11.

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É isso, ele simplesmente disse. O que era pra ser só um elogio se transformou em uma pequena declaração, Louis queria dizer tudo isso a um bom tempo porem nunca teve coragem o suficiente pra fazer. Amor é um sentimento grande, e talvez o cacheado não sinta o mesmo, isso o deixa uma pilha de nervos, ele não pretendia fazer isso justo agora.

Harry tremia um pouco, mas não era só pelo frio, cada palavra dita o deixava mais ansioso. Louis estava se declarando, certo que eles já namoram a 6 meses, mas ele nunca deixaria de ficar com as pernas bambas ao ouvir coisas do tipo vindo do namorado.

− V-Você... me ama? – Essa foi a única frase que o cérebro do cacheado conseguiu formular. Ele ainda encarava Louis com um brilho diferente no olhar, pouco a pouco o sorriso de Harry ficava cada vez maior. E tudo que sua mente repetia era 'ele me ama, ele me ama, ele me ama'.

− Sim bebê, eu amo. – Louis respondeu ainda nervoso e desviou o olhar pro meio do lago. Eles nem perceberam de que a noite já havia chegado, a única luz sobre eles era a da Lua, ficava cada vez mais frio, mas não se importaram em sair da água.

− Eu te amo Loueh, desde antes de começarmos a namorar. Amo você desde que não se afastou quando conheceu o verdadeiro Harry e não o personagem criado pra lidar com as pessoas. Amei cada vez mais quando me deixava dormir abraçado com você por estar com medo dos trovões ou do escuro. Quando praticamente invadia minha casa a qualquer hora só por suspeitar que alguém tinha feito algo comigo e que eu estaria mal. O cuidado que você sempre teve comigo e todo o carinho com que me tratava foi a gota d'agua pra fazer com que eu me apaixonasse de vez. Tive a certeza que realmente te amava e que não estava confundindo as coisas quando, como de costume, você entrou no meu quarto sem bater na porta e me viu usando saia e ao invés de me tratar como uma abominação e me dizer o quão errado eu estava sendo, você me abraçou e me elogiou, disse que saias ficavam lindas em mim e poucos dias depois apareceu com uma nova me dizendo que quando viu ela na loja pensou o quão bonito eu ficaria usando ela e resolveu compra-la pra mim.

Harry tinha os olhos marejados e tentava a todo custo não chorar. Ninguém, além do seu pai tinha tanto cuidado consigo quanto Louis, o ouvir dizer que o amava foi o suficiente pra faze-lo esquecer de todas as merdas do ultimo mês. Da negligência da sua mãe, do desprezo do próprio amigo, nada disso importava agora, afinal de contas eles tinham um ao outro.

− Haz, não chora, isso não é pra ser algo triste amor. – Louis murmurou com um sorriso ao mesmo tempo que limpava as lagrimas que molhavam as bochechas do cacheado.

− Não seja bobo. Eu não estou chorando porque é triste, mas sim porque estou feliz, ninguém nunca havia dito que me amava além do meu pai, estou feliz por você sentir o mesmo que eu, feliz por ter você. Eu te amo, e agora que posso dizer isso em voz alta não vou cansar de repetir.

Apesar das lagrimas Harry tinha um sorriso enorme estampado no rosto que fazia um contraste lindo com as covinhas e o brilho nos olhos.

Mesmo com os corpos colados, Louis abraçou o cacheado pela cintura o puxando ainda mais pra si, roçou seus narizes no famoso beijo de esquimó e o beijou apaixonadamente. Tomlinson amava o sabor do seu menino, o arrepio que subiu pela espinha de ambos ao tocarem seus lábios gelados os deixou meio eufóricos.

Harry puxava os fios castanhos de forma leve ao esfregar sua língua na do namorado. E Louis sem perceber, apertava fortemente a cintura e umas das coxas do cacheado, a pele branca ficando tingida de um vermelho vivo pela brutalidade do aperto e arrancando um gemido de dor misturada com prazer do garoto de olhos verdes.

Louis anotou mentalmente: Harry gostava de um pouco de dor. Ele saberia quando usar esse detalhe a favor de ambos.

***

−Você quer comer agora Haz? – Louis perguntou enquanto pegava os lanches que ele tinha comprado, ele tinha mais uma surpresa, na verdade um presente pro cacheado e estava ansioso pra entrega-lo. Ouviu o namorado murmurar um 'sim, por favor'.

Quando conseguiram acalmar os ânimos e não deixar seus hormônios tomarem o controle da situação, eles saíram do lago indo direto pro chuveiro tomar um longo banho quente, agora Harry estava sentado no sofá esperando Louis aparecer com a comida. A cabana tinha um ótimo aquecedor então não foi preciso vestir muitas roupas com o intuito de se esquentar.

Ambos estavam vestindo calças de moletom e camisetas enormes, Tomlinson tinha meias de cores diferentes em cada pé, e Harry usava meias vermelhas com bolinhas brancas.

Quando Louis adentrou a sala com a comida na mão, viu o cacheado sentado com as pernas cruzadas estilo indiozinho enquanto olhava um ponto fixo na parede, perdido em pensamentos. O garoto de olhos azuis podia comparar o namorado com um bebê que estava esperando pacientemente pra ser alimentado.

Tomlinson soltou uma risada baixa com o próprio pensamento e caminhou ate a mesinha de centro pondo a comida ali e chamando a atenção do namorado pra si.

− Haz, amor, tudo bem? – Questionou ao ver o namorado lhe olhar como se estivesse em um debate interno decidindo se falava o que estava pensando ou não.

− Sim. Podemos comer? Acho que a última vez que comi hoje foi pela manhã.

Louis concordou e deu o lanche pra ele. Continuou observando o namorado e ele parecia disperso em pensamentos, resolveu questiona-lo sobre isso depois.

Terminaram de comer em um silencio incomodo, mas Louis não fazia ideia do motivo pelo qual o cacheado ficou tão quieto e calado repentinamente. Tomlinson despertou dos seus desvaneios ao ter um amontoado de cachos sentando no seu colo com um sorriso pequeno e tímido.

− Você ficou quieto do nada, eu fiz ou disse algo que deixou você desconfortável? – O garoto de orbes azuis questionou. A ideia de em algum momento ter feito algo errado não lhe agradava. Harry negou com um aceno. – Ok, você quer me dizer algo?

− Quero..., mas não vou conseguir se você continuar me encarando, pode fechar os olhos, por favor? – Harry pediu em um sussurro. Apesar de não olhar o namorado nos olhos sabia que ele o encarava com dúvida, por isso tentava se distrair moldando o rosto de Louis com a ponta dos dedos.

Louis conseguia sentir o coraçãozinho do cacheado batendo muito mais rápido que o normal, mas no segundo seguinte o coração que batia de maneira descompassada era o seu, quando Harry deixou um selinho casto nos seus lábios, o abraçou e aproximou a boca do seu ouvido e sussurrou como se fosse um segredo que exigia muita força dele pra ser falado:

Eu quero você boo. Faça amor comigo.


Always in my Heart || Larry StylinsonWhere stories live. Discover now