VERSÃO ANTIGA (RASCUNHO) X VERSÃO ATUAL (PRIMEIRA EDIÇÃO)

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VERSÃO ATUAL (PRIMEIRA EDIÇÃO):

Eu deveria estar acostumada com aquela sensação, mas a adrenalina corre pelas minhas veias sem qualquer intenção de cessar. As mãos tremem, a passada é irregular e a testa está molhada de suor ao deixar a sala. A voz está presa em minha garganta.

Me apoio no lavabo e abro a torneira ao me livrar da roupa ensanguentada. A água toca fria em minhas mãos, mas estou alerta em demasia para sentir algo além do coração acelerado e o retornar da respiração a sua normalidade rotineira.

Incapaz de pensar em algo durante os próximos minutos, a única coisa a se repetir incessante em minha cabeça é o som produzido pelo monitor cardíaco ao detectar o coração voltar a bater.

Havia operado um senhor de setenta e dois anos: duas pontes de safena. Desempenhei meu papel com maestria, mas ao finalizar a sutura da estreita veia, o coração se negou a voltar e de imediato comecei a massageá-lo com minhas próprias mãos. Uma, duas, quinze vezes na expectativa de ouvir o som da vitória — o característico 'bip' — se alastrar pela sala de cirurgia. Logo veio o frenesi, a sensação de dever cumprido e a vida dele estava salva.

Deixo o centro cirúrgico, ao lado do especialista de plantão e encontro a família do idoso na sala de espera. Outra emoção forte o suficiente para jamais cansar de sentir: noticiar que tudo correu conforme o esperado, mas nem sempre vemos um choro de alívio ao comunicar o boletim médico, justo porque sempre vencer a majestosa batalha contra a morte é impossível. Quando acontece, desejo apenas passar correndo pela família sem dizer nada, mas hoje é um caso a comemorar: venci a morte.

A esposa do homem me abraça, agradece por ter salvo o seu marido e eu apenas me mantenho calada. Me despeço de todos e caminho orgulhosa pelo corredor até o posto da enfermagem. Pego o prontuário do meu paciente e me mantenho absorta em minhas anotações de termos complicados.

Estou a ponto de finalizar e recebo uma tapa na bunda. Olho em volta apenas para ter a certeza de quem era. A intimidade só deve ser dada se você for indiferente a receber um cumprimento igual àquele.

— Do nada? Sem me pagar um jantar ou um bom vinho? — questiono em uma falsa carranca. Ela me abraça e me dá um beijo na bochecha. — As férias foram boas? — Ruth era médica e nos conhecíamos desde a época das espinhas em nossos rostos e hormônios a flor da pele. Nós e a nossa terceira ponta do triangulo, Susan, estudamos juntas no colégio e também na faculdade, mas ela preferiu a ortopedia. Susan escolheu me acompanhar na cardiologia. As duas eram especialistas, mas acabei de entrar na residência. Precisei adiar meus planos por um tempo.

— Maravilhosa — responde com um sorriso malicioso.

— Tem sexo nessa história. Aposto cem pratas — sugere a enfermeira sentada diante de nós. O seu nome é Evelyn e ela foi a primeira pessoa a ser minha amiga no hospital.

— Dobro — assino e carimbo a minha papelada. Passo o prontuário para a enfermeira e me viro por completo na direção de Ruth.

— Ela foi incrível. Nos conhecemos no avião. Rolou um clima e a chamei para sair. Jantamos em um restaurante japonês e foi uma noite estupenda. O clima começou a esquentar e ao dar por mim, estávamos aos beijos, nuas em uma cama de motel. Estou apaixonada.

— Essa é a quadragésima vez? — pergunto de maneira cúmplice para Evelyn. Ela finge checar na sua prancheta e confirma em seguida. Ruth me dá uma tapa no braço.

— Também não é assim!

— Há um mês era a asiática. O nome dela era Julia, Jessie...

— Jamie — Evelyn responde um segundo antes do telefone tocar e ela atender.

— Exato. Jamie! Você também estava apaixonada por ela.

— Ah! Era a sua última semana nos Estados Unidos. Relacionamento a distância não é comigo. Gosto de toque, de carícia, de calor... — Pisca para mim e sorrio. — Porém, talvez os meus tempos de vida boemia tenham acabado, porque vou me encontrar com a moça do avião na terça, para almoçar. Sou uma mulher de uma noite só e vocês sabem disso.

— É sério mesmo dessa vez? Essa preciso contar para a Susan — puxo meu celular do bolso e abro o aplicativo de bate-papo.

— Ela está bem? Só soube de sua doença hoje, ao iniciar o plantão.

— É apenas uma gripe, mas você sabe o tipo de pessoa que ela é. Já consegue ver a luz no fim do túnel. — Mostro a conversa para a Ruth. Minha amiga começa a rir. Desde jovens, éramos assim: eu odiava a ideia de ir parar em um hospital, ela era a garota normal que ao se sentir mal pedia para levá-la a uma emergência e Susan estava morrendo uma semana sim e na outra também.

— Vou visitá-la quando meu plantão acabar — comenta ao pedir a sua pasta de atendimento do dia para a enfermeira da ortopedia, sentada ao lado de Evelyn — E me conta, perdi muitas novidades?

— Poucas. Teve uma parada nos grandes acontecimentos do hospital. — Mal fecho minha boca e acalmaria se transforma em um grande desespero ao percebermos as vozes alteradas dos socorristas invadirem o local. 

[... CONTINUA]

Então, gente! O que acharam? Agora está digno, né? Me contem nos comentários sobre suas primeiras impressões (é muitooooo importante)

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Então, gente! O que acharam? Agora está digno, né? Me contem nos comentários sobre suas primeiras impressões (é muitooooo importante).

Sobre o segundo assunto importante é: EU QUERO LIVRO FÍSICO DE IMORTAL E SEI QUE VOCÊS TAMBÉM QUEREM, mas não tenho condições de arcar com tudo no momento devido a toda essa loucura que está acontecendo no mundo. Então meu irmão me deu uma idéia até antes não pensada por mim.

"FAL, CRIA UMA CAMPANHA NO CATARSE. "

E eu vim comentar com vocês sobre isso. Se eu abrisse mesmo uma campanha de arrecadação, para fazer imortal se tornar livro físico. Quantos de vocês poderiam me apoiar? (responde marcando essa pergunta só para eu ter uma ideia). Temos mais de um milhão de leituras. Pessoas que se emocionaram e torceram pelo nosso trio. Seriam capazes de ajudar nisso? (claro que conforme a doação, vai ter recompensas incríveis, devo acrescentar). 

Enfim, era isso! Me respondam, por favor. Conto com vocês!

Os amo demais!

Até a próxima surpresa da madrugada.

Bye!!

Flávia Rolim

13/04/2021

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