Before I Forget You《 Maze Runner Fanfic 》

20. Thomas is right. You suck.

Depois daquela discussão, a amizade de Thomas e Teresa nunca mais foi a mesma. Eles se mantinham juntos por um fio muito fino graças a Nancy, que nem sequer imaginava o que tinha acontecido, mas percebia que algo estava diferente. Porém, com o passar dos anos, Teresa começou a se dedicar bastante aos estudos, passando cada vez menos tempo com a ruiva e o não tão recentemente considerado colega.

Thomas e Teresa tiveram que inventar uma história para substituir o fato de que tinham discutido pela segurança de Nancy. Contaram então que tinham se desentendido por causa de um trabalho em dupla muito complexo e que foi tão feio que seria difícil fazer as pazes depois daquilo, mas Nancy era extremamente indulgente e não compreendia como um trabalho em dupla poderia acabar com uma amizade tão rápido assim, tentando de tudo para que Teresa e Thomas se acertassem e voltassem a ser os amigos que sempre foram.

Às vezes ela conversava com Teresa, muitas vezes com Thomas, mas nunca com os dois ao mesmo tempo. E isso vinha acontecendo por dois anos.

E as coisas também tinham mudado entre Nancy e Thomas, mas de um jeito bom. Depois daquele selinho bem inesperado - apesar de não ter sido o primeiro - , Nancy percebeu que alguma coisa dentro dela havia mudado. Thomas não parecia o mesmo diante dos olhos dela, mas ele continuava o mesmo aparentemente. E a mesma coisa acontecia com o menino, que tinha quase certeza que Nancy já não era mais apenas a sua amiguinha de infância. Ela já era uma moça, ele já era um rapaz e o que se passava dentro do peito de cada um já era mais intenso.

Ao mesmo tempo que Nancy lidava com o repentino afastamento dos seus dois melhores amigos e essa nova sensação ao ver Thomas, ela também tinha que lidar com Harry, que ficava a cada dia mais petulante. Ele provocava a ruiva de todas as maneiras possíveis e mais tarde vinha pedir desculpas, ao perceber o afastamento da garota, além de não conseguir esconder a pontada de ciúmes que tinha de Thomas. E com o tempo, Nancy percebeu que Thomas tinha razão sobre o colega não se importar de verdade e só a querer tão perto por ser tão bonita, mas uma parte dela ainda acreditava que Harry tinha um lado gentil.

Com dois anos de treinamento diário e intenso, Nancy se mostrou uma lutadora e (principalmente) atiradora nata, com determinação e talento notáveis. Todos os dias ela se perguntava se seu pai sentia orgulho disso, mas a ruiva quase nunca o via para poder tirar essa dúvida.

Certo dia, Nancy acordou três mil vezes mais empolgada que o comum, pois este dia era o tão aguardado dia do teste, onde ela se mostraria digna de um estágio no subsolo quatro.

Nancy foi ao refeitório para almoçar, ansiosa para o teste que começaria depois. Ao entrar lá, encontrou Thomas na mesa que costumavam sentar todos os dias com a cara em um livro grosso, comendo desatentamente.

- Oi, Tom! - Nancy o cumprimentou, sentando de frente para o rapaz com a sua bandeja de comida.

- Ah! Oi, Nancy. - ele respondeu, deixando o livro um pouco de lado. - Empolgada pro seu teste?

- Muito! - ela batucou na mesa, sorrindo largamente. - E você? Como foi na primeira parte da prova?

- Não tenho a mínima ideia. Me sinto nervoso, ansioso, enlouquecido... Qualquer coisa menos confiante. - Thomas voltou a abrir o livro, folheando as páginas preenchidas por textos e imagens de ressonância cerebral que pareciam todas iguais, se não fosse por detalhezinhos técnicos que só um médico entenderia. - Você tem sorte que o seu teste vai ser como uma prova de educação física, o meu foi uma prova de alternativa misturando biologia, química e mais um monte de números e letras. A segunda parte vai ser sobre a parte informática e tudo mais.

- Qual é, Tom! Não fica assim. - Nancy balançou o braço dele. - Você é muito inteligente e mesmo assim, estudou bastante durante esses dois anos. Você vai passar.