63.

9.5K 661 187
                                    

•Braga

Geral saiu do postinho sem falar nada, eu apoiei minha cabeça na parede e acendi um cigarro.

Tinha um monte de bagulho falando pra não fumar, tu liga? Por que eu não.

Fumei dois maços e a médica veio na minha direção.

médica: A Índia acordou, o senhor quer falar com ela agora?

murmurei que ia depois e ela saiu me deixando sozinho de novo.

Sentei e tentei controlar a raiva que eu estou. A Índia pisou legal na bola comigo, tô com tanto ódio da cara da Pistoleira que sou capaz de fazer uma loucura.

Aproximei do quarto e de longe vi ela deitada olhando pro teto. Perdi a força nas pernas e não consegui entrar, o sentimento de culpa por não ter impedido nada me consumiu.

Perdi meu filho e quase perdi minha mulher, papo reto tenho nem cara pra falar com ela.

Parada sinistra mermo, quando cai na real ela me olhou e começou a chorar, nunca tinha visto ela tão vulnerável assim.

Entrei no quarto e me aproximei da cama, encarei ela que olhava pro teto e beijei sua testa.

Índia: Me perdoa Filipe. - sussurrou muito baixo.

Braga: Tô suave pô. - menti.

Índia: Eu não consegui salvar o bebê né? - concordei lentamente com a cabeça.

Braga: Tu não tem culpa Índia, quem fez isso com tu vai pagar. - falei sério.

Índia: Eu tentei Filipe, eu juro que tentei salvar o bebê. - chorou de soluçar.

Braga: Se eu soubesse pô. - passei a mão no cabelo nervoso.

Índia: Eu fui tão egoísta, mas eu não imaginava que essas coisas iam acontecer.

Eu olhei pra ela e deixei cair uma lágrima.

Braga: Foi mal mermo não proteger vocês.

Índia: Ele ou ela foi pra um lugar melhor Filipe, nossa vida é um caos.

Braga: É. - falei e deitei do lado dela na cama.

Índia: Me perdoa Filipe, eu estraguei tudo. Outra vez. - falou baixo.

Não respondi ela, só aconcheguei ela no meu peito e fiz carinho no seu rosto todo machucado.

Dei um leve beijo no topo da cabeça dela e vi ela pegar no sono.

Eu fiquei na minha tentando passar um conforto pra ela que eu não sentia.

Tô bolado com toda essa história, a perda do bebê, ela quase morrer, eu não saber de porra nenhuma, o Zeus me dando dor de cabeça e a porra de guerra contra facções.

Quando ela melhorar vou abrir o jogo mermo, acho que é melhor a gente se afastar, preciso de tempo, preciso de um tempo longe da mulher que eu curto pra caralho.

[...]

Avisei a dona Ana que ela acordou e fui pra boca resolver uma parada.

Sentei e fiquei vendo os vídeos que me mandaram torturando ela.

Passei mó tempão vendo o tanto que ela sofreu, em um dos vídeos eu vi ela chorando com a mão na barriga. Eu sabia que foi quando ela perdeu a criança.

Fiz uma carreira de pó e cheirei tudo de uma vez sentindo a porra da vontade de chorar.

Fiz mais duas carreiras e cheirei outra vez!

Fiquei completamente fora de mim e sai da Boca.

Troquei plantão de uns muleque e vi a Pistoleira vindo na minha direção.

Emy: Braga a Índia queria falar com você. - chegou perto sorrindo.

Braga: Sai de perto de mim caralho, eu tô falando sério mermo.

emy: Vou falar que tu teve imprevisto tá?

Braga: Tu não vai falar nada filha da puta.

emy: Braga você tá drogado?

Braga: Isso é culpa sua.

emy: Eu sinto muito pelo o que aconteceu, mas a culpa não foi minha. Eu daria tudo pra ter ficado no lugar dela.

Braga: Sai da minha frente Emily, ou eu mato você.

emy: Braga ninguém teve culpa, todos que fizeram isso vão pagar. Sua mulher precisa de você,  para de ser infantil caralho, ela tá sofrendo também. Não seja a porra de um cuzão, Ela já perdeu um filho, vai perder você também?

Olhei pra ela na minha frente e comecei a soar frio, por instantes eu vi meu pai nela.

Braga: Eu tô fora de mim, vai embora caralho.

emy: Não vou deixar tu nesse estado. Vou levar tu pra casa.

Ela tentou se aproximar de mim e o rosto do meu pai veio na minha cabeça.

Fui com tudo pra cima dela e derrubei ela no chão batendo na mesma.

emy: Braga me solta. - ela levantou no impulso e me deu um soco na cara.

Cai pro lado e puxei o cabelo dela com tudo dando vários socos no seu rosto e sua barriga.

Ela reagiu, meu nariz tá sangrando e minha cara ardendo.

Ela tentava alcançar a arma ou gritar mais eu bati com tudo na sua cara fazendo ela cair.

Eu só via meu pai espancando minha mãe, o Binho chorando no canto da parede, eu não conseguia parar.

Tirei muito sangue dela, só parei quando vi ela desmaiada.

Marcola: Braga caralho, tu tá maluco porra? - gritou pegando a Emily do chão.

Braga: Eu vou matar ele!

Marcola: Ele quem?

Braga: Meu pai!

Marcola: Braga tu quase matou a Pistoleira,  melhor amiga da tua mulher e a mina do teu braço direito.

Eu não raciocinei direito e só vi o coqueiro me levar de volta pra sala.





tadinha da minha bebê!









 𝗖𝗼𝗹𝗼𝗺𝗯𝗶𝗮𝗻𝗮 [ 𝕮]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora