Prólogo

4.4K 237 52
                                    

Ei pessoal, tudo bem? 

Voltei. Sempre falo pra mim mesmo: "essa vai ser a última", mas acontece que eu gosto de histórias e é bom compartilhar com vocês essas que acho legais...

Dessa vez a música vai ser um personagem importante, então, fiquem atentas(os). 

A maior parte da música mencionada não é da década passada, mas mais antiga.  Alguns de vocês podem descobrir novas músicas e alguns podem fazer uma viagem pela estrada da memória e nostalgia. 

Espero que gostem.

Boa Leitura!

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

"A música pode ser sua amiga quando você não tem nenhum, sua amante quando você está carente. Sua raiva, sua tristeza, sua alegria, sua dor. Sua voz quando você perdeu a sua. E fazer parte disso, ser a trilha sonora da vida de alguém, é uma coisa linda."Camila Cabello, vocalista e guitarrista, Kill Field.

O PASSADO — Camila

O Animal é uma fera temperamental. Pode te amar em um momento, te odiar no outro e você nunca sabe que lado vai ser até que esteja em cima de você. 

Quando ele te odeia, não há nada a fazer além de suportar tudo e esperar sobreviver sem ser completamente destruído, até que possa escapar com segurança. 

Mas quando te ama? Porra, é a melhor sensação da Terra. Você deseja esse tempo com o Animal. Vive para cada encontro. Isso se torna sua vida. Seu propósito. Seu mundo inteiro. E porque você se torna tão dependente disso, chega a odiá-lo um pouco também.

Amor. Ódio. Nenhum meio termo. Apenas altos e baixos. Está lá fora agora, esperando por mim. Rosnando com um ruído lento e crescente. Eu sinto isso em meus ossos, na carga sutil que ilumina o ar e no tremor sob meus pés. Meu ritmo cardíaco começa a subir, adrenalina já está chutando.

— Você está pronta para dançar com o diabo? - Whip não pergunta a ninguém em particular. Ele está bebendo uma garrafa de água, sua mão livre tocando um ritmo agitado em seu joelho. Diabo, animal, amante, todos nós temos o nosso nome para isso. Não importa. Ela é nossa dona e por algum tempo, nós a possuímos.

O rugido cresce mais alto, seguido por um baque, baque, baque. O meu nome. 

Está chamando por mim.

Camila. Camila.

Ofegante, me levanto. Um arrepio lambe minha pele, meu estômago se aperta. Eu respondo ao seu chamado e uma onda de som e pura energia cai sobre mim quando entro na luz.

Quente, cegante. O Animal grita. Para mim. E eu sou a única que controla isso. Levanto meus braços, ando até o microfone.

— Olá, Nova York! - O grito de resposta é tão alto, dou um passo para trás. 

Uma guitarra é colocada na minha mão, o pescoço liso tanto um conforto familiar é um chute de adrenalina. Eu passo a alça pela minha cabeça. A bateria do Whip começa, uma batida pulsante e meu corpo se move com ela. Jax e Rye se juntam, seus riffs tecem um padrão intrincado. Harmonia. Poesia do som. Um grito de desafio.

Começo a dedilhar, minha voz subindo. Música flui pelas minhas veias. Ela sai de mim como lava, acendendo o ar, incitando uma onda de gritos ansiosos. Poder. Tanto poder. 

O Animal responde, seu amor é tão potente que fico excitada, os cabelos da minha nuca se levantam. Tudo o que sou, coloco na minha voz, meu tocar.

Naquele instante, eu sou a Deusa. Onipotente. Sem fim. Nada, nada, na Terra dá uma carga assim. Nada se compara. Isso é vida. Mas essa é a coisa da vida, pode mudar em um instante.

Tudo o que é necessário é um instante. Para tudo isso...

Acabar.

O FUTURO — Lauren

— Muito tem sido escrito sobre o seu envolvimento com Camila Cabello. Mas você e a Cabello têm ficado de bocas fechadas sobre o assunto. - A repórter me dá um leve, mas encorajador sorriso, seu cabelo azul deslizando sobre um olho.

— Dada a performance da noite passada, você se importaria em nos oferecer um pouquinho de informação? - Enrolada em uma cadeira de hotel de couro e cromo, de costas para o horizonte de Nova York, quase sorrio para a pergunta que ouvi cerca de mil vezes.

Mas o treinamento entra em ação. Um sorriso pode transmitir ou aquiescência ou que estou sendo obcecadamente tímida. Eu não quero dar um "pouquinho de informação", e apesar do que os críticos dizem, Camila e eu nunca fomos tímidas. Nós apenas nunca quisemos deixar o público entrar. A Camila que eu conhecia era minha, não deles.

— Não há muito a dizer que o mundo já não saiba. - Não é verdade. Mas é verdade o suficiente. O sorriso da repórter agora tem uma vantagem: uma barracuda procurando sangue na água.

— Ah, agora, eu não tenho tanta certeza sobre isso. Afinal, não sabemos o seu lado da história. - Resisto a mexer na manga da minha túnica branca de cashmere. Deus, a camisola... inferno, minha calcinha, custa mais do que eu teria gasto em um ano antes dela entrar na minha vida.

Viro a cabeça e vislumbro as garrafas de água aninhadas em um balde de gelo prateado: uma garrafa verde escura, uma que é dourada, outra enfeitada com cristais. Mais cedo, um assistente orgulhosamente proclamou que a verde, supostamente do Japão, custava mais de quatrocentos dólares por garrafa. Pra água!

De repente, eu quero rir. Da loucura da minha vida. Indo de água da torneira para de marca. Pelo fato dessa suíte na cobertura ser o meu novo normal. E então eu quero chorar. Porque não teria nada disso sem ela. E nem um pouquinho disso tem algum significado sem ela para compartilhar.

O vazio ameaça me engolir por inteira. Estou tão sozinha agora que parte de mim quer pegar a mão dessa mulher só para sentir contato com outro ser humano.

Eu preciso falar. Preciso ser ouvida. Só uma vez. E talvez, apenas talvez, eu não sinta mais que estou desmoronando. Respiro e volto meu olhar para a repórter. 

— O que você quer saber?

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Também muito importante que esqueci de falar lá em cima, as atualizações vão demorar um pouco para sair. Não vai ser no ritmo que eu costumo postar

E aí, preparadas(os)?


Uma Roqueira Em Minha VidaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora