Capítulo 17 - O Animal

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The Stooges - I Wanna Be Your Dog

Boa leitura!

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Pov Lauren

Boston, Fenway Park. Casa cheia. Mas não se preocupe, Camila me disse antes, só tem cerca de trinta e sete mil pessoas. 

Somente. Ha!

Ditas pessoas, que agora estão gritando algo que soa muito como "Kill Field". O chão sob os meus joelhos vibra com graves pesados quando "Not a Minion", o ato de abertura, chega ao seu final. 

Onde estou? Agachada sobre um vaso sanitário, vomitando minhas entranhas. Me afasto, bastante enojada por estar nesse andar sujo, mas fraca demais para me levantar. Uma leve batida soa na porta.

— Vá embora. Pra sempre. - Acrescento com ênfase. Mas a porta se abre. Passos ecoam. Um par de botas pretas surradas aparece no lado oposto da porta. Eu acho que é Camz, mas conheço o seu passo. 

A mulher anda com uma arrogância, como se estivesse abrindo espaço para aquele pau pesado e longo que guarda nas calças. Esta caminhada é muito mais limpa, mas igualmente confiante. No entanto, a última pessoa que espero ouvir é Jax.

— Eu preciso te dar um bote salva-vidas? Ou a sua cabeça finalmente saiu do vaso?

— Ha ha. - Limpo minha boca e amaldiçoo os Deuses que Jax, de todas as pessoas, me encontrou em um estado tão baixo.

Lentamente, como se esperasse outra rodada de vômito, ele abriu a porta da minha cabine. Olho pra ele, miséria me pesando. Sua expressão, como de costume, é plácida. Ele me entrega uma garrafa gelada de ginger ale.

— Beba. Você entra em vinte minutos. - Levo a garrafa oferecida com gratidão. O refrigerante desce frio e maravilhosamente refrescante.

— Eu quero morrer. - Lhe encaro. — Nem me importo de arremessar piadas de morte em você. Isso é o quão sério estou falando. - Ele ri, curto e seco.

— Eu gosto mais de você por não conter suas piadas para mim. - Me oferece uma mão, que pego, deixando-o me puxar para cima.

Continuo engolindo o ginger ale enquanto faço o meu caminho para a pia. Jesus. Eu pareço sem vida, totalmente abatida e ligeiramente verde. Deixando de lado o refrigerante, lavo minhas mãos e dou um tapinha no meu rosto suado.

— Então, por que está aqui? - Pergunto. — Você perdeu uma aposta? Tiraram no canudinho? - Um bufo suave ecoa na sala.

— Eu me ofereci. – Lhe encaro pelo espelho.

— Bem... isso é novo. - O reflexo de Jax encolhe os ombros.

— O resto deles só mimariam você. Nós não temos tempo para isso. - Tempo. Certo. Meu tempo está quase acabando. O som de "Not A Minion" terminando e o subsequente rugido de "Kill Field" é difícil de ignorar. 

Toda a sala zumbe com energia reprimida, como se uma grande fera estivesse esperando para ser liberada do porão. O Animal. É disso que Camila chama a multidão. Entendo agora. Bem demais. Suor frio desce nas minhas costas.

— Eu não posso fazer isso. - Deixo escapar. — Vou vomitar no palco. Eu sei disso. Eu disse a Camila que estava com defeito nesse ponto. Merda. Merda. - Jax inclina um ombro contra a parede e me observa. Depois de um momento, pega um pacote contendo uma pequena escova de dentes e um pequeno tubo de pasta de dente e me entrega.

— Você sabe por que tenho essas coisas?

— Você tem calças mágicas? Há uma barraca nesse bolso também?

Uma Roqueira Em Minha VidaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora