-Está certo. Odeio mesmo. Odeio crianças. Odeio adultos. Odeio sons altos demais e risadas escandalosas- Então olhou para a porta da enfermaria, de onde conseguia ver a filha- Exceto a da Jean. Tudo nela, eu amo. Cada pedaço.

Snape saiu sem dizer mais nada, enquanto Dumbledore entrava e sentava ao lado de Jean na cama.

-Tenho muito o que lhe agradecer, Jeanine- Jean iria retrucar, mas diretor fez um sinal para que esperasse- Você se arriscou para salvar Harry e a Pedra. E, bem sei eu que não vem cuidando dele apenas agora. Pirraça é um bom fofoqueiro, se quer saber, menina.

A corvina sentiu as bochechas coraram ao lembrar do incidente em que havia pedido a pirraça que distraísse Filch no começo do ano, quando Harry, Ronald, Hermione e Neville conheceram Fofo.

-Também teve a perspicácia de me contar quando Harry encontrou o Espelho de Ojesed, não se aproveitando da situação. E, agora, enfrentou Voldemort. E, acredite-me quando digo que foi a responsável por me fazer voltar. Sua carta chegou em mim quando estava no meio do caminho até o Ministério.

-Eu só achei que...Bem, o senhor sabe que  meu pai era amigo da mãe do Harry, não é?

Dumbledore concordou, agora com um sorriso gentil para a menina.

-Então fez isso pelo seu pai?

-Também por ele. Papai amava Lily e, eu sei que ele implica com Harry, mas é o que a dor faz, o senhor entende? Ele sofreu muito e ver Harry ali, é mais doloroso ainda- Jean suspirou- Sei que isso não justifica o fato de que ele podia ser um pouco mais gentil.

O diretor encarou Jean, lembrava se claramente de alguns anos atrás, quando viu a menina correr pelo corredores de Hogwarts sorrindo e da forma como era possível ver a luz dela.

-Jeanine- A menina encarou o professor nos olhos, aguardando- Tenho que lhe pedir algo.

-É claro, senhor.

-Em primeiro lugar, gostaria de lhe pedir que não conte sobre seu envolvimento para ninguém e, principalmente para Harry. Existem coisas que ele não deve saber agora.

Jean não compreendia, mas concordou. Afinal, Albus Dumbledore era o maior bruxo que já havia conhecido.

-A segunda é um pouco mais arriscada. Mas creio que não há, no mundo, alguém tão capaz quanto você- A corvina encarou o mais velho curiosa- Quero que cuide de Harry. Mesmo que a distância, mesmo que sem dizer nada diretamente a ele. Quero que cuide dele como fez esse ano. Sei que é uma tarefa muito difícil, já que Harry não simpatiza com você e que ..

-Tudo bem, senhor. Eu farei!

Dumbledore olhou para a menina novamente e agradeceu, deixando a enfermaria para que Jean descansasse. Aquele velhote era sim muito sábio, mas também um pouquinho manipulador. Mas o fato era que, sim, era necessário proteger Harry e, embora Dumbledore estivesse tentando fazer isso sozinho, nem sempre era possível. E o diretor confiava em Jean e em sua luz própria.

No dia seguinte, Harry e Jean estavam melhores por isso, Madame Pomfrey os liberou para o banquete de encerramento. A primeira pessoa que Jean viu quando saiu da enfermaria, foi Draco, que carregava alguns doces de forma desajeitada. Depois, ouvia a risada de Theo, que não conseguia ficar sério com o desequilíbrio do amigo.

-Quer ajuda, Dragão?- Quando os garotos notaram quem era, os doces forma para o chão e eles correram em direção a menina, a abraçando com força- Ei, calma aí! Eu só tive uma gripe!

-Foram três dias sem você, Jean. Eu não aguentava mais o Draco!

A menina riu e deixou um beijo na bochecha de Theo, que sorriu.

Sweet CreatureWhere stories live. Discover now