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Georgia acordou no meio da noite com o olhar assustado e respiração descompassada. Ela deixou a rede e os braços de Newt e caminhou pelos outros vários garotos e garotas dormiam esparramados, alguns no chão e outros dentro de suas redes. Com cuidado para não acordar ninguém ou pisar em alguém,  ela caminhou nas pontas dos pés e se sentou em um dos degraus da pequena escada.

Ela respirou fundo e passou as mãos sobre seus cabelos longos, os jogando para trás depois de os enrolar nas mãos. O som do mar lhe acalmou de forma repentina e ela sorriu sentindo a calmaria em sua alma.

Seus olhos encararam as estrelas no céu escuro e ela sorriu, vendo uma delas se destacar dentre as outras.

- Eu te amo, mãe! - ela diz baixo e abraçando o próprio corpo.

Sonya deixou as sombras e se sentou ao lado de Georgia, sorrindo para a mesma em cumprimento antes de cruzar os braços da mesma forma que a namorada do irmão.

- Não tive tempo de te agradecer por ter salvado à vida do meu irmão.

- Salvaria ele mil vezes mais ou quantas mais vezes ele precisasse. - ela olha para dentro - Newt se tornou parte da minha vida, se tornou a pessoa que consegue melhorar e colorir meus dias ruins. Aquele cara é minha entrada para o paraíso na terra, e eu não falo isso pelo o lado sexual da coisa,  digo isso porque ele me faz bem, me faz sentir amada como eu nunca fui por outra pessoa, nem mesmo pelo meu próprio pai. Ele me faz sentir bonita mesmo com todas as cicatrizes e marcas que eu carrego.

Ela sorri.

- Ele puxou ao nosso pai! - Sonya conta - Sabe, a bondade, o fato de sempre estar fazendo algo e pensando nos outros. Eles ficariam orgulhosos dele.

- Aposto que sim.

- Bom, eu não vim aqui pra falar do meu irmão. - ela mostra um pequeno caderno em suas mãos - Ouvi eles dizendo que suas memórias machucaram ao serem lembradas e faladas, eu não sei se vai funcionar, mas você pode escrever o que quiser aqui, deixar as coisas fluírem sem dor e depois - ela para - se você quiser, você pode passar isso pros outros lerem. Quando eu sentia medo ou estava angústiada com alguma coisa, eu escrevia. Tem uma caixa velha de lápis e uma de canetas na minha mala, você pode pegar quando esses dois ai - ela mostra os lápis - acabarem.

Georgia sorriu agradecida e pegou os mesmos assim como o velho caderno.

- Obrigada Sonya barra Lizzy! - ela brinca.

- Eu gosto mais de Sonya mesmo  - a outra comenta rindo. - Me acostumei tanto com este nome, que não quero o mudar.

Georgia se levantou e limpou sua roupa, deixando o pequeno caderno em seus braços.

- Vou dar uma volta na praia, quer ir?

Sonya nega.

- Talvez alguém queira trocar de turno de vigia comigo. Não sei se vou conseguir dormir agora, estou um pouco agitada.

- Boa noite! - Sonya exclama entrando para dentro da cabana mais uma vez.

Georgia seguiu por entre as cabanas e mesas,  chegando em um dos postos de vigia. Ela subiu as escadas e parou ao lado da mulher, dizendo que ficaria do lugar da mesma para ela poder ir descansar antes do dia amanhecer e a rotina puxada de construção começasse.

Ela encarou o horizonte que tanto gostava e sorriu. Era apenas ela e a escuridão ao seu redor, sem barulhos,  sem monstros e sem o medo de algo dar errado por causa de um governo opressor chamado C.R.U.E.L.

Ela passou a mão sobre a marca roxa de seu braço e engoliu seco, se lembrando da voz da mulher em seu ouvido.

"- Vou fazer isso para salvar meu filho e meu marido, jovem garota. Eu não posso os perder por esse vírus cruel e maldito."

Os olhos pretos da mulher apareceram em suas lembranças e mais uma lembrança inundou sua mente.

" Eu preciso disso pequena jovem! Me perdoe! "

" Não quero ser como seu pai ou como o povo que cuidava de vocês quando crianças. Quero só salvar minha família."

Os homens e mulheres estavam procurando apenas uma mulher, uma inocente que havia usado o corpo de Georgia como bolsa de sangue para salvar filho e marido. Pra salvar a família.

Georgia olhou ao seu redor e passou a mão sobre seu pescoço e apertou a arma contra si mesma. Ela devia falar para eles não procurarem a mulher ou apenas fingirem que nada havia acontecido com a jovem. Afinal, salvar alguém da família fazia com que agissem sem pensar nas consequências e nos nossos próprios atos.

Eu sei...eu sei que ando sumida
Peço perdão por isso
Mas eu espero que vocês tenham gostado!!!! E não se esqueçam de votar e comentar
Beijos e fuiiii

Salvation |ᵐᵃᶻᵉ ʳᵘⁿⁿᵉʳ- ⁿᵉʷᵗ| Onde as histórias ganham vida. Descobre agora