36. Don't fight. They're going to bring you back to me.

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As semanas seguintes após aquela visita se passaram como décadas para Thomas e mais do que nunca, ele só conseguia pensar em Nancy. Pensava tanto nela que podia sentir como se a menina realmente estivesse lá, chegando até mesmo a ouvi-la cantar em determinados momentos, apesar do lado racional do rapaz dizer que eram apenas coisas da sua cabeça. Os sonhos de Thomas também eram mais vívidos e sempre envolviam Nancy da forma que Teresa tinha descrito na carta: o seu cabelo ruivo solto, enfeitado com uma tiara de dentes-de-leão que combinavam perfeitamente com a camisa amarela desbotada que vestia.

Thomas tinha certeza que estava ficando louco naquela solitária, alucinando quase o tempo todo, mas não tinha muito o que fazer em relação a isso. E certa noite, ele sonhou com o dia em que seu pai começava a se tornar um Crank.

Naquela época, Thomas era muito pequeno para entender como o homem gentil que nunca perdia uma oportunidade de ensinar beisebol para o filho tinha se tornado aquele homem raivoso que não pensava duas vezes antes de descontar a sua ira agredindo alguém. E muitas vezes, esse alguém era a mãe de Thomas que, naquele momento, segurava Thomas no colo, encolhida em um canto escuro da casa enquanto sentia um medo terrível de ter o seu filho machucado pelo próprio pai.

- Tá tudo bem, Stephen. - a mãe do menino dizia várias e várias vezes enquanto seu pai quebrava tudo o que via pela frente. - Oh, querido... Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem...

Thomas - ou Stephen - sabia que nada ficaria bem e que sua mãe estava dizendo aquilo apenas para confortá-lo, o que não fazia muito efeito, por mais que ele desejasse.

No momento seguinte, a porta foi escancarada por guardas do CRUEL, do qual sua mãe havia chamado há um tempo por causa do descontrole do marido. Com o susto, Stephen, de cinco anos, afundou o rosto no ombro da mãe e abraçou o pescoço da mesma com força enquanto Thomas, de dezesseis anos, acordava suado e sem fôlego.

- Ei, tá tudo bem. - disse alguém, segurando o seu ombro enquanto a luz que a porta aberta permitia entrar iluminava um pouco a solitária. - Você tá bem.

- N-Nancy? - Thomas gaguejou, incrédulo, mas naturalmente contente por tê-la ali para consolá-lo após um pesadelo com os pais, e a tiara de flores combinando com a camisa dela o deixava ainda mais contente. - Você... Como? Nancy...

- Eu vim te ver. - ela sorriu ainda mais, sentada na cama. - Você veio me ver quanto eu tava aqui. E eu tava com saudades.

- Não, não... Isso não é real. - ele ofegou, aterrorizado com a capacidade da própria mente em criar os sonhos enquanto se sentava.

- Você acha que não senti a sua falta? - Nancy pareceu ofendida, deixando seu sorriso ir embora facilmente.

- Não, não, não... Não é isso. É que isso... Você não pode estar aqui. Como você tá aqui? É um sonho, né?

Um risinho escapou dos lábios de Nancy, fazendo Thomas franzir o cenho, confuso. Ela segurou o lado esquerdo do rosto dele, fazendo carinho na bochecha do rapaz delicadamente, tão delicadamente que Thomas mal tinha sentido.

- Você tem um jeito diferente de dizer que sentiu minha falta também - ela sorriu, aproveitando que fazia um carinho no rosto dele para secar as lágrimas do menino. - Mas ainda é um jeito muito fofo.

Thomas deu um risinho também, tirando a mão de Nancy do rosto dele para segurá-la com as duas mãos e com muita força. Ele não conseguia dizer se aquilo era real ou não, mas se Nancy estava ali, nada mais importava.

- As flores combinam com o seu cabelo e com a sua camisa. - ele sussurrou, sem conseguir parar de encará-la. - Você tá linda.

- Ah, obrigada! - ela sorriu, levando a tristeza de Thomas embora no mesmo segundo. - Newt e Chuck também gostaram, mas eu queria muito saber o que você...

Before I Forget You《 Maze Runner Fanfic 》Where stories live. Discover now