𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳

𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟏𝟗 🦋 Just Hold On

Sinto minhas bochechas esquentarem.

─ Ah, e, antes que eu esqueça, qual sua música preferida? – ele pergunta.

Aleatório? Com certeza.

Mas se tem uma coisa que eu aprendi na vida, é que nada é por acaso, e foi só por isso que eu decidi falar, ao invés de retrucar.

─ Perfect, One Direction... – respondo descendo do carro.

─ Beleza, eu te pego às 18:00h! – ele diz.

─ Ok, tchau! – eu respondo.

Ele faz tchau com sua mão direita e dá partida.

Entro em casa e abro a maçaneta da porta.

O golpe com vidro de hoje mais cedo foi aplicado na mão esquerda, ainda bem – pois, eu sou destra.

Entro em casa e tiro meus tênis.

─ O que você fez na sua mão? – minha mãe pergunta.

Troco meus tênis por confortáveis pantufas.

Sento nos banquinhos presentes na bancada da cozinha.

─ Me cortaram. – eu digo.

─ O QUE?! QUEM FOI O IDIOTA? – minha mãe diz ao ponto de sair de casa por um corte.

─ Foi um rolo danado na verdade... – eu digo.

─ O que aconteceu? – meu pai pergunta.

─ A Carolina que veio aqui uns dias atrás, tem a Bruna como pior inimiga, assim como Bruna a tem como inimiga. Mas, a Bruna descobriu o passado dela, e gritou para todos ouvirem na cafeteria da escola. Minha amiga saiu correndo com lágrimas. Eu fiquei com raiva e enfrentei a Bruna, ela me deu um tapa na cara e eu revidei, a empurrando e dando socos em sua cara, e quando eu levantei, ela pegou um pequeno caco de vidro, cortou minha mão e agora eu estou com pontos. – eu explico.

O silêncio se instala na cozinha.

Nunca tive a coragem de me meter em uma briga na escola, por isso, eu estar batendo em alguém era uma novidade e tanto para meus pais.

─ Bárbara, vamos no shopping, você merece um presente depois dessa. – minha mãe diz e nós rimos. – Inclusive, de quem é esse pedaço de pano na sua mão?

─ Do Victor.... Ele pegou de algum lugar na hora e fez um curativo improvisado. – digo passando mechas do meu cabelo atrás de minha orelha.

─ Ele é muito fofo, não é filha? – minha mãe diz.

─ Sim.... Inclusive, posso ir em uma festa hoje? – eu pergunto.

─ Que horas? – meu pai pergunta.

─ Às 18:00h... – eu respondo

─ Pode minha filha, vai fundo! – minha mãe diz.

─ Tente não arranjar mais confusão, ok? Foi muito bonito o que você fez sem dúvida, mas, hoje foi apenas a sua mão, mas, ninguém sabe o próximo dia. – meu pai diz.

─ Sim, prometo que vai ser a primeira e última vez! – eu digo e nós rimos.

{...}

Estava deitada em minha cama, refletindo.

Por que Victor fala comigo?

Por que a gente quase se beijou hoje?

Isso é novidade para mim, pois, eu ouvia que Victor era um grande pegador, não tinha amizade com ninguém além de seus colegas de classe, e, agora fala com uma depressiva da turma B, a leva para sair e beija sua testa. É, uma mudança muito abrupta, entendem?