storm.

• 🌧 || 13. mentira

LILI REINHART

Final de agosto, última quarta-feira. O que isso significa que setembro estava chegando. Meu aniversário estava chegando. Dia 13 de setembro de 1993 eu nasci. As 11:41 da manhã para ser bem exata.

Todos os adolescentes amam seus aniversários. Isso sempre significa festa, presentes e bebedeira. Muita bebedeira. Não gosto muito do meu aniversário. Não me entenda mal! Eu tive festas. Poucas pessoas compareceram mas eu tive, só não gosto do sentido do aniversário.

Estava no meio da aula de história. Eu gosto de história e o professor é muito legal também. Estava anotando tudo o que o senhor Trish estava escrevendo no quadro, quando alguém cutuca meu ombro.

Olho para o lado de vejo Madelaine, uma das cheerleaders. Respiro fundo e forço um sorriso.

— Você é a Lili, né? — Concordo. Ela sorri. — Como é estar na cama com Cole? Porque tipo, escutei que você deu pra ele. Quero saber como é a experiência.

Olho para ela meio incrédula e finjo que não escutei, me virando para frente e voltando a anotar a matéria. Uma coisa estranha começa a aparecer no meu peito. Cole estava dizendo isso de mim? Que eu tinha dado para ele?

— Qual é, não precisa ficar tímida. — Madelaine sussurra. Fecho os olhos e suspiro. — Metade da escola já beijou ele e...

— Pare. — Falo ainda sussurrando. — Não dei pra ele, tá legal? O que estão dizendo é mentira.

Madelaine me olha meio culpada e da de ombros.

— Se você diz... — E voltamos a atenção para a aula. Mas, na verdade, minha atenção depois disso não estava na aula.

***

Na hora do intervalo vou meio correndo em direção a mesa onde os amigos de Cole sentavam. Vejo suas costas balançarem e sua cabeça cair para trás, rindo.

Olho a cena de longe, quase esquecendo do real porque estava indo ali, mas as palavras de Madelaine vem na minha cabeça e eu fico furiosa.

Cutuco o ombro de Cole e ele se vira para mim. Vejo Tiera sentada do outro lado da mesa olhar para mim e morder uma maça. Abaixo a cabeça e vejo Cole segurar minha cintura. Me sento em uma de suas pernas.

— Ei, Lil! — Escuto Kj falar. Sorrio para ele, meio tímida. — Estamos classificados! Temos um jogo marcado para o final de setembro!

— Isso é ótimo. Meu Deus! Parabéns! — Falo.

Sorrio insanamente e abraço Cole. Ele ri e me abraça. Sei como eles estavam treinando para isso. Vanessa sempre me arrastou para todos os jogos da escola. Aproveito que estava com a cabeça perto de sua orelha.

— Nós podemos conversar? — Cole fica tenso e concorda. — Com licença.

Levando e puxo sua mão em direção a área aberta da escola. Ajeito minha mochila, me sentindo nervosa. Por mais feliz que tivesse pela notícia, magoa ainda existia no meu peito.

Paramos perto de uma árvore e ficamos frente a frente. Encaro seu rosto e respiro fundo.

— Por que escutei disserem que eu dei para você? — Cole arregala os olhos e eu cruzo os braços. — Vai fingir que não sabe?

— Mas eu não sei? — Ele diz. — Acha mesmo que eu diria isso? E mesmo que tivéssemos feito, por que eu espalharia?

— Eu não sei mas, me perguntaram uns negócios hoje e me senti estranha. — Falo e Cole nega.

— E acha que eu espalhei?

— Eu não disse isso.

— Mas deu a entender.

— Mas não foi a intenção. — Falo vendo seu rosto ficar vermelho. — Não estou duvidando de você. Sei que não faria mas...

— Lili... conversar sobre isso agora não vai ser muito bom. Podemos falar depois? — Arregalo os olhos e agarro sua mão quando vejo ele começar a ir embora. Ele está chateado.

— Onde pensa que vai? — Cruzo os braços. — Só quero saber se tem alguma ideia de quem possa ter espalhado essa porcaria pela escola inteira!

— Não sei! As únicas pessoas da qual eu falo sobre nós é Camila. Ela não espalharia. — Se defende. — Acha que fui eu? Obrigada, me sinto ótimo agora. Mas se quer saber, nunca faria isso e não sei quem pode ter feito isso. Não vejo o porque de fazerem. Brigue sozinha. Logo, logo esquecem!

— Sabe o esforço que eu estou fazendo para pode me sentir bem com os caras que me trataram mal durante toda a minha adolescência? — Solto. Cole ri e nega. — Estou fazendo isso por você. Porque me sinto bem com você. Tem noção de como é difícil para mim ter meu nome da boca das pessoas? Fui invisível nessa escola desde sempre. As pessoas pegavam no meu pé? Pegavam, mas não tinham meu nome na boca o tempo todo. Não como tem agora. Achei que o mínimo que você poderia fazer por mim fosse ver quem foi que espalhou isso. Essa mentira. Mas, se não quiser, tranquilo. Não tem problema. Obrigada, me sinto ótima agora.

Pisco e saio, indo em direção ao banheiro, sentindo meus olhos molharem. Droga, realmente tínhamos discutido? Por causa de uma mentira? Odeio essa escola.

***

Vanessa me contava em como seu trabalho de arte andava quando puxam meu pulso. Cole. Depois da pequena discussão que tivemos no intervalo não conversamos mais. Nessa me avisa que estaria esperando no carro.

— Tiera espalhou isso. — Olho para ele. — Procurei uns caras do time e eles disseram que foi ela. Pedi para ela desmentir.

— E ela não vai fazer, para variar. — Arrumo a mochila pesada no ombro.

— Ela vai. — Cole se aproxima. — Desculpa por hoje, eu... Gary e Melanie estão bem irritantes esses dias, a notícia do time me animou aí você veio com...

— Desculpa também. — Sorrio sem dos dentes. — Foi bobagem.

— Bobagem? Puff. As pessoas achavam que tínhamos... — Abaixo a cabeça. — e você estava claramente chateada e eu fui um idiota. Muito idiota. Desculpa.

— Aceito suas desculpas. — O abraço. — Fale comigo da próxima vez. Não guarde isso, a situação com Gary e Melanie.

Cole sempre me contava em como os dois eram idiotas com ele. Me sentia mal e com raiva ao mesmo tempo. Melanie é a mãe de Cole, como ela pode tratar seu filho assim?

— Não vou te encher com meus problemas.

— Sprouse! — Bato em seu peito quando nos afastamos e sorrio. — Sabe que pode me contar. Tenho que ir, Nessa esta me esperando.

— Até. — Ele beija minha bochecha. Me aproximo, ficando na pontinha do pé e dou um selinho em sua boca, correndo em direção ao estacionamento e pensando se isso foi o certo a se fazer.

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