[27] BERRI BLOSSOM

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Os seus olhos se escureceram instantaneamente e eu vi o Jin que eu conheci quando pisei lá pela primeira vez.

- T-tudo bem. Eu vou te contar...

Olhei para o elevador, para o relógio e depois para o seu rosto. Todos dispararam adrenalina em minhas veias.

- Tudo começou assim...



Antes...

- Lily, o que aconteceu contigo? - Ela me olhou. - De verdade.

A garota pigarreou, olhando brevemente para os dois lados, como se averiguasse com cautela as companhias ao redor, que apesar de tudo não pareciam interessadas em nós dois em particular.

Mas cautela nunca era demais, principalmente quando se carregava o sobrenome dela.

- E-eu não acredito que vou falar isso, mas... - Ela deixou escapar um longo suspiro cansado, passando os dedos em uma mecha dos cabelos loiros que tanto conversavam com sua aparência invejável. - Jimin, eu vou te dizer tudo o que precisa saber, toda a verdade sobre a minha família... - Eu assenti, mirando seus orbes com uma sensação de que eu não gostaria do que viria a seguir. - A começar... pelo vovô Jeon.

Engoli em seco.

- Como assim... o-o que tem ele? - Ela olhou para o chão, os olhos se movendo de um ponto a outro, como se estivesse tentando pensar em algo para dizer.

Ela também engoliu em seco.

- B-bom. Jimin... as coisas, elas não foram sempre como são hoje em dia... - Confessou, e eu compreendi, com um gesto mínimo de cabeça.

- Eu imagino... você quer dizer, a forma, como eles se tratam... - Sugeri.

- Não é bem por aí. É mais profundo do que a relação que os Jeon tem uns com os outros. - Ela desviou o olhar e depois olhou profundamente nos meus olhos, passando as mãos suadas na calça, do terninho que vestia. - É mais sobre as origens da família, onde tudo começou.

Meu estômago queimou. Eu estava começando a ficar tenso.

- Lily... diz alguma coisa... - Eu sorri um pouco, meio nervoso. - Eu estou começando a achar que tem alguma coisa errada.

- Eu só...

- Só o quê?

- De errado você vai achar muito mais do que pensa, eu só preciso de formular... eu nem sei por onde começar... - A voz dela ficou tensa.

- Que tal, se começar, pelo começo. - Inspirei e expirei profundamente.

Dessa forma eu começava a pensar que o meu namorado estava em risco caramba. Não podia vê-lo pessoalmente se fosse em um lugar minimamente público, ele não poderia se aproximar da minha casa, e muito menos eu da dele, ou era capaz de eles derrubarem um bordo de vinte metros de altura na minha cabeça.

Não podia nem olhar para ele, porque Kwon e a porra dos capangas dele estavam por toda parte.

O que mais poderia acontecer?

Eu toquei o ombro de Lisa delicadamente.

- Lisa. Você não pode me deixar na mão...- Eu segurei as suas mãos com avidez e ela me olhou.

Era difícil. Não era a minha intenção a pressiona-la, sabia que seria difícil. Mas eu estava em suas mãos, e eu estava cansado de estar nas mãos de alguém. Por bem, como era o caso dela, ou por mal, como era o caso de Jeon Kwon.

CABARETWhere stories live. Discover now