergonha nas vezes em que eu tentei. Os cabelos dela são incríveis também e tem um cheiro maravilhoso de xampu que só ela usa e eu adorava quando ela deitava no meu colo e eu podia ficar brincando com eles. Ela tem um sorriso tão lindo e tão poderoso, um sorriso tão contagiante que eu nunca consegui ficar sério perto dela, mas ela não faz ideia do quanto eu amo aquilo. Ela foi a única pessoa com quem eu senti arrepios só dela passar as mãos entre os meus cabelos e foi... novo e diferente e maravilhoso toda vez. Os olhos, as mãos, os cabelos, o sorriso, os beijos... cada detalhe dela é perfeito e único e eu só queria que ela soubesse o quanto eu sinto falta de tudo.