Epílogo

1.3K 121 22
                                    

E aí pessoal, já estão recuperadas(os) das emoções finais? 

Eu quis acabar rápido por causa do Covid, vai saber ser todos vão conseguir acompanhar até o final. É triste mas essa é a nossa realidade. A coisa está feia. Tomem cuidado fiquem seguros.

Mas agora vamos para o epílogo, obrigado a todos(as).

 Sea of Love - Cat Power

Hotel Yorba - White Stripes

Boa leitura!

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Tempos depois

Pov Camila

A grama de inverno está da cor da areia, tostada, estendendo-se em direção a um céu cinza ardósia. Está ventando estes dias, o ar molhado e com sal do mar.

Mas na varanda da casa de fazenda de Lolo, com o fogão de ferro fundido aceso, é quente o suficiente para eu ficar de jeans e camiseta, meus pés descalços batendo nas tábuas gastas do assoalho.

Estou sentada em uma cadeira de balanço, tomando café e inalando um prato cheio dos melhores biscoitos do mundo. Olhando para trás, eu provavelmente me apaixonei por Lauren na primeira vez que comi um de seus biscoitos.

Acabei de falar isso e ela me dá uma olhada. O tipo que diz que me acha divertida, mas não quer admitir.

— Mamãe sempre disse que um homem era levado pelo estômago e pelo pênis. – Fala sentada da cadeira de balanço ao meu lado, enquanto distraidamente toca seu violão. — Você não é homem. Mas, foi apenas uma questão de descobrir qual deles é mais apaziguador no momento. – Sorrio e como outro pedaço de bondade celestial assada.

— Depois que comermos, você pode apaziguar meu pau. - Ela cantarola.

— Ainda bem que você é muito fofa ou eu ficaria longe disso.

— Fofa? Meu pau não está mais satisfeito. - Lo luta contra um sorriso. Mas a sua atenção está na Gibson em suas mãos.

É minha guitarra, mas ela toca muito bem. Uma doce melodia soa antiquada e feliz, mas nostálgica. 

Sua voz suave e rouca, fica arranhada quando se junta pra formar o arranjo e cantar "Sea of Love". O som dela envolve o meu coração. 

Sua música está em casa. Sempre esteve. Sempre estará. Quando ela termina, me viro pra lhe encarar.

— Isso foi para mim? - Seu sorriso é suave, lindo.

— Todas são. - É bom que os caras não estejam por perto para me verem.

Bom. Ainda ontem, Rye mandou uma mensagem para dizer que era apenas uma questão de tempo antes que Lauren e eu começássemos a parecer o casal em Gótico Americano, que tudo que eu precisava era de um tridente.

Nós lhe enviamos uma foto nossa em pé na frente da casa, eu com o forcado na mão, nós duas encarando o nada.

Nós não estamos completamente ociosas. No mês passado, Lo e eu escrevemos músicas. Algumas delas são para Kill Field, umas são para o álbum de Lauren. 

Ela ainda não quer ser centro das atenções, mas Jax, de todas as pessoas, apontou que ela pode ter uma carreira em seus próprios termos. Então é isso que Laur está fazendo: escreve, grava e toca em pequenos espaços.

Na próxima semana, vamos voltar para Nova York. Eu vou começar a experimentar novas músicas com os caras e Lo vai ao estúdio de gravação.

Mas, por enquanto, aproveito ao máximo as nossas férias de artista. Coloco meu prato no chão e pego meu Martin, fazendo alguns ajustes.

— Eu tenho uma música. Mas você tem que cantar comigo.

— Eu vou, se você me disser o que está tocando. - Sorrindo, mordo meu lábio inferior, uma emoção de antecipação passando por mim.

— Você vai conseguir. - Começo o "Hotel Yorba" do White Stripes. No final do riff de abertura, ela está tocando junto, seu ritmo enquadrando minha liderança. Nós cantamos o refrão rindo e tocando nossas guitarras. Seus olhos brilham quando a música termina.

— Você colocou essa como meu toque.

— Sim. - Movo minha guitarra para baixo. — Coloquei no segundo que saí desta casa.

— Por que essa?

— A letra se encaixa no meu humor. Eu também só queria estar de volta a esta varanda, sozinha com você. - Sua expressão suaviza.

— Bem, aqui estamos nós.

— E o resto, Lo? – Pergunto e meu peito vai ficando apertado. — Eu sou a mulher que você mais ama? - Um rubor sobe em suas bochechas enquanto ela olha para mim, o pequeno ponto onde seu pulso bate no pescoço visivelmente vibrando. Ela conhece a letra. E sabe o que estou perguntando.

— Sim. - Diz quase timidamente. Eu planejei isso. Mas não impede meu coração de tentar sair do meu peito. Lentamente eu me ajoelho na sua frente, minhas mãos pousando em seu quadril exuberante.

— Eu vou te amar toda a minha vida e não vai parecer o suficiente. Então, o que você diz, Lo? Quer se casar comigo? - Seu sorriso é o meu Sol. Ela envolve seus braços em volta do meu pescoço e me beija.

— Onde está o meu anel? – Não posso me conter, sorrio contra seus lábios.

— Olhe no meu bolso, Elly May. - Seu pequeno choque de surpresa é fofo. Ela achou que eu não teria um?

A maneira como sua mão treme quando puxa a pequena caixa me diz que ela está tão nervosa quanto eu. Por um longo momento, Lo olha para o anel de ouro e esmeralda vintage. Então seus olhos se levantam e ela coloca o braço em volta do meu pescoço, me tirando da miséria.

— Oh, inferno. Eu vou me casar com uma musicista. - A seguro perto do meu corpo, respiro seu cheiro.

— Vamos nos divertir muito. - Sua risada é uma respiração quente contra o meu pescoço.

— Sim, nós vamos. E eu vou te amar para sempre, Camila Cabello. Isso eu sei com certeza.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Só no chamego

Uma Roqueira Em Minha VidaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora