[4/4] ▪ [CONCLUÍDA]
Apesar de ter recuperado a memória, Nancy se lembra vagamente da sua vida antes do Labirinto, como se fosse outra encarnação sua, algo tão vago quanto um quarto vazio e tão sombrio quanto um porão sem luz. E ela não gostaria de l...
Eu já estava querendo escrever um capítulo de agradecimento desde que comecei Before I Forget You e depois de todos aqueles comentários no último capítulo, essa vontade acabou virando mais um dever meu (e de forma alguma estou reclamando!).
Desde que virei adolescente, minha vida ficou completamente de cabeça para baixo. Muita coisa que eu odiei vivenciar nessa época são coisas pelas quais eu sou muito grata nos dias de hoje. E boa parte disso foi entender que nem todo mundo vem na nossa vida para ficar ou para somar, tem gente que precisa ir embora e gente que vem para te destruir mesmo.
Passei por uns dias de cão essa semana, principalmente por refletir muito sobre o meu passado no geral, o que foi uma experiência... Agridoce. Nem tão ruim, mas também não muito boa.
As pessoas que um dia me machucaram estão longe de serem pessoas más e eu sou incapaz de castigá-las por terem me dado de presente uma nada útil porém poderosa ansiedade social, pois estou longe de ser perfeita e sim, cometo erros e posso ter machucado muitas pessoas também.
Parte de mim as agradece por terem colocado esses obstáculos no meu caminho porque isso me fez quem eu sou hoje, mas tem outra parte de mim que custa a esquecer e até a perdoar algumas dessas pessoas.
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Ok, mas o que isso tudo tem a ver com vocês e as minhas fanfics? Vou chegar lá.
Eu sempre me considerei uma pessoa que faz amizade muito facilmente, mas isso mudou depois que eu virei adolescente. Minha personalidade não tinha mudado, mas as pessoas ao meu redor, sim.
Como qualquer outra pessoa (eu acho), eu gosto de compartilhar acontecimentos e experiências que me deixam muito contente. E eu fiz isso no grupo de conversa da minha escola certa vez, mandando algumas fotos de um lugar que visitei e, mais tarde, perguntando o que os meus colegas achavam do desenho que eu tinha feito.
Ok. Ninguém faz isso em um grupo de WhatsApp hoje em dia, mas eu tinha doze anos na época e estava super empolgada com o meu primeiro celular. E para mim, a função de um grupo com todos os meus (supostos) amigos era socializar e eu estava fazendo isso do meu jeitinho doido, sendo eu mesma. Até que uma chuva de comentários como "Para com isso", "Ninguém se importa com isso", "Isso é chato, sabia?" e "Ninguém quer saber da sua vida, Bárbara" apareceu na tela do meu celular. Eu expliquei que eu só estava muito animada e queria compartilhar aquilo com eles, mas os meus colegas continuaram com aqueles comentários até eu pedir desculpas. Imagine voltar para escola e ser obrigada a encarar todo mundo, agindo como se absolutamente nada tivesse acontecido? Pois é, todo mundo agia como se nada tivesse acontecido.
Depois desse dia fatídico, eu me fechei totalmente para todo mundo, me tornando uma pessoa absurdamente tímida e introvertida. Antes, eu poderia me tornar amiga de alguém com um pouco de esforço, pois fico tímida quando conheço uma pessoa nova, mas nem tanto depois de algum tempo (a timidez natural). Hoje, posso quase afirmar que tenho medo de gente. E percebo como é incrivelmente irônico quando algumas professoras fazem dinâmicas em grupo e os meus colegas sempre apontam que eu sou muito tímida e que eu devia me abrir mais.
