A aventura (parte 1)

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Mael engoliu um seco, observando as plantas secas andarem no solo de barro conforme caminhava. Sua testa suava, relevando o tempo incalculável que permanecera na trilha. A paisagem mudava, mas não pareciam estar chegando a lugar algum, entretanto, Aaron ainda continuava a andar, sem descanso.


— É realmente esse o caminho? — perguntou o jovem.

— A rainha disse para irmos em direção à colina do norte.

— Mas ela não disse algo sobre o caminho? Acho que deveríamos ter ido para o outro lado.

— É apenas uma aldeia. Não é o caminho que procuramos.

— Ela parece ser pobre e tem problemas para encontrar água.

— Sim, mas não é por ela que iremos.

— Sei não, hein.


Um barulho de tambores surgiu pelo local, atraindo a atenção da dupla. Mais alguns passos e a melodia da animada flauta adentrou os ouvidos deles, seguindo o ritmo dos batuques. Os meninos continuaram a andar, notando uma pequena cidade de construções de madeira. Eles adentraram a ruazinha e deixaram os olhos se acostumarem com a iluminação das grandes lâmpadas coloridas penduradas entre as barracas em frente às casas dispostas. 

O forte odor de álcool e cigarro se misturava com as frituras da rua movimentada, acompanhado pelos confusos ruídos das pessoas. Eram tantas pessoas que os olhos azuis não conseguiam se focar em um movimento, ficando enjoado das inúmeras cabeças ocuparem o campo de visão desordenado.


— Lembre-se do motivo de estarmos aqui — falou Aaron. — O Pixiu.

— Eu sei disso. Agora será que podemos ir logo? Está ficando um pouco difícil ficar parado aqui.


Sapatos batiam contra o chão de pedra, ritmicados com as batidas dos tambores. A cada barraca, animadas vozes os convidavam para observar as suas mercadorias, agradáveis aos olhos dos compradores.


— Aaron, posso comer um pouco?

— Não me chame como se fôssemos próximos. Estamos aqui por sua culpa.

— Estou morrendo de fome.

— Não.

— Tenho que comer algo. Você sabe quanto tempo uma pessoa consegue ficar sem comer?


O mais velho apressou os passos, ignorando o menino.

Mael bufou ao ver novamente suas costas. Estava começando a pensar que era assim o cumprimento dele pela quantidade de vezes que ocorrera.

Uma bandeja foi colocada no meio do seu caminho, fazendo-o se movimentar para trás de imediato. Assustado, olhou para o lado, avistando um pequeno homem usando uma grande máscara de um rosto com um pontudo nariz. O estranho estava segurando a bandeja metálica, repetindo com vigor:


— Gostaria de experimentar um pouco? É de graça.

— Não, obrigado. Estou com um pouco de pressa.

— Se hidratar é bom — insistiu o mascarado. — É uma nova receita com gosto de frutas. Tenho certeza que vai adorar.

— Gosto de fruta? Essa água?

A Pedra dos SonhosWhere stories live. Discover now