Quando Nancy abraçou as pernas do seu pai, o homem, completamente trajado de preto, deu um passo para trás para recuperar o equilíbrio.
- Ah! Oi, Nancy. - Janson, seu pai, acariciou a sua cabeça com um pouquíssima vontade enquanto Nancy se afastava para encará-lo.
- Você vai vir jantar com a gente hoje? Pode ficar um pouco com a gente? - ela disparou as perguntas. - Eu tenho muita coisa pra te contar! Sabia que eu fiz um amigo? Esse é o Thomas, mas eu chamo ele de Tom. Somos melhores amigos!
Nancy, apesar de tímida, poderia ser bem tagarela quando queria. E Thomas tomou um susto com aquela mudança, mas ele tinha mais medo de Janson.
- Ah, puxa! Que legal. - o homem forçou um sorriso, mas Nancy estava tão feliz que nem percebeu o esforço. - Olha, o papai tem que ir agora, ok? Eu tenho que trabalhar.
- Mas você acabou de chegar. - Nancy protestou, sentindo-se triste. - Você vai poder jantar com a gente? Eu sinto a sua falta, papai.
- Eu não sei, tá bom, querida? Eu não sei. - um guarda surgiu na porta dupla atrás das crianças e chamou Janson. - Tchau, Nancy.
Janson mal acariciou o cabelo ruivo da garota e saiu, seguindo o guarda que vestia um uniforme preto e grosso.
- V-Você tá bem? - Thomas gaguejou em meio a um suspiro de alívio, ainda pálido pelo medo que havia sentido.
- Meu pai quase nunca tá em casa. - ela murmurou, sentindo um nó fortíssimo na garganta e uma vontade enorme de chorar lhe atingir.
Thomas segurou a mão de Nancy, lembrando-a de quando ele havia feito a mesma coisa na hora de entrar na escola. Nancy sabia que Thomas não queria que ela chorasse, mas foi outra coisa que a fez parar de chorar.
- Por que você tá tremendo? - ela indagou, secando o rosto com a mão livre. - E a sua mão tá suada.
- Desculpa, é que... - Thomas suspirou, ainda pálido de tão assustado. - O seu pai. Ele... E-Ele tava lá quando... Quando me levaram. Eu achei que ele ia me levar de novo. E eu não quero que me levem.
Nancy fungou, encarando o amigo com preocupação enquanto esquecia dos seus problemas. Mesmo tendo sete anos, ela compreendia a dor e o medo de Thomas. Ele não tinha uma mãe, um pai e nem um irmão ou irmã. Era só ele. Ele não tinha uma família.
- Minha mãe. - ele olhou para a porta, apertando a mão de Nancy com mais força. - Minha mãe.... Será que ele sabe onde tá a minha mãe?
A voz de Thomas expressava toda a sua esperança ao pensar que poderia ver a sua mãe de novo e aquilo contagiou Nancy. Ela não queria que ele vivesse sozinho, ela queria que ele soubesse como era bom ter alguém para chamar de família.
Nancy soltou a mão de Thomas e empurrou a porta dupla com tudo, pronta para correr atrás do seu pai. Não demorou muito para que ela encontrasse dois homens de preto conversando pelo corredor, um deles de cabelos grisalhos e o outro com uma máscara preta esquisita.
- Papai! - ela exclamou, iniciando a sua corrida até o homem.
Janson virou a cabeça para o lado e olhou para a garotinha ruiva pelo canto do olho, aumentando o passo ao virar-se para frente, mas Nancy ainda era uma menina rápida e cheia de energia. A mesma quase o alcançou, se não fosse por outro guarda que ela costumava ver pelos corredores todos os dias.
- Menina, aonde você vai? - o guarda perguntou com grosseria, chegando a machucar o braço de Nancy.
- Eu preciso falar com o meu pai! Me solta! - ela respondeu, batendo no braço do guarda para tentar se livrar dele. - Me solta, por favor! Por favor!
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Before I Forget You《 Maze Runner Fanfic 》
Fanfiction[4/4] ▪ [CONCLUÍDA] Apesar de ter recuperado a memória, Nancy se lembra vagamente da sua vida antes do Labirinto, como se fosse outra encarnação sua, algo tão vago quanto um quarto vazio e tão sombrio quanto um porão sem luz. E ela não gostaria de l...