• 🌧 || 11. conhecimento geral

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LILI REINHART

Ei, ei, ei... — Coloco minha mão no peito de Cole e nos separo. Hoje começaríamos a estudar para as provas que estavam vindo. Não sei o que vai dar, mas espero que dê tudo certo.

Eu e Cole estamos tendo uma "coisa", não somos namorados, mas também não queremos nos titular como amigos coloridos então, somos isso, essa coisa sem explicação. Eu realmente gosto dele, ele me faz me sentir bem e confortável. Além de me fazer rir e beijar muito bem, tipo muito bem. Minhas experiências com beijos não são boas. Apesar de ser a nerd estranha da escola já beijei algumas pessoas, estranho de pensar, não?

Nathan Graham, setimo ano. Ele machucou minha boca com aquele aparelho.

Patrick Tozier, nono ano. Ele não sabia usar a língua, era... estranho.

Harry Foster, primeiro ano. Ele só sabia beijar de um lado. Sempre que eu ia, tipo, me mexer ele me parava e falava "desse lado não".

Cole supera todos eles.

— Só mais um... — Faz um biquinho e puxa minha cabeça em direção a sua, grudando nossos lábios de novo. Era sexta a tarde, estávamos na minha casa e dessa vez sozinhos, tenho certeza. Resmungo quando sinto Cole segurar meu pescoço e intensificar mais o beijo.

— Eu... — Falo com alguns centímetros de distância da boca de Cole, que não tirava os olhos dos meus lábios provavelmente muito avermelhados. — Pare. Vamos estudar.

— Não... — Ele me abraça. Dou risada e o abraço também, ainda deitada em cima dele. — Talvez pudéssemos usar o método do chute nas provas.

— E o método de recuperação, vamos usar também? — Ele faz cosquinha na minha barriga e eu gargalho. Depois de descobrir meu ponto fraco, Cole sempre quando quer me distrair faz cosquinhas. — Não!

Cole fica em cima de mim. Encaro ele com a respiração ofegante e quando percebo que ele se aproximava de novo, escorrego para o lado e me sento no chão.

— Não, depois. — Vejo Cole desabar na cama e resmungar. Dou risada e pego o material de álgebra e dou um tapinha nas costas de Cole.

— Desce um pouco... — Olha pra mim e fica levantando as sobrancelhas. Olho seria pra ele e nego, saindo do meu quarto. — Ah, Lili...

— Venha logo. — Desço as escadas e jogo os livros e cadernos na mesa. Vejo Cole descer as escadas arrastando os pés e se senta na mesa, olhando os cadernos com uma careta.

— A gente vai usar álgebra no trabalho? — Dou de ombros e sirvo um copo de água e levo para mesa. — Não faz sentido a gente decorar tudo isso pra não usarmos.

— Conhecimento geral, Cole. — Me sento ao lado de Cole e abro o livro na página com o título ÁLGEBRA. — Certo. Pra saber como....

— Conhecimentos gerais... não faz sentido. Você que gosta de pintar, usa a caverna de Platão para alguma coisa? — Franzo os lábios e olho pra ele.

— Vamos revisar as operações básicas, o primeiro passo vai ser esse. Tem folha bem ali...

— Viu, você não usa.

— Cala a... — Sinto os lábios de Cole grudarem nos meus. — boca.

Ele me dá um sorriso que derreteria calcinhas na escola, é um sorriso lindo, não posso negar. Reviro os olhos e nego.

— Agora a gente pode estudar? — Pergunto. Cole assente e cruza os braços no peito, se deitando na cadeira. — Sabe as operações básicas, né?

***

— Entendeu? — Falo desenhando uma equação algébrica e olho para o Cole, que tinha apoiado o queixo na mão. — Cole...

— Sim. Sim. — Fala concordando e pega o lápis que estava ao seu lado, fazendo um "x" e um "2". — Entendi.

— Você já está entediado, né? — Falo largando o lápis na mesa, me encostando na cadeira. Cole arregala os olhos e nega. — Sabia. Uau, que deja-vu.

— Ahn? — Cole pergunta parecendo interessado no assunto depois de algumas horas.

— Deja-vu, não sabe o que é? — Pergunto surpresa. Cole nega e toma um gole da água.

— Me explica. — Ele aproxima a cadeira da minha. Sorrio.

— É como uma ilusão da nossa memória que faz a gente acreditar que já viveu uma situação. — Falo. — Eu tive um deja-vu quando você fingiu ter entendido.

— Ah... — Ele concorda. — Por que sabe isso?

— Conhecimento geral. — Mostro a língua pra ele. Cole nega e me ameaça fazer cosquinha. Me levanto, vejo Cole me copiar. — Não ouse. — Estico um dedo em sua direção. Ele gargalha e vem em minha direção.

Saio correndo pela casa. Grito, já sentindo as mãos de Cole em minha barriga. Subo para meu quarto e, quando viro de costas, ele me pega no colo e me joga na cama.

— Não! Não! Não! — Balanço as pernas e gargalho. Cole ri do meu desespero. — Pare... ah, por favor!

— Nunca... — Ele sussurra no meu ouvido e se joga em cima de mim.

— Você é pesado. — Resmungo.

— Gostosura.

— Gordura. — O empurro ele fica ao meu lado. Olho para a janela e vejo que já está de noite. — Ei, você não tem que ir pra casa?

Vejo que ele dá de ombros. Me apoio no braço e olho para seu rosto. Tenso, ele estava tenso.

— Por que sabe o significado dessas palavras que mal usamos? — Cole pergunta de novo mudando de assunto e ignorando a minha pergunta.

— Fiquei sozinha tempo demais. Livros sempre estiveram comigo. Ler e pintar passava o meu tempo. — Dou de ombros. Ele concorda e beija minha bochecha. Sorrio e beijo a sua bochecha também. — A gente tem milhares de coisas ao nosso redor, sentimentos, sentidos... que a gente não sabe muito o significado. Deja-vu por exemplo. Mamãe usava muito isso quando eu era pequenininha, até um dia eu procurei um livro sobre isso, significado de certas coisas e sentimentos e... é, foi assim.

— Legal... — Ele fica em silêncio por um tempo. Olho a janela de novo.

— Você não tem que ir pra casa? Está ficando tarde. — Falo. Cole me olha nos olhos, sinto eles mais intensos do que sempre são.

— Qual é o significado de casa pra você?

Travo. Penso, por que a pergunta? E o que significa casa para mim?

— Um lugar onde as pessoas moram, habitam. — Falo o óbvio. Cole olha pra mim com tédio.

— Qual é o significado de casa pra você? — Penso um pouco, finalmente entendendo o que ele queria dizer.

— Vai ser um lugar, pessoa, livro, o que você quiser, em que você vai se sentir bem, confortável. Você vai se sentir acolhido, recebido de braços abertos. Essa coisa te salva, te deixa sã. Essa coisa te faz feliz além do que palavras podem expressar. — Falo, entendendo o que ele quis dizer. — Casa. Pintar é minha casa. Nessa é minha casa...

Olho para Cole e vejo seus vermelhos, ele funga e olha pra mim.

— Então eu não tenho casa... — Sinto meus olhos molharem e imediatamente abraço.

— Não, não fale assim. — Faço um carinho em seu cabelo. Ele me abraça como se dependesse disso.

— Obrigada... — O abraço mais, sentindo a urgência de protejer Cole de tudo isso.

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as coisas tao acontecendo rápido, eu sei, mas é pq tem muita coisa pra acontecer

to me sentindo meio sumida, vou tentar atualizar vcs com mais frequência, mas eu peço tb que retribuam e comentem um pouquinho:))

storm.Where stories live. Discover now